Estrada Nacional 16 – Da costa à fronteira

Aqui está o roteiro detalhado para uma viagem sem par pela Estrada Nacional 16 entre Aveiro e Vilar Formoso, do Litoral até à fronteira com Espanha.

Bem-vindo às Rotas de Portugal do Clube Escape Livre! Desta feita vamos ligar o litoral à fronteira com Espanha através de um roteiro detalhado pela Estrada Nacional 16 com começo em Aveiro e chegada a Vilar Formoso. São 225 quilómetros de aventura, cultura, histórias e sabores tradicionais que ligam 12 municípios, 2 Aldeias Histórica, 1 Aldeia Medieval e 3 regiões vitivinícolas, que fomos descobrir à boleia da SEAT.


Pelos caminhos de Portugal

Portugal é o perfeito exemplo que prova que não é o tamanho que conta. Mesmo num país tão pequeno geograficamente como o nosso, podemos percorrê-lo de tantas formas e feitios. E, em cada viagem, descobrir sempre algo novo, diferente e único. Seja da serra à planície pela Estrada Nacional 18, ou do Douro até às portas da Estrela pela Estrada Nacional 221, ou agora, do atlântico à fronteira pela Estrada Nacional 16. Mas, acredite, é por estes caminhos menos percorridos que descobrimos os melhores segredos de Portugal.

Assim, bastam 225 km para estender os braços e tocar no Oceano Atlântico e na fronteira com Espanha. Porém, se percorrer, connosco, este pedaço de estrada que, no passado, era um dos itinerários principais que ligava Portugal a Espanha, verá que ainda chega a terras de “Nuestros Hermanos” com o sal do oceano no cabelo. Poderá reviver o caminho que muitos palmilharam para ligar o porto de Aveiro a Espanha, com paisagens de tirar o fôlego. Uma estrada que hoje se destaca pelo seu valor turístico atravessando vários concelhos e aldeias históricas onde pode beber cultura, um bom vinho e desfrutar da gastronomia portuguesa do mar à fronteira. Para ficar a conhecer esta rota portuguesa da Costa à Fronteira basta ter a ousadia de nos dar a mão e descobrir Portugal!

A Estrada Nacional 16 foi construída na década de 1930 e chegou a Vilar Formoso em 1938, altura em que a ponte de S. Roque sobre o rio Côa foi reconstruída, tendo 225 km de extensão.

Queremos que as Rotas de Portugal sejam apenas a faísca para acender o seu espírito de aventura. Mas, a verdade, é que quando se apaixonar novamente pelo nosso país, vai querer perder-se em todos os seus caminhos. E não se esqueça de partilhar a sua experiência, alimentar esta curiosidade nos outros e, quem sabe, repetir a experiência uma e outra vez.

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A rota que liga o mar à fronteira por montanhas e vales

A Estrada Nacional 16 liga Aveiro a Vilar Formoso. O percurso faz ligação com algumas das principais rodovias nacionais, nomeadamente, a EN1, IC2, IP3, IP5, A17, A24 e A25. Com 225 km, a Estrada Nacional 16 já em alguns troços fora da rede viária nacional, perdendo a importância comercial de outrora devido ao rasgar das autoestradas que trouxeram mais valias aos povos do interior. Muitos desse troços são hoje estradas municipais o que permite manter o traçado que serpenteia por locais absolutamente fantásticos para serem degustados calma e tranquilamente.

O IP5 veio retirar pressão sobre esta parte final da EN16, reduzindo, também, o tempo de viagem entre Aveiro e Vilar Formoso. Hoje é uma estrada com pouco tráfego, mas com enorme interesse turístico e paisagístico. Na ligação entre a Guarda e Fornos de Algodres, a estrada serpenteia pela serra do Alvendre e segue pelo vale do Mondego paralelamente ao curso de água durante mais de 30 quilómetros!

Ao longo dos seus 225 km, a Estrada Nacional 16 atravessa várias sedes de concelhos como Albergaria-A-Velha, Sever do Vouga, Oliveira de Frades, Vouzela, São Pedro do Sul, Mangualde, Fornos de Algodres e Celorico da Beira. Começa numa capital de distrito (Aveiro) e passa por mais duas capitais de distrito, Viseu e a Cidade Mais Alta, Guarda. Enfim, um percurso que merece a pena fazer connosco!

A N16 leva-o de Aveiro a Vilar Formoso por montanhas e vales polvilhados com cultura portuguesa, histórias de encantar e uma gastronomia assimétrica do litoral para o interior que o vai deixar de água na boca!

A EN16 ainda mantém troços pavimentados com paralelepípedos de granito, uma das muitas soluções para acabar com o macadame de alguns troços antes da chegada do alcatrão. O seu interesse turístico levou ao surgimento de vários projetos que pretendem ressuscitar a importância desta via, agora como polo turístico. Potenciar tudo o que de bom existe no percurso é o objetivo.

É uma estrada que passa, também, brevemente, pelo concelho de Pinhel (que foi visitado na Rota Turística da EN221) e atravessa os rios Vouga, Mau, Satão, Dão, Mondego e Côa. Com uma paisagem arbórea intensa pela presença destes cursos de água, o cenário é, verdadeiramente, de cortar a respiração.

As Aldeias Históricas mesmo aqui ao lado

Antes de fazer as malas e preparar a viagem pela Estrada Nacional 16, queremos deixar-lhe um outro desafio que, acredite, vai valer a pena. Já na parte final depois de passar pela Guarda, vai ter a oportunidade de cruzar 2 das 12 Aldeias Históricas de Portugal: Castelo Mendo e Almeida, além de 1 Aldeia Medieval, Castelo Bom. Faça o favor de visitar estes locais que escorrem história e beleza natural e que nos colocam bem perto das raízes do nosso belíssimo país. Confie em nós e visite estas aldeias. Verá que dará por bem empregue o seu tempo!

Os nossos companheiros de viagem

Para percorrer a Estrada Nacional 16 utilizamos dois SEAT Arona FR. Dois SUV do segmento B que mostraram qualidade ao nível do conforto e do surpreendente espaço interior que permitiu recolher lembranças ao longo do percurso e acomodá-las juntamente com a bagagem desta viagem da Costa à Fronteira.

Pode ficar a conhecer toda a gama da marca na página oficial SEAT e boas viagens!

Onde dormir, onde comer e quantos dias de viagem?

Pode parecer desnecessário planear uma estada para pernoitar uma ou mais noites perante um percurso tão curto. Porém, queremos que desfrute de todas as belezas culturais, paisagistas e gastronómicas com… calma. Por isso recomendamos que reserve, pelo menos, alguns dias para cumprir os 225 km de Aveiro até Vilar Formoso e visitar tudo a que tem direito.

Neste guia encontrará todas as dicas para organizar a sua viagem. Do mapa dos percursos aos locais onde comer e pernoitar.

Porque queremos que desfrute o mais possível da viagem, preparamos para si um guia completo onde vai encontrar muitas (e muito boas!) sugestões de locais a visitar, sítios para provar as iguarias das regiões que vai atravessar e onde poderá pernoitar de forma agradável e retemperadora. Desta forma, como lhe recomendamos, poderá desfrutar da riqueza desta proposta de rota turística.

Fique descansado que vamos ajudá-lo, mas não lhe revelamos tudo! Primeiro porque a riqueza cultural, o património natural e humano, a história e os sabores que poderá encontrar nesta viagem são incontáveis. Depois, porque não seria uma aventura de descoberta se já soubesse tudo o que vai encontrar. E, finalmente, porque, dependendo da altura do ano em que percorrer a EN16, há novas paisagens, novos eventos e os sabores típicos de cada época para provar. 

Por isso, não se fique apenas pelas nossas sugestões e atreva-se a descobrir a fundo cada local por onde passa esta magnífica estrada, visitando os postos de turismo e falando com as gentes e comerciantes locais. E quem sabe, repetir esta viagem várias vezes!

Planear a viagem

Preparámos um mapa digital (Google Maps) que pode usar para percorrer a Estrada Nacional 16, de Aveiro a Vilar Formoso.

Neste guia, vai ainda encontrar vários mapas de ligação entre cada uma das localidades que visitámos, para que possa sempre seguir a N16 a partir de qualquer um dos pontos. Basta clicar em cada botão e poderá ver e seguir cada mapa em formato Google Maps. Posto isto, façamo-nos então ao caminho!

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Rotas de Portugal – Estrada Nacional 16

Se reservar alguns dias para ir da Costa à Fronteira, dedique o primeiro para chegar a Aveiro, terra dos Ovos Moles e dos Moliceiros. E aqui tem, imediatamente, muito para conhecer.

Aveiro, a cidade dos Moliceiros

Conhecida como a Veneza de Portugal, Aveiro é um importante centro urbano, portuário, ferroviário, universitário e turístico. Uma escaramuça entre tropas castelhanas e cavaleiros portugueses da ordem de Cristo, fruto da crise dinástica de 1383 – 1385, deu origem à cidade de Aveiro. Comandados por João Cabral, 120 bravos homens lusitanos derrotaram um batalhão de 250 castelhanos e galegos que, derrotados fugiram para aquela que é hoje conhecida como… Vilar Formoso.

A Ria de Aveiro, o coração da cidade, trouxe à cidade os Moliceiros. Usados para recolher algas e sargaço, servem hoje para belos passeios turísticos pela cidade. A arquitetura da cidade, com vários edifícios de “Art Nouveau” fazem dos passeios a pé uma delícia. A história da cidade está presente nos museus e no património religioso, como a magnífica Igreja da Misericórdia.

Percorrer os canais da cidade a bordo de um Moliceiro enquanto se delicia com Ovos Moles é um cliché que não pode deixar de experimentar!

O colorido dos belos padrões de azulejos nas fachadas dos edifícios que formam as típicas ruelas piscatórias contrastam com o lado mais moderno da cidade numa fusão que faz de Aveiro uma das cidades mais charmosas do país. E a presença de uma das melhores Universidades traz-lhe um ambiente jovial que deixa a sua marca por todo o lado.

Conforte a alma a visitar a cidade e o corpo a provar as suas iguarias. Das oferendas do mar, sob a forma de caldeiradas, marisco ou peixe grelhado, aos doces tracionais, como os Ovos Moles, vendidos em barricas de madeira ou forrados a massa de diversos formatos.

Deixamos a o Oceano Atlântico e a cidade para trás e partimos agora para os primeiros quilómetros da Estrada Nacional 16, que nos vão levar de Aveiro até Albergaria-a-Velha.

Incontornavelmente:

  • Mosteiro de Jesus
  • Edifício da Câmara Municipal de Aveiro
  • Estátua a Santa Joana
  • Praça do Peixe
  • Jardim Infante D. Pedro e Coreto
  • Igreja da Misericórdia
  • Sé Catedral de Aveiro
  • Teatro Aveirense
  • Casa onde nasceu Fernando Pessa, na Rua do Carmo
  • Museu da Cidade
  • Museu de Santa Joana

Albergaria-a-Velha, a cidade da Rota dos Moinhos

Quando D. Teresa, rainha de Portugal e mãe de D. Afonso Henriques, doou terras ao fidalgo Gonçalo Eriz em 1117, obrigou a manter aberta uma Albergaria para acolher os viajantes pobres. Na Capela do Santuário da Senhora do Socorro, o cruzeiro de granito que remonta ao século XVII diz-nos que “Aqui começa a Albergaria da Rainha D. Teresa”.

Albergaria-a-Velha, pela presença do rio Caima, sempre teve muitos moinhos de água e hoje ainda estão muitos para visitar. Nas ribeiras de Albergaria-a-Velha, Fontão, Frias, Fial e Mouquim encontram-se registos ou vestígios de 356 moinhos. É a cidade europeia com maior número de moinhos de água devidamente documentados. Visitá-los faz parte de uma experiência inolvidável.

Albergaria-a-Velha guarda autênticos paraísos naturais que convidam, sem sobra de dúvida, a uma visita com bastante vagar.

Terra vaidosa da sua beleza, Albergaria-a-Velha gosta de ser ver ao espelho, sobretudo no magnífico espelho de água da Pateira de Frossos, junto às garças e cegonhas que por ali passeiam. Por outro lado, o Monte de Nossa Senhora do Socorro é local de peregrinação, pois o panorama deslumbrante para a Serra e para o Mar convida à reflexão.

Não deixe também de visitar o centro da cidade, onde poderá apreciar algumas obras arquitetónicas, e terminar a visita a provar algumas das iguarias típicas da região como a enguia, a lampreia, os rojões e o leitão assado seguidos dos doces tradicionais, os “turcos”.

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Albergaria a Velha

Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Sever do Vouga.

Incontornavelmente:

  • Casa e Capela de Santo António
  • Castelo e Palacete da Boa Vista
  • Igreja Matriz de Albergaria-a-Velha
  • Pelourinho de Angeja
  • Pelourinho de Frossos
  • Monte de Nossa Senhora do Socorro
  • Pateira de Fermentelos
  • Pateira de Frossos

Sever do Vouga, abençoada pela natureza

Atravessada pelo rio Vouga, a vila de Sever do Vouga nasceu em 1514 e é um cantinho abençoado por uma natureza deslumbrante feita de rios e quedas de água que apelam ao repouso.

Com uma mancha florestal que ocupa cerca de três quartos do território, o que não falta nesta região é a comunhão com a natureza, com a calma, com o relaxamento. E, claro, o contraste dessa pacatez com os desportos de natureza e aventura! Tudo isso, polvilhado com a história presente em locais como o Forno dos Mouros, a Necrópole da Anta da Cerqueira, Chão Redondo e a Anta da Capela dos Mouros.

Sever do Vouga mantém um artesanato que preserva a tradição dos saberes e os sabores genuínos de uma gastronomia ímpar.

Os moinhos de água, pelourinhos e eiras comunitárias junto com espigueiros são exemplos do património histórico que merece uma visita calma para se saborear cada detalhe. Tal como as Cascatas da Cabreira e da Frágua da Pena ou a Ponte do Poço de S. Tiago.

Sever do Vouga mantém um artesanato que preserva a tradição dos saberes e os sabores genuínos de uma gastronomia ímpar. É quase obrigatório para quem passar por aqui, experimentar as Rotas da Lampreia e da Vitela.

Sever do Vouga

Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Oliveira de Frades.

Incontornavelmente:

  • Parque Urbano da Vila
  • Museu Municipal e a Biblioteca
  • Minas do Braçal
  • Pelourinho de Couto de Esteves
  • Pelourinho de Sever do Vouga
  • Forno dos Mouros
  • Necrópole da Anta da Cerqueira
  • Chão Redondo
  • Via Romana
  • Anta da Capela dos Mouros
  • Cascata da Cabreia

Oliveira de Frades, território com mar e serra

Oliveira de Frades tem as suas raízes num território com vincos de mar e serra, pois quem vem de Aveiro e das suas praias, entra nas Serras do Caramulo, Ladário e Gralheira antes da Serra da Estrela pela “porta” de Oliveira de Frades. Por outro lado, vive com o Rio Vouga e outras correntes fluviais como o Águeda, Alfusqueiro e Teixeira. A água sempre presente de mãos dadas com a serra, o que oferece uma paisagem bucólica com vários tipos de árvores que apelam à calma e à reflexão num ambiente luxuriante misturando serra granítica com arvores e rios

Não espanta, por isso, que as praias fluviais sejam de excelência como Destriz e Sejães, e a vista da albufeira de Riveiradio seja absolutamente magnífica. Se o lado mar é de beleza extrema, o lado serra não deixa créditos por mãos alheias com as antas e mamoas da Serra do Ladário e o Posto da Vigia onde, com alguma paciência, conseguirá ver o mar de Aveiro. Depois, a Bezerreira vai chamar por si lá no alto do Caramulo.

Em Oliveira de Frades tudo é feito para que quem a visite leve consigo na bagagem a ideia e o sonho de voltar!

Os moinhos e lagares de azeite, o Museu de Técnicas Rurais localizado no Centro Histórico, as festas populares e os roteiros e percursos pedestres destacam-se nesta vila de portas abertas onde tudo é feito para que quem a visite leve a ideia e o sonho de voltar.

Oliveira de Frades também é conhecida como a capital do Frango do Campo e todos os anos, em julho, na festa da vila o último dia é dedicado a uma mostra gastronómica de Frango do Campo. A gastronomia espraia-se, ainda, para a bela Vitela à Lafões e na doçaria desfrute das broinhas de ovos moles, manjar de mirtilo e os famosos Pastéis D’Ulveira.

Oliveira de Frades
Oliveira Frades N16 1

Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Vouzela.

Incontornavelmente:

  • Anta da Arca ou Pedra dos Mouros
  • Pedras das Ferraduras Pintadas
  • Anta de Antelas
  • Albufeira de Ribeiradio
  • Praia Fluvial de Destriz
  • Museu das Técnicas Rurais

Vouzela, o Coração do Centro

Vouzela é um concelho que marca a diferença pelo seu património rico em valores gastronómicos e históricos. Já a vila de Vouzela, parte do distrito de Viseu, divide o território de Oliveira de Frades e criou a marca “Vouzela – O Coração do Centro”.

O nome Vouzela vem do século XI onde existiu o primeiro banco da comunidade portuguesa no Brasil. A vila foi berço de figuras históricas como D. Duarte de Almeida (o Decepado de Toro), São Frei Gil, padroeiro de Vouzela, entre outros.

Com amplo património gastronómico, paisagístico e histórico, Vouzela é o coração do Centro de Portugal

Com um património particularmente rico em valores naturais, gastronómicos e históricos, preserva um considerável bosque de carvalho. A Mata da Pernoita e a Mata de Nossa Senhora do Castelo são locais de enorme beleza e, nesta última, há vestígios de ocupações ancestrais. É em Vouzela que se situa a maior população de Loendro (pequeno arbusto com folhas persistentes e flores de cor-de-rosa ou branca) em Portugal.

Locais mágicos que merecem uma visita a pé, de bicicleta ou de carro. A gastronomia é rica e variada e vai da Sopa Seca de Alcofra até à famosa Vitela de Lafões (carne suculenta e feita de diversas maneiras), rematando para uma explosão de sabores o Pastel de Vouzela e o Folar de Vouzela.

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a São Pedro do Sul.

Incontornavelmente:

  • Anta da Arca ou Pedra dos Mouros
  • Pedras das Ferraduras Pintadas
  • Anta de Antelas
  • Albufeira de Ribeiradio
  • Praia Fluvial de Destriz
  • Museu das Técnicas Rurais

São Pedro do Sul, o concelho termal por excelência

As águas mineromedicinais usadas pelos romanos devido aos poderes curativos são o destaque de São Pedro do Sul, concelho que faz parte do território das Montanhas Mágicas. O termalismo tem origem milenar e São Pedro do Sul recebeu as visitas de D. Afonso Henriques e da Rainha D. Amélia. Ambos desfrutaram da água mineral natural, sulfúrea e pouco mineralizada que surge à superfície a uma temperatura de 68 graus e distribuída por dois balneários. Cujos nomes são… Rainha D. Amélia e D. Afonso Henriques.

As Termas de São Pedro do Sul, além dos poderes curativos são um local que exige uma visita, pois o seu encanto não termina nas águas termais. Há um património natural e de gastronomia que exige ser explorado com calma e atenção.

São Pedro do Sul tem recantos e encantos que merecem uma visita demorada que termina à mesa com um cabrito ou uma Vitela à Lafões

Para lá das termas, a serra da Arada e de São Macário são ex-libris da região ao “esconderem” aldeias típicas e de xisto com histórias curiosa e bizarras. O mergulho nos rios, ribeiras e poços faz parte da tradição e passear pela zona permite descobrir mosteiros, igrejas e santuários, abundantes na região.

Trilhos e percursos requisitam tempo para desfrutar das maravilhosas paisagens. Rematar o passeio com um delicioso Cabrito Assado ou uma Vitela á Lafões acompanhados pela broa de milho, é um festim para os sentidos que explodem com os vinhos e a doçaria de São Pedro do Sul.

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Viseu.

Incontornavelmente:

  • Castro da Cárcoda
  • Solar das Malafaias
  • Convento de São Cristovão e Igreja de Lafões
  • Palácio de Reriz
  • Pedra Escrita

Viseu, portas abertas no Coração da Beira Alta

Viseu, a Cidade de Viriato, e também, a Cidade-Jardim e a Cidade Vinhateira do Dão, está no coração da Beira Alta, e sempre de portas abertas para aqueles que se desejam apaixonar pela dinâmica cultural imprimida há vários anos, pela gastronomia e pelas qualidades paisagistas.

A Feira de São Mateus, com mais de 630 anos, já atraiu bem mais de um milhão de visitantes, sendo o evento que se cola à cidade como um dos ex-libris. Nasceu Feira Franca em 1188, como prenda de D.João I de Portugal por Viseu se ter mantido fiel ao rei na crise de 1383-1385, passou a Feira de São Mateus no Século XVI.

Viseu, Cidade de Viriato, Cidade-Jardim e a Cidade Vinhateira do Dão, está sempre de portas abertas para aqueles que se desejam apaixonar por um destino de excelência

Os eventos enoturísticos – Tons de Primavera, Festa das Vindimas e Vinhos de Inverno – estão a vincar a dinâmica da cidade com uma identidade criativa e feliz ao longo de todo o ano. A rica gastronomia junta-se à ampla rede de alojamento para oferecer uns dias bem passados na Cidade de Viriato. Nome que adere à história da cidade porque se acredita que o herói lusitano nasceu na região. Sendo banhada pelos rios Vouga, Dão e Pavia, Viseu oferece locais de reflexão e beleza incomparável que reclamam a sua visita.

Por outro lado, enclausurada entre as serras do Caramulo, Buçaco, Estrela e Montemuro, Viseu está no encaixe entre o Norte e o Centro de Portugal, oferecendo opções diferenciadas para passeios, trilhos ou simplesmente descansar.

Os muitos pinheirais vão resistindo ao avanço do eucalipto e das mimosas não sendo por acaso que é conhecida como a Cidade do Verde Pinho. Por isso, a Mata do Fontelo, o Parque Aquilino Ribeiro e a Quinta da Cruz permanecem santuários que oferecem um manto vegetal esplendoroso. A gastronomia faz-nos criar água na boca ao lembrar o Rancho à Moda de Viseu, o cabrito e a vitela, os Viriatos, as Castanhas de Ovos ou o Pão de São Bento. E todos fazem parte da identidade da cidade de Viseu.

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Mangualde.

Incontornavelmente:

  • Casa de Viriato
  • Muralha Romana de Viseu
  • Basílica Altomedieval de Viseu
  • Sé de Viseu
  • Igreja da Misericórdia de Viseu
  • Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Ribeira
  • Paço da Torre da Rua de D. Duarte
  • Caso do Rossio
  • Casa de São Miguel
  • Edifício da Câmara de São Miguel
  • Museu Grão Vasco
  • Casa da Quinta da Cruz
  • Monumento de Viriato
  • Teatro Viriato
  • Casa Museu Almeida Moreira
  • Museu do Quartzo
  • Casa da Lavoura e Oficina do Linho

Mangualde, paisagens únicas e gastronomia rica

Berço da família de Cabral – foi aqui que nasceu Pedro Álvares Cabral, navegador que descobriu Terras de Vera Cruz, Brasil – Mangualde oferece um património extraordinário e uma hotelaria de qualidade a que se juntam diversos equipamentos que tornaram a cidade uma das mais visitadas pelos turistas.

Destaca-se o Palácio dos Condes de Anadia, uma sumptuosa construção que marca de forma clara a paisagem de Mangualde. Curiosamente, a capela que está anexa é anterior ao palácio e mantém o primitivo retábulo que invoca São Bernardo. A cerca granítica e a mata adjacente transforma este palácio num oásis dentro da cidade. A Ermida de Nossa Senhora do Castelo, erigida no topo de uma colina e a Igreja da Misericórdia, fazem parte do roteiro da visita a Mangualde. Por outro lado, as Ruínas Romanas da Raposeira (datadas do século 1 depois de Cristo) tem, igualmente, um belo circuito de visita com seis pontos distintos de observação.

Para quem gosta de percursos pedestres, Mangualde oferece a oportunidade de conhecer todos os recantos mais escondidos– o Dolme de Cunha Baixa, o Castro do Bom Sucesso entre outros –  e deliciar-se com a traça dos edifícios urbanos, bebendo a história do concelho e dos nossos antepassados.

Mangualde oferece paisagens únicas, estruturas turísticas sedutoras e diversos equipamentos que tornaram a cidade uma marca de excelência e de sucesso

É em Mangualde que pode encontrar uma das melhores praias urbanas da Europa, a Live Beach. É uma praia de água salgada artificial que é suportada por um clube noturno que reclama oferecer as “melhores noites do Verão”. Para quem goste de termas, tem a oportunidade de visitar as termas de Alcafache cujas águas sulfúricas e quentes com idade superior a 14 mil anos, são excelentes para debelar problemas musculares, respiratórios e reumatológicos.

E depois de uma boa sessão termal, um belo passeio ou uma incursão à praia, nada melhor que deixar explodir na boca os sabores de um Cozido Beirão à Moda de Mangualde ou de um Cabrito Assado em Forno de Lenha, acompanhado por um belo vinho do Dão e rematado com um Pastel de Feijão. Até dá água na boca…

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Fornos de Algodres.

Incontornavelmente:

  • Casa de Santa Eufêmea
  • Anta da Cunha Baixa
  • Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão
  • Capela de Nossa Senhora do Castelo
  • Casa da Mesquitela
  • Palácio dos Condes de Anadia

Três regiões vitivinícolas com muito para descobrir e desfrutar

Atravessar o país do mar à fronteira oferece, para lá das belezas paisagistas e da excelente gastronomia, a possibilidade de cruzar três regiões onde o néctar dos Deuses é apresentads de forma absolutamente inesquecível.

A Estrada Nacional 16 cruza três regiões vitivinícolas muito conhecidas e de grande qualidade: Bairrada, Dão e Beira Interior. Regiões que nas suas diferenças oferecem a mesma qualidade no vinho com características ímpares. Um espelho da riqueza dos sabores vínicos de Portugal.

N16 Vinhos

Os Vinhos da Bairrada

Estando situada entre Águeda e Coimbra e espraiando-se desde o litoral e as serras do Caramulo e Bussaco, a região vitivinícola da Bairrada é atravessada pela N16 e é uma daquelas regiões portuguesas com grande personalidade. O cientista António Augusto de Aguiar estudou, em 1867, os sistemas de produção de vinhos da região e maravilhado com as condições, fundou vinte anos mais tarde a Escola Prática de Viticultura da Bairrada. Foi lá que nasceu a criação do vinho espumante em 1890. E foi com os espumantes que a Bairrada conquistou o Mundo, pois são frutados com um toque mineral e uma boa estrutura.

Rotas de Portugal EN17 Bairrada 1

A região da Bairrada é uma paisagem de terras planas e férteis que se caracteriza pelo clima suave indubitavelmente influenciado pela proximidade do oceano. É Denominação de Origem Controlada (DOC Bairrada) desde 1979 para vinhos bancos e tintos e desde 1991 para espumantes. Foi terra de passagem e assistiu a batalhas entre cristãos e árabes na conquista do caminho para o sul. Era Coimbra a capital. Os lusos detiveram as forças napoleónicas no Buçaco, mas todas as batalhas não tocaram na madre do néctar dos deuses e a grande mancha de vinha manteve-se ao longo dos séculos imune às lutas pelo poder.

Foi com os espumantes que a Bairrada conquistou o Mundo, pois são frutados com um toque mineral e uma boa estrutura que o torna indispensável com o belo Leitão Assado

O clima moderado tipicamente atlântico oferece uma grande amplitude térmica e invernos chuvoso e verões suaves. As diferenças de temperatura, que chegam aos 20 graus, na altura do amadurecimento das uvas, permitem manter a acidez do fruto o que se repercute na frescura dos vinhos que dali nascem.

O solo divide-se entre “terroirs” argilosos, arenosos e calcários e as vinhas “Bairrada” recebem este nome se estiverem instaladas em solos calcários pardos ou vermelhos, litólicos e húmicos ou não húmicos e, finalmente, em podzóis de materiais arenáceos pouco consolidados. Sem estas condições, as vinhas não podem receber o nome “Bairrada”.

Os vinhos da Bairrada são feitos com castas de alta qualidade como a Baga (vinho tinto) ou a Bical (vinho branco). Sendo uma região demarcada (DOC), foi dada autorização especial ara plantar castas estrangeiras como Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir. A Touriga Nacional e a Tinta Roriz fazem parte das castas encontradas na Bairrada. Mas há mais. Dentro dos 10 mil hectares de vinha, podem ser encontradas castas Arinto, Rabo de Ovelha, Cercial e Chardonnay. Entre as brancas, destacamos a Fernão Pires que é a mais plantada na região denominada Maria Gomes.

Os espumantes da Bairrada, como referimos acima, são sobejamente conhecidos e acompanham, por exemplo, o belo Leitão Assado à Bairrada com batata frita e o delicado molho. Por outro lado, os brancos são delicados e suaves, sendo muito apreciados em todo o mundo.

A nossa seleção:

Os Vinhos do Dão

A região vitivinícola do Dão produz vinhos que envelhecem bem em garrafa pelas particularidades dos “terroirs” onde estão as vinhas. Situadas entre os 400 e os 700 metros de altitude e em solos onde predominam os pinheiros e as culturas de milho, as vinhas estão rodeadas de serras que as protegem da agressão dos ventos. A Beira Alta é o berço desta região de Denominação de Origem Controlada (DOC).

Rotas de Portugal EN17 Dão 1

Como referimos, rodeada pelas serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela, o Dão é uma zona montanhosa com 20 mil hectares de vinhas que se desenvolvem em “terroirs” xistosos ou graníticos de pouca profundidade. O clima na região ainda recebe influência do Atlântico, mas com predominância para o clima do interior. Assim sendo, os invernos são frios e chuvosos e o verão quente e seco. Os rios Dão e Paiva enquadram uma região de rara beleza com maravilhosos recantos.

Os tintos do Dão são muito encorpados, aromáticos, nobres e elegantes que devido à proteção das serras, ganham complexidade após envelhecerem em garrafa

A vinha foi desenvolvida pelo clero, pois eram eles que conheciam as práticas agrícolas. E aproveitando essa vantagem e a sua grande influencia nas populações, foram ocupando muitas terras para lançar vinhas e aumentar a produção do Néctar dos Deuses. Os monges de Cister foram dos grandes responsáveis pela disseminação da vinha. Mas a partir da segunda metade do século XIX, com as pragas do míldio e da filoxera, o desenvolvimento assentou arraiais na região. A evolução foi notória e em 1908 o Dão tornou-se na segunda região demarcada portuguesa.

O Dão DOC caracteriza-se pela capilaridade de propriedade de pequena dimensão. Por via disso, durante décadas, os produtores entregavam as uvas ás adegas cooperativas que as transformavam em vinho, posteriormente, vendido a retalho para engarrafar ou vender com marcas diferentes. Tudo mudou com a entrada em 1986 na Comunidade Europeia: empresas fora da região que compravam vinho às adegas, passaram a explorar a vinha adquirindo terrenos, as cooperativas modernizaram processos e criaram marcas próprias e os pequenos proprietários lançaram-se na produção própria. Até a vinha foi reestruturada com a aplicação de novas técnicas.

As vinhas do Dão são compostas por uma enorme diversidade de castas. Destacamos a Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz, para além da Baga, Bastardo e Tinta Pinheira. Isto para os vinhos tintos. Para os brancos encontramos Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho. Mas também encontramos Rabo de Ovelha e Verdelho. A combinação destas castas e dos “terroirs” da região produz vinhos brancos muito aromáticos, frutados e equilibrados. Por seu turno, os tintos são muito encorpados, aromáticos, nobres e elegantes que devido à proteção das serras, ganham complexidade após envelhecerem em garrafa.

A nossa seleção:

Os Vinhos da Beira Interior 

Para o apreciador de vinhos, a altitude é talvez a característica que mais facilmente define a Beira Interior. Mas esta região é muito mais do que os seus planaltos e montanhas: da diversidade das sub-regiões à singularidade das castas de uva locais, passando pelo fantástico património das vinhas velhas e pela preservação ambiental, a Beira Interior é todo um reservatório de autenticidade vitivinícola, onde qualidade e diferença andam sempre de mãos dadas. 

Rodeada pelas Serras da Estrela, Gardunha, Malcata e Marofa, as vinhas estão normalmente plantadas em zonas planálticas ou de encosta, entre os 350 e os 750 metros de altitude. Numa explicação simplista, a altitude significa, sobretudo, acidez e frescura, um bem raro e precioso nas regiões de vinho mais afastadas do litoral.

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A Beira Interior está dividida em três sub-regiões: Pinhel, Castelo Rodrigo e Cova da Beira, a maior das três e a mais a sul. Diferenças de altitude, relevo, humidade e temperatura, conduzem a diferentes terroirs nos cerca de 16 mil hectares de vinha da região. Para essa diversidade contribui também o perfil do solo na Beira Interior, maioritariamente granítico, mas com várias zonas arenosas, de xisto e quartzo. 

Os vinhos da mais alta região vitivinícola de Portugal espelham fielmente o forte caráter do “terroir” que os viu nascer.

A interioridade permitiu à Beira Interior conservar grande parte do seu património genético vitícola, patente nas muitas parcelas de vinha velha existentes na região.

Ao nível de castas identitárias cumpre destacar as brancas Síria e Fonte Cal, e a tinta Rufete. A Síria será porventura a variedade que mais apreciadores relacionam com a Beira Interior e é conhecida no Alentejo como Roupeiro. Mas a mais identitária talvez seja a Fonte Cal, uma uva local praticamente inexistente fora da Beira Interior, e que cada vez mais produtores elegem como primeira escolha graças à estrutura, cremosidade e elegância dos vinhos que origina.  

Seja qual for a casta ou castas utilizadas, as variedades de uva fazem parte de um terroir onde solo, clima e gentes se moldam e conjugam para criar uma identidade. Esse todo é maior do que a soma das partes e os vinhos da Beira Interior são o reflexo disso mesmo. Vinhos dos altos, brancos, rosés e tintos firmes, sérios, elegantes, longevos, com todo o carácter da terra que os viu nascer. 

A nossa seleção:

Fornos de Algodres, queijos e vinhos em sociedade

O nome não é comum, mas como na Idade Média tudo se chamava “terras” a vila começou por ser Terra de Algodres passando a Termo quando foram criados os concelhos. E o nome Algodres passou a denominar uma série de paróquias. A antiga vila de Fornos não pode ficar sem o sufixo e passou a denominar-se Fornos de Algodres. E em 1836 foi constituído o concelho de Fornos de Algodres.

Descobrir esta zona no sopé da Serra da Estrela é uma missão que, rapidamente, se transforma em prazer. Desde logo pelo rico património natural que destaca a Fraga da Pena e o Castro de Santiago. Depois é deixar os olhos percorrerem a linha desenhada pelas serras da Esgalhada e da Estrela. Onde a vegetação é rica e o contraste da cor das vinhas, olivais e pinhais com os tons mais suaves dos longos prados pontilhados por flores nos deixam sem fôlego.

Descobrir Fornos de Algodres, no sopé da Serra da Estrela, é uma missão que, rapidamente, se transforma em prazer.

Fornos de Algodres exibe, ainda, um património arqueológico e arquitetónico que deixam qualquer um impressionado. Em poucos quilómetros podemos fazer uma viagem no tempo com mais de cinco milénios. Os Dólmenes, as calçadas e pontes romanas, as Necrópoles, Igrejas, Capelas, enfim, muitas coisas que nos vão empanturrar de cultura e conhecimento. Não menos importantes as casas brasonadas que nos contam a história dos primórdios da nação.

Se a natureza e a história andam de mãos dadas por Fornos de Algodres, a vila reserva-nos mais um convite aos sentidos. Parte das regiões demarcadas do vinho do Dão e do Queijo da Serra da Estrela, a vila de Fornos de Algodres delicia-nos com estes manjares a que se juntam os magníficos enchidos e o famoso e delicioso Cabrito à Moda de Fornos. E se o queijo, o vinho e o cabrito fizeram os sentidos pular de satisfação, o remate final com um Arroz-Doce ou um Leite Creme é soberbo. Fornos de Algodres é alpondra para a Serra da Estrela e para nos encaminhar rumo à fronteira, mas merece que vá contemplar o passado e o presente, a paisagem e o património e saborear o que de melhor Portugal e o interior têm para oferecer.

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Celorico da Beira.

Incontornavelmente:

  • Igreja da Misericórdia de Algodres
  • Pelourinho de Algodres
  • Orca do Cortiço
  • Dólmen de Matança
  • Pelourinho de Matança
  • Igreja de Nossa Senhora da Graça
  • Capela de Santo Cristo
  • Capela dos Girões

Celorico da Beira, capital do Queijo da Serra

Celorico da Beira está localizada nos contrafortes da Serra da Estrela sendo atravessada pelo Rio Mondego. É porta de entrada na serra e está a dois passos da fronteira com Espanha. Celorico da Beira tem uma história riquíssima tendo desempenhado papel fundamental na defesa do território.

Um dos pontos emblemáticos é a vista que se pode desfrutar do Castelo para o vale do Mondego e para as encostas de Fiães, castelo este que, alvo de vários cercos sempre resistiu. O seu posicionamento geográfico faz com que o inverno celoricense seja longo (7 meses entre novembro e maio) com temperaturas abaixo de zero e o verão curto (3 meses entre julho e setembro) e muito quente ficando os dois outros meses do ano para a Primavera (junho) e Outono (outubro).

Capital do Queijo com um castelo de vistas deslumbrantes e uma paisagem de cortar a respiração, Celorico da Beira é paragem obrigatória neste roteiro

Para além da riqueza histórica, Celorico da Beira possui uma beleza paisagista deslumbrante e locais que apelam à meditação e ao repouso com praias fluviais e escarpas deliciosas para quem gosta de caminhadas ou desportos de montanha. A raça de ovelhas Bordaleiras é aqui que tem a sua maior população tal como sucede com a Churra Mondegueira.

Os prados verdejantes onde as ovelhas pastam e as condições climatéricas especiais desta vila beirã, oferecem condições de excelência para a produção de Queijo da Serra. Por isso Celorico reclama o título de Capital do Queijo da Serra, pois dentro da região demarcada é quem mais produz o famoso manjar serrano. E, diz-se, o melhor que se pode provar. Por causa disso, a autarquia ergueu, no centro histórico da vila, junto ao castelo, o Solar do Queijo da Serra da Estrela onde pode comprar o fantástico queijo que é de comer e chorar por mais.

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Guarda.

Incontornavelmente:

  • Castelo de Celorico da Beira
  • Igreja Matriz de Santa Maria
  • Troço de Calçada Romana
  • Solar do Queijo da Serra
  • Museu do Agricultor e do Queijo
  • Torre do Relógio
  • Ponte da Lavandeira
  • Necrópole de São Gens

Guarda, muito mais que a cidade dos 5 efes

Inevitavelmente, a Guarda é conhecida pelos 5 éfes. Algo que foi adotado por outras cidades, mas que tem na Cidade Mais Alta de Portugal a sua origem. Ora, a cidade é conhecida Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa. O que querem dizer cada um deles?

Forte. A geografia predominantemente rochosa que alimentou a histórica arquitetura da cidade mais a sua localização conferiu-lhe uma importância ímpar na estratégia militar. Descobrir o castelo e as suas muralhas vão dar-lhe uma noção bem profunda disso e claro, uma vista de tirar o fôlego.  

Farta. Falamos da riqueza natural oferecida pelo Vale do Mondego. Da fauna à flora, que em breve poderá ser apreciada ao longo de 11 km de passadiços. Até lá, estacione o carro, pergunte a um local, calce umas botas confortáveis e parta à aventura. Não se vai arrepender!

A Guarda é a cidade mais alta de Portugal Continental, conhecida como a cidade dos 5 efes: Farta, Forte, Fria, Fiel e Formosa.

Fria. Na Guarda, quando o frio aperta, aperta a sério pela proximidade da Serra da Estrela e por ser a Cidade Mais Alta de Portugal. É bom encontrar recantos onde o ano pinta diferentes paisagens sobre um mesmo quadro natural. 

Fiel. O Alcaide-Mor, Álvaro Gil Cabral, durante a crise de 1383-1385 recusou-se a entregar as chaves da cidade a Castela. E ainda teve fôlego para combater na Batalha de Aljubarrota, para em 1395 ajudar a eleger o Mestre de Avis como D. João I de Portugal. Quem lá vive tem uma paixão enorme por manter a identidade cultural e natural desta região e fazem questão de bem receber. 

Formosa. A beleza natural da Guarda fala por si e se neste roteiro chegará à Guarda empanturrado de beleza natural, terá de encontrar forma de absorver as paisagens da cidade.

Mas a Guarda é mais que apenas os 5 efes. É o berço da Língua Portuguesa, pois foi aqui que se escreveu o primeiro texto literário na nossa língua em 1189. Chamava-se Cantiga da Ribeirinha e era da autoria do galego Paio Soares de Taveirós para a sua amada Maria Pais Ribeira, mais conhecida como Ribeirinha. Destaca-se, também, o Arvoredo do Hospital da Guarda e muitas outras zonas naturais belíssimas. A gastronomia é muito variada, mas para si destacamos o Caldo de Grão, o Bacalhau à Conde da Guarda, as Morcelas da Guarda e o Arroz Doce. Tudo embrulhado pela simpatia e pela hospitalidade da cidade dos cinco efes.

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Castelo Mendo.

Incontornavelmente

  • Solar dos Vinhos da Beira Interior
  • Sé Catedral da Guarda
  • Torre de Menagem
  • Judiaria
  • Igreja da Misericórdia
  • Torre dos Ferreiros 
  • Museu da Guarda

Castelo Mendo, Aldeia Histórica

Localizada já perto da fronteira, Castelo Mendo cola a sua história à vocação militar de defesa e consolidação do território de Portugal. Acredita-se que tenha sido um castro neolítico onde os romanos assentaram um castelo com três ordens de muralhas. Era, também, passagem para as vias romanas de ligação a Almeida e à Guarda. Os bárbaros acabaram por reduzir a escombros Castelo Mendo, tendo sido reconstruída por ordem de D.Sancho I em 1186.

A aldeia é constituída por dois núcleos com muralhas, a Cidadela e a Barbacã. A primeira tem uma forma oval e, ainda hoje, conseguimos distinguir as origens de Castelo Mendo no traçado das suas ruas. Ficará maravilhado com os edifícios que resistem à passagem do tempo. A segunda é o burgo novo que está protegido por uma muralha dionisiana. Foi guarnecida por oito torres, mas o terramoto de 1755 destruiu-as parcialmente.

Uma das 12 Aldeias Históricas, Castelo Mendo merece uma paragem demorada para beber a história do nosso país e a cultura que jorra pelas paredes das muralhas do Castelo

O castelo foi reedificado, o foral foi atribuído com muitos privilégios em 1239. Mais tarde, em 1281, recebeu Carta de Feira nascendo, assim, a primeira feira portuguesa. E ontem, tal como hoje, muitos privilégios foram concedidos para que o mercantilismo funcionasse. As muralhas foram sendo reconstruídas amiudes vezes e Castelo Mendo sempre desempenhou um papel fundamental na defesa contra Castela. E, também, no século XIX, durante as Invasões Francesas.

Recebeu a primeira escola oficial em 1782 com D. Maria I e em 1870 passou para o concelho de Almeida. É uma das 12 Aldeias Históricas de Portugal e merece, sem sombra de qualquer dúvida uma paragem demorada para beber a história do nosso país e a cultura que jorra pelas paredes das muralhas de Castelo Mendo. Não esquecendo de provar o arroz e as carnes guisadas com Serpol, um tomilho que aromatiza de forma excecional a comida, rematando com um arroz-doce. Ou então com Papas de Carolo ou o pão-de-ló enfeitado com calda de açúcar.

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Almeida.

Incontornavelmente:

  • Castelo de Castelo Mendo
  • Aldeia de Castelo Mendo
  • Pelourinho
  • Igrejas de Castelo Mendo

Almeida, Aldeia Histórica

Vila raiana situada no concelho de Almeida foi tomada por D. Dinis em 1296, encontrando-a muito danificada. Decidiu deslocá-la para o local onde hoje se encontra e construir um novo castelo. Povoou-o e deu-lhe foram mantendo-se como vila desde essa altura. O destaque, óbvio, vai para a fortaleza que com uma forma de estrela com doze pontas é um exemplo absolutamente espetacular dos sistemas de defesa europeus do século XVII.

Com nome de origem árabe (Al Mêda), Almeida significava “a mesa”, pois olhando da fortaleza para o horizonte, a vila está implementada num planalto, lembrando… uma mesa. Mas aqui a história bifurca-se e se a lenda diz que a origem vem de uma mesa cravejada de pedras preciosas que existiu naquele lugar, outros dizem que se chamava Atmeidan porque era um lugar de corrida de cavalos. Enfim, Almeida é uma aldeia lindíssima com muito para ver e descobrir já bem perto do final da jornada que liga o mar à fronteira.

Almeida é uma aldeia lindíssima com muito para ver e descobrir já bem perto do final da jornada que liga o mar à fronteira

Pode assistir no último fim de semana de agosto à recreação histórica do Cerco de Almeida, visitar o Museu Histórico Militar e dar repousantes passeios de charrete ou mais mexidos em cima de um cavalo. Pode visitar, igualmente, o Centro de Estudos de Arquitetura Militar e ao Museu Histórico Militar.

Por outro lado, há rotas pedonais e de BTT e a gastronomia vai fazê-lo parar. Destacamos o bacalhau e os pratos de caça. Os recursos paisagísticos são comuns a toda esta zona da raia lusitana, com muitas árvores e plantas rasteiras que oferecem um colorido muito próprio a Almeida, uma das 12 aldeias históricas de Portugal.

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Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Castelo Bom.

Incontornavelmente:

  • Muralhas da Praça de Almeida
  • Picadeiro D’El Rey
  • Museu Histórico Militar
  • Quartel das Esquadras

Castelo Bom, Aldeia Medieval

A história de Castelo Bom perde-se na bruma do tempo, datando o primeiro registo de presença humana no local à Idade do Bronze. A espada de Castelo Bom prova isso mesmo. Encontrada espetada numa rocha está hoje no museu da Guarda. A existência de um castro é certificada pela presença a pouco mais de meio quilómetro de vestígios arqueológicos.

A invasão da Península Ibérica pelos Mouros, levou o povo a fugir e a deixar Castelo Bom, entre outros locais, deserto durante séculos sendo palco de batalhas ferozes quando se deu a reconquista. Mas sempre sem ser conseguido o repovoamento. Muito mais tarde, debaixo do domínio do Rei de Leão, Castelo Bom ficou emparedado entre árabes e portugueses. D. Afonso Henriques tentou a conquista. Falhou! Mas D. Sancho conseguiu conquistar Castelo Bom para logo a perder.

Castelo Bom é uma aldeia medieval onde tropeçamos a todo o momento na história e recordação do que foi a defesa de Portugal contra os invasores

Uma sucessão de conquistas e reconquistas leva-nos até D.Sancho II que entre 1240 e 1245 tenta ficar com a vila. Não consegue e será D. Dinis quem recupera Castelo Bom. Tudo porque se casa com a Rainha Santa Isabel e recebe como dote… Castelo Bom!

A história deste importante posto fronteiriço foi feito de guerras – como a Guerra da Restauração entre 1640 e 1668 e as Invasões Francesas (1810) – e a estabilidade só chegou quando foi incluído no concelho de Almeida. O progresso chega já no século XX e em 1946, a história de Castelo Bom leva-a a ser declarada Património Nacional. Recebeu intervenções de fundo que permitiram recuperar a aldeia e torná-la numa das mais belas da Beira Interior e plenamente merecedora de uma visita. Até porque devem experimentar o Cabrito Assado, os peixinhos do rio e o doce de abóbora recheado com amêndoa nesta magnífica Aldeia Medieval.

Continuando a seguir o traçado da EN16 e desfrutando das magníficas paisagens ao longo do caminho, seguimos viagem, agora, rumo a Castelo Bom.

Incontornavelmente:

  • Castelo de Castelo Bom
  • Pelourinho
  • Capela de Nossa Senhora da Assunção
  • Muralha Medieval
  • A porta da vila
  • Miradouro

Vilar Formoso, a porta giratória que faz entrar e sair de Portugal

É a porta principal de entrada por via terrestre em Portugal e o marco final nesta Rota Escape Livre que nos trouxe do mar até à Fronteira. É aqui que mais de cinco milhões de pessoas passam anualmente seja por estrada, seja pela ferrovia. Vilar Formoso é uma vila transfronteiriça dividida em dois núcleos pela ribeira de Tourões.

Por outro lado, a vila fronteiriça desempenhou papel de relevo na fuga dos judeus ao Holocausto. País neutral, Portugal foi o destino de muitos refugiados que entravam por Vilar Formoso rumo ao paraíso sonhado… Lisboa! Por isso a visita ao museu “Vilar Formoso – Fronteira da Paz – Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides Sousa Mendes” é, absolutamente, indispensável. Um espaço que está organizado em seis núcleos (Gente como nós; O Início do Pesadelo; A viagem; Vilar Formoso Fronteira da Paz; Por terras de Portugal e A partida) cuja visita dura cerca de uma hora.

Vilar Formoso desempenhou papel de relevo na fuga dos judeus ao Holocausto pois foi destino de muitos refugiados que entravam por aqui rumo ao paraíso sonhado… Lisboa!

A valorização da moeda portuguesa face á espanhola, trouxe o desenvolvimento e Vilar Formoso passou a ser uma sala de visitas por excelência para o tráfego rodoviário e ferroviário, tal como Lisboa, Porto e Faro são para o tráfego aéreo. Por isso mesmo, um dos orgulhos da cidade é a Estação de Caminho de Ferro, um edifício imponente carregado de história. Também a locomotiva BA-101, única no Mundo, exposta no centro ao lado da estação, merece uma visita.

A entrada em vigor do Euro e o fim do controlo de fronteiras esmoreceu o brilho desta vila tão importante. Vilar Formoso está rodeada de vários maciços montanhosos, como a Serra da Estrela, Serra da Marofa e da Malcata. Inserida na Bacia Hidrográfica do Douro, está perto do Rio Côa. A gastronomia é influenciada pela Beira e por Espanha, ou não fosse uma vila fronteiriça. O Bacalhau à Fronteira da Paz é um dos ex-libris da vila, não esquecendo os enchidos e os pratos à base de caça da região.

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E chega, assim, ao final está jornada através do traçado da EN16, uma viagem rica em paisagens, conhecimento, gastronomia e, sobretudo, de reencontro com o nosso país.

Incontornavelmente:

  • Caminho de Galhegos
  • Pedra Libreira (necrópole)
  • Igreja Matriz de São João Baptista
  • Capela Nossa Senhora da Paz
  • Capela do Santo Cristo da Cruz
  • Calvário
  • Estação Ferroviária

Boas viagens!

A Estrada Nacional 16 faz parte das Rotas de Portugal do Clube Escape Livre que preparamos para si, para a sua família e para os seus amigos. Esta é uma rota cheia de história, cultura e prazer para os sentidos, seja pela beleza paisagística, ou pela gastronomia acompanhada pelos melhores vinhos das três regiões vitivinícolas atravessadas pela EN16.

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Atravessar o país de oeste a este pelas montanhas, ligando o mar à fronteira, é um exercício que lhe vai dar a conhecer a Beira Interior, as raízes da fundação do país e paladares que não conhece fora das grandes cidades.

É um convite à evasão que lhe fazemos, sendo importante lembrar que estes 225 quilómetros devem ser feitos saboreando tudo, sem pressas e sem relógio. Desfrute das unidades hoteleiras e da restauração e acabe este roteiro carregado de conhecimento e sabores. Queremos saber como foi a sua viagem e por isso deixe-nos o seu comentário e as fotografias… Até lá, boas viagens!

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