Entre o Castelo e a Serra da Marofa

As temperaturas amenas e as cores das paisagens, a biodiversidade, a gastronomia generosa e diversificada são alguns dos ex-libris de Figueira de Castelo Rodrigo. A primavera é a estação de referência, porque o território fica pintado de branco e rosa para arrebatar qualquer visitante e figueirense, fotógrafo ou pintor, com as suas amendoeiras em flor. O concelho contudo mostra a sua boa hospitalidade e atrativos durante todo o ano.

Conhecendo já a anual tela de flores, escolhemos o outono para a nossa viagem, até porque o objetivo era também experimentar o novíssimo VW Tiguan, a fim de pôr à prova os seus atributos.

Pelo caminho, não fomos indiferentes à beleza dos campos cultivados, ponteados com oliveiras, amendoeiras e antigos pombais que conferem à paisagem rural uma beleza única, nem à relevante arquitetura religiosa, com igrejas e capelas que não só contam estórias, como também são referência importante na identidade destas gentes.

A história de Figueira remonta à pré-história e prossegue com ocupações dos túrdulos, romanos (que deixaram inúmeros vestígios, vilas, pontes e calçadas), e mouros. Até ao séc. XIX a sede de concelho era Castelo Rodrigo, em homenagem ao alcaide D. Rodrigo, que defendeu a fortaleza em 1296. Hoje é uma das Aldeias Históricas da Beira Interior, diríamos até uma das mais belas, sendo obrigatória a sua visita. Na aldeia, descubra as ruínas do Palácio de Cristóvão de Moura, o pelourinho quinhentista, a cisterna com arcos estilo árabe e manuelino, a igreja medieval e…. certamente uma paisagem que não esquecerá.

A outra Figueira, a de Castelo Rodrigo

As suas ruelas estreitas e sinuosas, e as casas espartilhadas pelas muralhas da velha fortaleza medieval foram alguns dos motivos que levaram a que a sede de concelho passasse para uma área mais ampla, no séc. XVII, na planície aos seus pés, designada Figueira de Castelo Rodrigo. Para soltar as pernas, nada melhor que percorrer as ruas do centro e encontrar o arco abatido do Coro da Igreja Matriz de Figueira bem como a Torre da Igreja que serve de ninho às cegonhas.

Bem perto do centro, a pouco mais de 3 km, a igreja e o convento de Sta. Maria de Aguiar, património nacional, é outro dos ex-libris, não apenas pela sua idade, como também pela monumentalidade. Inicialmente pertença da Ordem de Cister, esta edificação do séc. XII, é conhecido por convento, mas era afinal um antigo mosteiro, visto que a regra vigente era do tipo monacal (exercida por monges), ou seja, vivendo e trabalhando em locais afastados dos povoados. Ademais na auréola dos tempos deste convento, estão os inúmeros milagres atribuídos a Sta. Maria.

Figueira de Castelo Rodrigo é uma das das Aldeias Históricas da Beira Interior, e que vale a pena ser visitada!

Depois de visitada a Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo e o centro de Figueira, certamente não resistimos a explorar aquele peculiar monte que se encontra num dos lados da aldeia e que nos chama. Subimos à Serra da Marofa, a 977 metros de altitude. Na verdade é um dos cartões de visita de Figueira.

O Volkswagen Tiguan foi o SUV mais vendido na Europa em 2019

A geração de 2016 do VW Tiguan recebeu o ansiado restyling e chega ao nosso país com um leque de argumentos digno do SUV favorito dos europeus. Esteticamente, pouco mudou. Exceção feita à nova grelha frontal, aos para-choques da frente e de trás e aos novos faróis LED. No interior as novidades são o painel de instrumentos digital e o sistema de info-entretenimento com ecrã tátil de 10″, comandos por voz e Apple CarPlay sem fios.

Ao volante tínhamos a versão Life, com o motor 1.5 TSI de 130 cv. Apesar de ser um 4×2, não se recusou a percorrer os trilhos figueirenses. Aliás, todo o road-book que preparámos está perfeitamente ao alcance de um 4×2. Ainda assim, com chuva ou condições atmosféricas mais desafiantes, o melhor é contar com uma das versões com o sistema 4Motion, tração integral e seis modos de condução incluindo neve e offroad.

Duas coisas são inegáveis neste automóvel. Em primeiro lugar é que estamos perante um grande passo da marca em direção ao futuro, tanto a nível de tecnologia a bordo como das novas motorizações, que irão incluir também uma versão híbrida. A segunda é que se trata de um carro (mesmo) muito agradável de conduzir!

Primeiramente temos o sistema Travel Assist, com o qual podemos disfrutar de um apoio na direção, travagem e aceleração a velocidades até 210 Km/h. Por outro lado, a gestão ativa dos cilindros permite-lhe, em certas condições, “desligar” dois dos quatro cilindros do motor para uma poupança efetiva de combustível.

Por estas e outras razões que não será surpresa para ninguém quando dizemos que o VW mais vendido na europa no último ano, tem tudo para continuar a lideras vendas e preferências.

Quanto à nossa viagem, na chegada ao cume não percebemos se a emoção é da adrenalina ou do panorama. A réplica do Cristo-Rei, com seis metros, saúda o planalto que abrange Figueira bem como a albufeira da barragem de Santa Maria de Aguiar e ainda Espanha. Contudo, o panorama de 360 graus é todo ele extraordinário.

Nas imediações foi ainda contruída uma via sacra com peculiares capelinhas. Depois da subida, descemos ao vale do rio Côa. Nascido nos Foios, na serra das Mesas, é um dos poucos rios portugueses que efetuam o percurso de sul para norte. Percorre cerca de 135 km até desaguar na margem esquerda do rio Douro, perto de Vila Nova de Foz Côa. Todo o seu percurso é caracterizado por paisagens espetaculares designadas de Ribacôa. Aqui e ali rubricadas com pontes seculares que dão outra graça à fotografia. Fomos encontrá-lo na divisão com o concelho de Pinhel e portanto aproveitámos o momento para uma pausa com piquenique.

Gastronomia pois então

As sugestões gastronómicas não poderiam faltar neste roteiro. Primordialmente a amêndoa, natural ou preparada artesanalmente das mais diversas formas doces ou salgadas, está entre os produtos de excelência. Os pratos principais passam pelo caldo de couves, a sopa de peixe servida em Barca d’Alva, a sopa de “carrapatos”, mas também o forte caldo de feijões com hortaliça. Como prato principal, não experimentámos todos, mas pode escolher entre os assados de cabrito ou borrego, os pratos de coelho, lebre e javali, torresmos, bacalhau assado com batata a murro. Não esqueça no entanto os enchidos, o queijo, as compotas, os biscoitos de Escalhão, os mortoiros e os esquecidos de Mata de Lobos, o mel, mas também as azeitonas e o azeite, de grande sabor.

A adega de Figueira de Castelo Rodrigo é hoje uma referência na qualidade dos seus néctares.

Deixámos para o final deste roteiro um dos grandes ex-libris de Figueira, para o preservar dos solavancos: os vinhos. Antes da despedida, passámos na Adega de Figueira de Castelo Rodrigo, que é hoje o resultado de séculos de presença do vinho e da vinha na região. A “culpa” é dos monges de Cister que habitaram o Convento de Santa Maria de Aguiar, que descobriram esta capacidade dos solos desde o séc. XII.

A adega acabou por ser fundada em 1956 e é hoje uma referência na qualidade dos seus néctares. Antes de mais nada escolhemos alguns DOC assim como selecionámos dois outros em particular: o espumante Castelo Rodrigo em garrafa Magnum 1.5 l, já premiado por diversas vezes. Este foi, aliás, um desafio lançado pelo Clube Escape Livre, em 2015, e desde então que sobe ao pódio de todas as provas desportivas organizadas pelo clube. Depois, tivemos que trazer o Pinking, o único vinho no mundo que, sendo vinificado a partir de uvas brancas, apresenta uma coloração rosa salmão no vinho final, devido ao processo final de maturação.

Bagageira aviada, relaxamento em dia, é hora do novo VW Tiguan nos levar de volta casa!