Hyundai i10 N-Line. Já a formiga tem catarro!

Uma semana ao volante do Hyundai i10 N-Line. O melhor companheiro para a cidade quando temos pressa para chegar ao destino!

Hyundai
Citadino
Hyundai i10 1.0 T-GDi N-Line MY20

Depois do ensaio do Hugo ao mais banal dos Hyundai i10, fiquei curioso para deitar as mãos a este pequenote mais… espigadote! Trata-se da versão “desportiva” do mais pequeno modelo da Hyundai. Afinal, há marcas que ainda apostam no segmento A dos pequenos utilitários e neste caso, ainda bem que assim é! O Hyundai i10 é um regalo no trânsito citadino, e nesta versão N-Line até olham para nós. Recordam-se das versões “apimentadas” dos anos 90 que nos faziam sonhar? Este Hyundai i10 N-Line é aquilo que se pode ter nos dias de hoje…

Depois de uma semana ao volante, depressa nos apercebemos que o i10 anda na cidade como “peixe na água”, mas antes disso vamos ao que o distingue dos outros. Para além de uma dupla ponteira de escape e uma linha vermelha que contorna uma espécie de difusor traseiro, temos jante de liga leve de 16″ específicas e mais alguns apontamentos em vermelho que, na cor da unidade ensaiada, não sobressaem tanto. Esse é, aliás, o único extra desta unidade (370€). A frente exibe uma grelha específica igualmente com apontamentos em vermelho. Na lateral, destaque para o lettering i10 a vermelho no pilar C. O teto em preto compõe o conjunto com um contraste que lhe assenta bem.

Diferente, também por dentro!

O interior, ainda que recorra na sua totalidade a materiais mais duros, normal para o segmento, não denota falhas na montagem nem tão pouco se verificam ruídos parasitas, o que revela uma boa construção. Neste caso dispomos também de alguns detalhes desta versão. Volante, bancos e alavanca das mudanças com pespontos a vermelho e logótipo N-Line. Mostradores do painel de instrumentos com fundo em xadrez. Os tapetes também ostentam o mesmo logótipo com as costuras a condizer e os pedais são em alumínio. O teto é totalmente forrado a material preto, provando que nada foi esquecido para ajudar a conferir um interior mais… desportivo!

Nos lugares traseiros viaja-me melhor do que é habitual no segmento e até o túnel central pouco pronunciado ajuda a um eventual quinto passageiro que conta até com encosto de cabeça. Os passageiros vão bem sentados e a altura é boa. A destoar estão os vidros ainda de comando manual. O interior é amplo, o que por vezes até nos transmite a sensação de estarmos perante um automóvel de segmento superior.

A bagageira conta com 252 l. Pode parecer pouco, mas é das maiores deste segmento que poderá entrar brevemente em vias de extinção. Menos positivo é a chapeleira que se torna pouco prática já que não sobe ao abrir o porta bagagens.

O sistema de info-entretenimento dispõe de ligações para Apple CarPlay e Android auto e um ecrã de dimensões bastante razoáveis para o segmento. Este está incluído numa moldura que dá seguimento para o painel de instrumentos, o que em termos estéticos resulta bem melhor do que um ecrã “pendurado” ao centro da consola. O Hyundai i10 é à prova de futuro sem quaisquer margens para queixas por parte dos mais jovens, adeptos da tecnologia.

Na estrada… um reguila!

Surpreendentemente em estrada o comportamento e a postura do Hyundai i10 também são referência para o segmento. Nem as velocidades mais elevadas, mesmo ligeiramente acima do limite legal, o intimidam. Na cidade, onde este i10 se sente “com o rei na barriga”, os consumos rondam os 5 l/100 km. Explorando a vivacidade do motor 1.0 l de 100 cv, podemos ir até aos 6 / 6,5 l/100 km. Facto que pode suceder com mais frequência do que pensam… o i10 pede brincadeira! A disponibilidade do motor de 100 cv do i10 N-Line é muito boa(!) e permite bons andamentos.

O volante totalmente forrado a pele, tem uma boa pega e oferece comandos para o cruise control e limitador de velocidade, bem como para controle das funções de áudio. A caixa manual é muito precisa e não faltam as ajudas à condução como o alerta de colisão ou alerta de saída involuntária da faixa de rodagem.

Com a potência disponível e a possibilidade de se desligar os sistemas de segurança, juntamente com um travão de mão manual, está feita a receita para algumas brincadeiras. Quem nunca…

Não sei se por isso ou pelo seu todo, o Hyundai i10 foi até eleito o melhor citadino pelos colegas da revista What Car?

Não lhe falta todo o equipamento necessário ou útil para o dia a dia. É o caso do alerta de arranque do veículo dianteiro e da travagem de emergência. Contamos ainda com ar condicionado manual, luzes diurnas em LED, cruise control e limitador de velocidade, banco do condutor regulável em altura, vidros escurecidos, jantes de liga leve de 16″, alarme e luzes de máximos automáticas, entre alguns outros para além dos já referidos nas linhas anteriores.

Espécime em vias de extinção

Numa altura em que várias marcas abandonam os projetos no segmento A, é de louvar e valorizar o empenho da Hyundai no novo i10. Surpreendentemente a marca fê-lo não apenas com uma versão base, mas também com esta versão mais “apimentada” que poderá, nos dias de hoje, fazer as delícias de jovens recém encartados.

Por fim, o preço pedido pela Hyundai por esta versão adequa-se perfeitamente ao mercado e se não esquecermos a garantia de sete anos do construtor resta-me perguntar. O que é que podemos pedir mais?

Conclusão

O Hyundai i10 é um excelente produto para o segmento que, atualmente, tem vindo a perder vários residentes. Oferece bons níveis de espaço com equipamento e boa qualidade de montagem. Adicionalmente esta versão N-Line consegue atribuir-lhe a dose de irreverência necessária, e que não se fica pela aparência. Sabe bem espevitar o pequeno i10 nesta versão.

Ficha Técnica

Cilindrada

998 cm3

Cilindrada

172 Nm

Binário Máximo

100 cv

Potência

Cilindrada

10,5 s

0-100 KM/H

185 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

5,4 l/100 km

Combinado

5,6 l/100 km

Registado

123 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

15 430€

Base

15 800€

Ensaiado


Thumbs UpMotor/caixa. Detalhes da versão. Espaço.

Thumbs DownChapeleira pouco prática.