UE quer acabar com carros antigos? Explicamos todos os detalhes!

A UE quer acabar com carros antigos e diminuir a idade média dos veículos em circulação, supostamente proibindo a sua reparação.

A UE quer acabar com carros antigos e, para isso, deseja proibir reparações desses veículos. É certo que a Comissão Europeia está empenhada em diminuir a idade média dos veículos em circulação no Velho Continente. A imposição da mobilidade elétrica não resolveu nenhum problema e, uma vez mais, as decisões tomadas seguem caminhos sem sentido. As convulsões mundiais e o tropeção que as vendas de modelos elétricos sofreram precipitam estas decisões.

Acreditamos que é mais um balão de ensaio para avaliar as reações dos cidadãos europeus. Com toda a certeza há uma ideia clara da Comissão Europeia: reduzir a idade média dos automóveis em circulação na Europa. Só para exemplificar, a ideia é proibir as reparações a veículos com mais de 15 anos de idade. Como é que isso será feito e que regras vão ser aplicadas?

UE quer acabar com carros antigos

Medidas avulsas não resolvem o problema

A Comissão Europeia não olha a meios para conseguir os seus objetivos e, sobretudo, afirmar-se no panorama mundial. Como bem diz o povo “estão a ser mais papistas que o Papa” e o resultado está à vista.

Em primeiro lugar, impuseram de forma agressiva a mobilidade elétrica para serem o primeiro continente a defender as alterações climáticas. Em segundo lugar, têm tentado reduzir a idade média dos veículos em circulação com medidas avulsas. Finalmente, foram traídos pelas crises sucessivas, pela inflação que veio agravar as condições de vida dos europeus e, finalmente, o aumento desregulado dos preços dos automóveis.

Ora, nada tem funcionado. O avanço dos carros elétricos é uma realidade, mas muito longe daquilo que é necessário para os construtores e para os objetivos dos políticos. A corrida aos veículos elétricos encontrou enorme barreira nos rendimentos das classes menos favorecidas. Só para exemplificar, a idade média dos automóveis na Europa está a crescer consistentemente porque as pessoas não têm dinheiro para adquirir veículos novos. Sob o mesmo ponto de vista, os elétricos vingaram nas empresas (à boleia dos incentivos fiscais) e nas classes mais altas com poder de compra. Nas classes abaixo… em por isso.

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UE quer acabar com carros antigos, proibindo a sua reparação

Dessa maneira, o que propõe a Comissão Europeia? Olhando ao envelhecimento do parque automóvel europeu, os políticos querem reduzir, à força, a idade média dos automóveis. Desse modo, a proposta formulada diz que quando um proprietário de um veículo quiser vendê-lo em segunda mão, terá de determinar se este está, ou não, no fim da sua vida útil. Por outro lado, caso seja decretado o fim da vida útil do modelo, não há lugar a reparações e o veículo será descartado. Diz a proposta que é um “veículo residual”.

Com o fim de esclarecer o que é um “veículo residual”, a proposta da UE diz que se trata de um automóvel de uma certa idade – considera-se 15 anos o limite – e quilometragem elevada que se considere estar próximo do fim de vida. Quanto à proibição de reparação, isso abrange operações como substituição ou reparação do motor, caixa de velocidades, algumas partes da carroçaria, chassis e tudo aquilo que ultrapasse o valor residual do veículo. Por outro lado, esta proposta inclui veículos desmantelados, vítimas de incêndios ou inundações, problemas de corrosão alargada a órgãos como suspensões ou chassis.

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Clássicos vão ser afetados

Como se percebe, a ideia é incluir, praticamente, todos os veículos com mais de 15 anos e a justificação é simples. Todas as alterações feitas a um veículo dentro daqueles parâmetros significam “uma perda de identidade e originalidade do veículo”. O que justifica, imediatamente, o seu abate.

É verdade que a Comissão Europeia veio desmentir. Mas fê-lo de forma desastrada. Em primeiro lugar ao dizer nas redes sociais que “a proposta não impedirá a reparação ou a substituição dos motores dos automóveis quando necessário”. Depois, esclareceu que “só se aplicaria a uma minoria muito pequena de automóveis cuja especificidades claras. Naturalmente que não é o caso dos automóveis normais.”

Fica evidente que o rumor é verdadeiro e alguma coisa está a ser construída entre as paredes da Comissão Europeia para levar a aprovação no Conselho e votação no Parlamento Europeu.

Por outro lado, percebe-se que os Clássicos, ou melhor dizendo, os modelos antigos que alguns julgam ser colecionáveis, vão ser afetados. Isto porque a proposta fala do valor residual do veículo. Aqui, percebe-se que muitos destes modelos serão afetados.

Efeito Havana pode ser perigoso

Paralelamente, a Comissão Europeia terá de ter algum cuidado com o articulado, pois pode infligir ao setor das oficinas e dos concessionários um golpe ainda amais duro que aquele desferido com a obrigatoriedade da mobilidade elétrica. Por outro lado, uma legislação cega poderá trazer problemas de segurança e voltaríamos ao efeito Havana.

Ou seja, suceder como em Cuba que as reparações caseiras fazem os automóveis viver décadas sem conhecerem um mecânico. Este efeito ameaça a mobilidade elétrica ao perpetuar veículos com motor de combustão. E, agora, ameaça esta proposta de lei ao empurrar os mais desfavorecidos para reparações caseiras que podem ameaçar a segurança e os objetivos de reduzir a idade média dos veículos em circulação no Velho Continente.

Naturalmente que, seja como for, estas medidas irão excluir os clássicos certificados como “Veículos de Interesse Histórico”, como é o caso do “Nosso Clássico“.

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