Conduzimos o novo Renault Mégane elétrico na melhor estrada do mundo!

Fomos conhecer, e conduzir, o novo Renault Mégane elétrico. Chega em setembro, recheado de tecnologia, e é uma agradável surpresa!

Chama-se Renault Mégane E-Tech, e para além de ser o novo 100% elétrico da marca francesa, é um dos lançamentos mais importantes dos últimos tempos. Fomos conhecê-lo durante várias centenas de quilómetros, e fizemo-lo na melhor estrada do mundo, a EN222. O modelo é o primeiro de uma nova geração denominada de 2.0, chega ao mercado nacional já em setembro e a marca garante unidades disponíveis para entrega.

O programa prometia! Mais até do que o próprio carro, já que mantendo um nome que tem mais de 25 anos de história parece que a expectativa não é a mesma. Contudo, foi precisamente pelo peso e história que o nome Mégane tem, que a marca decidiu mantê-lo para este automóvel 100% elétrico e totalmente novo. Da atual quarta geração do Renault Mégane, recentemente melhorada e que vai manter funções com versões gasolina, Diesel e híbridas, praticamente nada foi utilizado neste Mégane E-Tech.

Ao contrário da maioria dos construtores, que têm optado por apresentar as suas propostas 100% elétricas em segmentos SUV, a Renault não o fez, para já. Isto porque está nos planos um novo modelo elétrico do segmento C, maior e com mais autonomia. Depois do ZOE e do Twingo, a marca lança-se assim com um 100% elétrico no segmento C, que ainda corresponde a 39%. E, apesar da pouca concorrência que este Mégane elétrico terá, para já, pela frente, 32% deste segmento é eletrificado. É aqui que entram os mais de 10 anos de experiência da Renault em veículos elétricos, a que correspondem mais de 400 mil automóveis vendidos.

Renault Mégane E-Tech 100% elétrico está a chegar e já tem preços

O modelo 100% elétrico para o segmento C está prestes a chegar ao mercado nacional e já tem preços para as várias versões disponíveis.

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Pensado, e desenvolvido, ao detalhe!

O Renault Mégane E-Tech utiliza a plataforma CMF-EV para modelos 100% elétricos. É esse o motivo pelo qual este consegue quotas de habitabilidade superiores face ao atual Renault Mégane a combustão. O centro de gravidade é também ele 10 cm mais baixo e as rodas estão colocadas nos extremos da carroçaria o que lhe atribui uma maior distância entre eixos.

Um outro dado relevante é o facto das baterias, provenientes da LG, serem, à data de lançamento deste Mégane elétrico, as mais finas do mercado com apenas 11 cm. Para além disso, uma camada de espuma absorvente de som foi prensada entre o piso do automóvel e toda a bateria. As melhorias são notórias não apenas no isolamento acústico, mas também com impactos no amortecimento. Com 1624 kg de peso total, o Renault Mégane E-Tech foi pensado e desenvolvido e construído a pensar na eficiência e no prazer de condução. Talvez por isso a aceitação tenha sido já muito positiva com a marca a registar mais de 30 mil encomendas em toda a Europa desde o início do ano.

Durante o desenvolvimento do novo Renault Mégane elétrico, a marca registou mais de 300 patentes

Presentes no Renault Mégane elétrico estão ainda 26 ajudas à condução e sistemas de segurança (ADAS) e um novo sistema de info-entrenimento que se revelou rápido e intuitivo. O sistema multimédia OpenR Link tem incorporado os Google Automotive Services. Ou seja, integra aplicações e serviços úteis e familiares como o Google Assistant, o Google Maps e muitos mais no Google Play. É também através destes que, indicando o ponto de carregamento, o Renault Mégane E-Tech consegue ajustar a temperatura das baterias para otimizar a velocidade de carregamento.

E como é ao volante?

Peguei no volante do Renault Mégane elétrico na Quinta da Pacheca, em pleno Vale do Douro. Os quilómetros até ali chegar foram feitos no lugar do pendura. E se desse lado tive oportunidade de experimentar o novo sistema de info-entretenimento, as massagens dos excelentes bancos e estar atento não só a alguns outros pormenores como à paisagem fenomenal que nos rodeou, agora o objetivo era outro. Perceber a dinâmica, o comportamento, os consumos, a regeneração, enfim… todos os detalhes da condução do novo Mégane E-Tech, e assim foi!

Fi-lo naquela que foi considerada a melhor estrada do mundo, a EN222. É certo que tal título foi atribuído em particular ao troço entre Peso da Régua e Pinhão, e eu conduzi até Porto Antigo, onde depois de uma sessão de fotos à beira do Rio Douro enveredei para a N108, mas ainda bem. Isto porque aqui a N222 é bem mais contorcida e deu para verdadeiramente experimentar as capacidades do Renault Mégane E-Tech, e das quais gostei bastante!

Durante a condução do novo Renault Mégane elétrico, o destaque vai para uma direção muito direta e precisa e uns bancos extraordinários

Nos primeiros quilómetros foram para lhe tirar as medidas e encontrar a posição de condução e ajustes ideais, o que devo dizer foi bastante fácil. Apesar da moda SUV, continuo a gostar de me sentir mais “colado” à estrada. Os primeiros números a surgirem no computador de bordo não eram muito animadores, mas depressa percebi que era uma questão da aproveitar melhor a regeneração e ainda que o trajeto até Porto Antigo fosse favorável, consegui chegar aqui com uma média de 14 kWh/100 km. Valores que comprovam ser perfeitamente possível contar com a autonomia real anunciada de 450 km e percorrer sempre mais de 400 km sem grandes preocupações. Isto, claro está que usufruindo de uma boa regeneração que pode ser controlada usando as patilhas do volante. Ou seja, sabendo como conduzir um automóvel elétrico.

Com uma suspensão traseira multibraços, e com todas as restantes tecnologias presentes, o amortecimento está bem acima da média, ainda que em piso degradado ou de paralelos a montagem deixe passar um ou outro ruído. Contudo, prima por uma boa robustez e materiais bem agradáveis em qualquer uma das versões.

O interior é ergonómico, revela materiais de qualidade,

Outro destaque, e que contribui muito para o inegável prazer de condução ao volante do novo Mégane E-Tech são os bancos dianteiros. Para além de muito confortáveis, oferecem o apoio mais que necessário para uma condução mais empolgada. Por fim, é justo referir que a Renault conseguiu encontrar uma boa solução para dispor os dois ecrãs (um na horizontal e outro na vertical) sem que qualquer um deles parece “estar a mais”. Os comandos têm uma boa ergonomia com uma consola central bem conseguida e focada no condutor, onde não faltam comandos físicos para algumas funções e muitos espaços de arrumação.

Estão presentes os modos de condução multi-sense e um interior tecnológico reforçado pela iluminação ambiente configurável. Para colmatar a muito pouca visibilidade traseira, fruto de um vidro traseiro pequeno e demasiado inclinado que depois do aileron oferece pouco mais de um palmo de visibilidade, a marca francesa dotou o Mégane E-Tech de câmaras de estacionamento no ecrã central, mas não só. Também no retrovisor central é transmitida a imagem do que se passa na traseira, ainda que esta sofra de uma ampliação que requer hábito.

Depois de cerca de 300 km ao volante do Renault Mégane elétrico, não nos resta qualquer dúvida que este veio para ser um sucesso. A concorrência ainda é pouca neste segmento, mas o Mégane não terá dificuldades em superiorizar-se.

Versões e preços

O Renault Mégane elétrico chega ao mercado com dois níveis de bateria, 40 e 60 kWh. O primeiro está apenas disponível por encomenda e em apenas um nível de equipamento com 130 cv. O preço é de 35 850€, e é o único abaixo dos 40 mil euros.

Já o coração da gama, com bateria de 60 kWh, divide-se em dois níveis de potência, 130 cv (250 Nm) e 220 cv (300 Nm). O primeiro está disponível apenas na versão “evolution” e os preços vão dos 41 850€ aos 43 350€, dependendo do tipo de carregador interno (7 kW ou 22 kW).

Para a versão de 220 cv existem três níveis de equipamento, evolution, techno e iconic. Para cada um deles também será possível optar pelo carregador de 7 kW ou o de 22 kW. Neste caso os preços começam nos 42 650€ do “evolution” com carregador de 7kW, e vão até aos 48 350€ do “iconic” com carregador de 22 kW. A versão intermédia, “techno” tem um preço entre os 43 850€ e os 45 350€, de acordo com o carregador.

Qualquer uma das versões tem oito anos de garantia para as baterias ou 160 mil quilómetros, para além dos 3 anos de garantia geral.