Elétricos baratos, abaixo de 25.000€? Eles estão a caminho…

Está à espera de um elétrico barato? Há uns meses dir-lhe-íamos que esperasse sentado. Hoje podemos dizer-lhe que estão a caminho.

Se está à espera de um automóvel elétrico por menos de 25 000€ poderá ter, finalmente, alguma sorte! Há uns meses dir-lhe-íamos que esperasse sentado. Hoje podemos dizer-lhe que estão a caminho com os construtores europeus a responderem à previsível invasão chinesa. Esta chegará com produtos baratos assentes em tecnologia elétrica rudimentar. Com toda a certeza, os europeus vão cavalgar a onda das preocupações com a confiança nesses produtos para oferecer produtos abaixo da fasquia dos 25 000€.

O Mercado Europeu tem mudado demasiado depressa nos últimos anos. Em primeiro lugar, há duas mãos cheias de meses, os construtores anunciavam, em fila indiana, o abandono do segmento dos utilitários. Razões? Custos elevados e baixa rentabilidade. Em segundo lugar, recuando mais algum tempo, os utilitários aburguesaram-se e difícil era ter um carro barato mesmo neste segmento. Finalmente, os citadinos estão de regresso com a mobilidade elétrica.

Elétricos abaixo de 25.000€?

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Da mesma forma, encontrar um elétrico acessível abaixo dos 30 mil euros era uma miragem. Modelos como o Citroen C1, Seat Mii, Skoda Citigo, VW Up e o Ford Ka, para citar os mais importantes, desapareceram e o interessante e divertido Renault Twingo não tinha sucessor.

Assim que a ameaça chinesa se fez sentir, tudo mudou e os elétricos a menos de 25 000€ parece que estão, mesmo, a caminho!

O pontapé de saída, claro, veio da Stellantis que, pela voz do seu CEO, anunciou a utilização de baterias LFP mais baratas. Menos densas, menos poderosas, é certo, mas com preços muito mais acessíveis e capazes de reduzir custos de forma clara.

A pergunta que estará a fazer é: mas então se são mais baratas não prestam, verdade? Errado. A Tesla, por exemplo, usa baterias LFP que dispensam níquel, cobalto e manganésio. Feitas pela CATL, não impedem os modelos norte americanos de ter boas autonomias. Por outro lado, a MG utiliza-as no modelo MG4 e outras marcas chinesas fazem o mesmo.

Stellantis e Grupo Renault avançam para o embate com os chineses

De acordo com os anúncios já feitos, a Stellantis vai avançar para a oferta de veículos elétricos acessíveis abaixo dos 20 000€. A Renault também vai avançar e já mostrou o sucessor do Twingo. Que, sem surpresa, regressa ao passado tal como sucede com o Renault 4 e Renault 5.

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Por outro lado, o Grupo Volkswagen já mostrou detalhes do novo ID.2 que vai ficar abaixo dos 25 000€. Porém, Oliver Blume, CEO do grupo alemão, já disse que na segunda metade desta década, surgirá um elétrico mais barato, abaixo dos 20 000€. O modelo deverá chamar-se ID.1.

Até a Tesla tem planos para um modelo 100% elétrico mais acessível com preço encostado aos 25 000€. Do mesmo modo, o grupo Hyundai Kia tem nos seus planos lançar um 100% elétrico barato no Velho Continente que será o substituto do i10 e do i20.

Preços das baterias 30% mais baratos

As baterias de fosfato de lítio e ferro (LFP) desenvolveram-se de forma rápida, utilizando materiais mais baratos que as mais sofisticadas baterias. De facto, algumas estimativas dizem que cada kW destas unidades é 30% mais barato que nas baterias de níquel, manganésio e cobalto (NMC). E este será o segredo para modelos como o Citroene-C3 custar 23 300€.

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No entanto, tudo isto acontece porque há sérias preocupações que os europeus estejam a ficar para trás na cadeia de abastecimento de veículos elétricos a preços competitivos. Mas será que são estes automóveis a democratizar o acesso à mobilidade elétrica? Só o tempo o dirá…

Todas as vezes que analisamos o mercado, percebemos que estamos a chegar a um planalto de vendas. Tudo porque o mercado empresarial e dos privados com recursos para comprar um modelo 100% elétrico está saturado. Os modelos abaixo dos 25.000€ são essenciais para fazer avançar a mobilidade elétrica. A Dacia mostrou o caminho com o Spring, mas é necessário modelos um pouco maiores e mais refinados para entrar no caminho da sustentabilidade.

Por outro lado, a política dos preços altos – imposta depois da pandemia de Covid ter feito escassear a oferta – está a acabar. Há um arrefecimento geral da confiança dos consumidores e com as taxas de juro tão elevadas, continuam a forçar o aumento dos preços não é, de todo, uma estratégia que dê frutos no futuro.