O segmento SUV é fundamental para qualquer construtor que se preze, especialmente se operar na franja Premium do mercado. Com bons volumes de vendas, SUVs como o Audi Q5 permitem margens de comercialização mais elevadas face aos modelos nos quais se baseiam. Desse modo, a Audi operou algumas alterações no seu Q5 para manter o modelo fresco no mercado, aproveitando ainda para introduzir uma versão Sportback que chega a Portugal depois do verão.
Ligeiros retoques
Com 4,68m de comprimento e 1,89m de largura, o exterior do Audi Q5 recebeu novos para-choques, jantes de liga leve e faróis LED tanto na dianteira como na traseira. A função LED Matrix inclui também uma nova assinatura de iluminação.
Já ao acedermos ao seu habitáculo as alterações foram mais contidas. O info-entretenimento MMI foi substituído pela unidade mais recente, já usada no A4 que ensaiamos aqui.
Audi A4 allroad – Sem barreiras nem obstáculos!
A nova geração da Audi A4 allroad não encontra barreiras nem obstáculos. Dotado de equipamento e tecnologia de ponta, tem tudo para fazer frente aos SUV.
Este perde o comando rotativo junto à caixa de velocidades e passa a ser totalmente táctil. O ecrã está um pouco longe do condutor, mas a legibilidade é boa e os menus fáceis de usar. A navegação tem boa qualidade e o Apple Carplay não necessita de cabo, ao invés do que acontece no Android Auto. O Virtual Cockpit continua a ser um atributo dos modelos Audi pela boa definição e opções de configuração. Há também novos materiais e revestimentos disponíveis no Q5.
Qualidade é a norma, mas espaço nem por isso…
Todavia o espaço na traseira não foi melhorado. O túnel central é muito alto e prejudica bastante o conforto de um terceiro passageiro, apesar da largura ser suficiente. Também a base do banco traseiro poderia dar mais apoio às pernas dos ocupantes. A utilização familiar completa-se com uma menção aos 520 litros de capacidade da bagageira.
O ambiente interior é de qualidade, com poucos plásticos duros e superfícies macias em quase todo o lado. A montagem está em bom plano, com total ausência de ruídos indesejados. A posição de condução é fácil de encontrar, beneficiando do ajuste elétrico da coluna de direção e do banco. Com efeito, os bancos desta unidade têm aquecimento, ventilação e regulação elétrica, todos opcionais.
Estradista por natureza
Para este primeiro ensaio aprofundado ao renovado Audi Q5, temos a versão 40 TDI S tronic quattro, ou seja, equipada com o motor 2.0 l TDI de 204 cv e 400 Nm de binário. Acompanhado da caixa S-tronic de dupla embraiagem com sete relações, este 40 TDI já incorpora tecnologia mild-hybrid. Desse modo temos uma bateria de iões de lítio que alimenta um alternador de 12v. Assim é possível fazer o Audi Q5 “velejar” em estrada e melhorar a resposta ao acelerador.
O Audi Q5 foi o nosso companheiro nos dias em que nos deslocámos até à cidade mais alta para fazer a reportagem do Guarda Racing Days! Dessa forma, o milhar de quilómetros que fizemos em estrada veio comprovar aquilo que já esperavamos. O Audi Q5 confirma-se como um bom SUV familiar. Sem demasiado ruído aerodinâmico nem de motor, a prioridade é dada ao conforto e à estabilidade portanto os quilómetros acumulam-se sem grande esforço. Ademais o nível de equipamento da unidade que ensaiamos dá um contributo importante. Com cruise control adaptativo e um sistema de som Bang & Olufsen, além dos já referidos bancos e da iluminação LED adaptativa. Tudo itens opcionais, mas já lá iremos...
Na cidade o Audi Q5 é fácil de levar, com uma direção precisa e boa visibilidade, até porque em zonas de mau piso a suspensão pneumática, de série, faz um bom trabalho. As jantes de 20″ que beneficiam a estética, acabam por nem prejudicar o conforto e as câmaras de estacionamento opcionais ajudam nas manobras.
40 TDI está melhor, mas…
A ligação entre o motor 40 TDI e a caixa automática está bem calibrada, sem o lag incómodo que encontrámos noutros modelos da marca alemã. A performance é mais do que suficiente para os 1805 kg de peso do Audi Q5. Os 100 km/h são atingidos em 7,6s e a velocidade máxima ascende aos 222 km/h.
Os consumos, numa utilização predominantemente estradista podem considerar-se altos. Terminámos o nosso ensaio com 7,4 l/100 km, sendo que só pontualmente conseguimos baixar dos 7 l/100 km. Numa utilização citadina é de esperar ver o computador de bordo acima dos 8 l/100 km.
Opcionais para todos os gostos
Todavia chegamos a dois pontos problemáticos para o Audi Q5, a saber, preço e equipamento. A dotação de equipamento de série é muito curta e praticamente tudo é opcional… e caro. O Audi Q5 que se vê nas fotos tem nada mais nada menos que 26 755€ de opcionais! Não é Full Extras mas não falta muito! Já com o Audi Q2 que o Hugo adorou aconteceu exatamente o mesmo.
A Audi perdeu a cabeça! Testámos um Audi Q2 de 58k. Mais que GOSTAR, é preciso GASTAR!
O mais pequeno dos SUV da casa de Ingolstadt renovou-se mas será que o Audi Q2 tem tudo o que precisa para fazer frente à concorrência?
Equipamentos tão comuns como a bagageira elétrica (600€), o carregador de smartphone (550€), o retrovisor anti encandeamento interior (215€) e exterior (475€), o alarme (585€) ou os apoios de cabeça reguláveis (155€) pagam-se à parte.
Contudo ainda lhe podemos adicionar tecnologia como o LED adaptativo (2735€), o head-up-display (1195€), os bancos Comfort ventilados (1395€), as câmaras de estacionamento (1680€) ou o recomendável som B&O (1385€). O info-entretenimento MMI custa 2730€ e o virtual cockpit mais 430€.
Em Portugal o Audi Q5 40 TDI S tronic quattro tem um preço base de 72 340 €, ao passo que a unidade ensaiada atingia os 99 095 € de preço final.
O Audi Q5 continua a ser um bom produto no seu segmento, homogéneo e competente naquilo que se exige a um SUV familiar de prestígio mas, quanto a nós, vale a pena passar algum tempo no configurador da marca para não inflacionar demasiado o preço final.
Conclusão
Nesta revisão operada a meio do ciclo de vida, o Audi Q5 recebe uma atualização estética e tecnológica para manter vitalidade no mercado. A evolução no motor 40 TDI é bem-vinda e a qualidade de construção continua em alta. Contudo o preço base é elevado e a lista de opcionais, longa e cara, pode levar o preço final para valores do segmento acima.
Ficha Técnica
1968 cm3
Cilindrada
400 Nm
Binário Máximo
204 cv
Potência
7,6 s
0-100 KM/H
222 km/h
Velocidade Máxima
5,4 l/100 km
Combinado
7,4 l/100 km
Registado
143 g/km
Emissões CO2
72 340€
Base
99 095€
Ensaiado
Conforto. Qualidade de construção. Refinamento.
Preço. Equipamento de série.