Healey Fiesta. O Fiesta que nunca foi comercializado, mas que pode ser teu!

Sem ele hoje não teríamos, aquele que é, a referência no segmento. O Healey Fiesta mostrou à Ford como liderar o mundo dos Pocket Rocket.

Nesta rúbrica, já vos trouxemos alguns tópicos bem estranhos. O Dodge Omni GLH ou o GR Yaris com uma malfadada caixa CVT, são alguns exemplos das peculiaridades que o mundo automóvel tem para nos dar. O Ford de hoje, por outro lado, prima pela exclusividade e deixa-nos a pensar (e desejar) o quão boa seria esta parceria.

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Nascido por decreto

Em 1978, o Ford Fiesta entrava já no seu segundo ano de produção. Nomeado em homenagem ao local onde seria produzido, Valencia, o pequeno utilitário americano dava cartas, precisamente, no velho continente, com um volume de vendas saudável desde a sua introdução no mercado.

Do outro lado do Atlântico, no entanto, a história era outra. Habituados a carros maiores e sem tanta preocupação com a economia, os condutores americanos mostravam-se reticentes quanto ao modelo. Por essa razão, nesse ano, a Ford America decidiu desenvolver uma versão que demonstrasse as credenciais desportivas do pequeno Fiesta, tentando assim convencer os mais céticos.

O desenvolvimento do conceito ficou a cargo de Gary Kohs, diretor da Marketing Agency of America. Através de um esboço de Harry Weeks apresentou a ideia de um Fiesta com um design mais agressivo e performances a condizer aos diretores da Ford, sugerindo a família Healey como parceiros ideias para levarem a cabo o projeto. E assim foi!

healey fiesta prototipo2

Healey Fiesta. Nome de família

Pai e filho, Donald e Geoffrey Healey, abraçaram o projeto e fizeram magia. O ponto de partida foi um Fiesta, versão americana, com um motor quatro cilindros e 1.6l de cilindrada.

Através da eliminação dos sistemas anti-emissões americanos e com novos componentes provenientes do Escort México, foi possível extrair 105 cv do bloco original. As árvores de cames e o carburador Webber foram também afinados para extrair o máximo potencial da unidade motriz.

A suspensão foi igualmente revista, com amortecedores Koni a reduzirem a distância ao solo em cerca de uma polegada. Os novos componentes permitiam também um comportamento desportivo enaltecido e uma resposta mais pronta em curva.

Esteticamente, o Healey Fiesta ganhou uma nova cor, a tradicional British Racing Green, com pormenores em dourado a vincar as linhas da carroçaria. As novas jantes Minilite completavam o pacote, envolvidas em pneus Firestone SS BR60-13.

Na grelha frontal o logótipo da Ford foi substituído pelo da Healey, logótipo esse que marca também presença na traseira. Esta associação é também feita no interior, através de placas com a inscrição “Designed and Built by: Healey Automobile Consultants Ltd.” e onde encontramos também uma rollbar.

Este “filho único” da Ford e da Healey nunca viria a ver a linha de produção. O exercício técnico ficou apenas como isso mesmo, uma perspetiva do que se poderia ter tornado uma parceria histórica.

A alma deste Healey Fiesta viria a ser reanimada, primeiro com o Supersport e depois com o icónico XR2, culminando naquele que é hoje o Pocket Rocket de referência, o Ford Fiesta ST.

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Feliz coincidência

A beleza de escrever estas rúbricas, é que nunca sabemos o que vamos aprender enquanto pesquisamos para os escrever. Neste caso, encontramos o Santo Graal.

A única unidade alguma vez produzida deste carro está atualmente à venda e pode ir parar à garagem de um de vocês.

Healey Fiesta classificado

O Healy Fiesta regressou ao Reino Unido, estando neste momento anunciado no website Classic and Sports Cars. O preço não está anunciado, mas podemos avançar que o valor pedido é de 50 000 libras, cerca de 59 000 €, ao que acrescem os custos de transporte e legalização no país de destino.

Segundo o vendedor, o carro terá sido registado originalmente nos EUA, tendo sido depois trazido para a Europa, através do Museu Healey, nos Países Baixos. Finalmente foi comprado pela Healey Collection no Reino Unido e está agora em Milton Keynes, à espera do novo dono.

O estado de conservação e originalidade do carro serão irrepreensíveis, contabilizando agora 7 500 milhas no painel de instrumentos.

A nossa única tristeza? Não podermos ir já buscá-lo…