Estrada Nacional 17 – A Estrada da Beira

Este é o roteiro para uma viagem inesquecível pela EN17, de Coimbra a Celorico da Beira. São 132 km de aventura aqui detalhados ao pormenor.

Bem-vindo às Rotas de Portugal do Clube Escape Livre! Aqui vai poder encontrar o roteiro detalhado para uma viagem inesquecível pela Estrada Nacional 17. De Coimbra a Celorico da Beira, da Beira Litoral à Beira Interior, são 132 quilómetros de aventura, cultura, história, miradouros e sabores tradicionais que ligam 11 municípios, 4 Aldeias Históricas e 3 regiões vitivinícolas. Fomos percorrê-la à boleia da SEAT.

Pelos caminhos de Portugal

Venha daí desvendar os segredos de um país rico história, tradições e lugares magníficos. Depois dos 380 km da Estrada Nacional 18, da Guarda a Ervidel, e da Estrada Nacional 221, de Miranda do Douro até à Guarda, chegou a altura de ir até Coimbra para uma viagem ao longo da antiga Estrada da Beira, rumo a Celorico. Pelo caminho há muito Portugal para descobrir!

A Estrada Nacional 17 tem 132 quilómetros e liga Coimbra a Celorico da Beira.

As Rotas de Portugal nasceram para ser a faísca que acende a vontade de aventura e de descoberta. Aceite o convite e apaixone-se por Portugal, ao longo de estradas menos percorridas que levam a segredos bem guardados na memória das suas gentes. Depois de experimentar, temos a certeza que vai querer voltar. Uma e outra vez!

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A Estrada da Beira

A Estrada Nacional 17 tem cerca de 132kms de extensão, e faz parte da rede de quatro estradas nacionais mais importantes que faziam a ligação à Guarda, juntamente com a EN18, a EN221 e a EN16.

Atravessa os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo, Lousã, Vila Nova Poiares, Penacova, Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital, Seia, Gouveia e Celorico da Beira. Esta viagem, abre caminho até ao interior do país, piscando o olho às Aldeias de Xisto e ligando 4 magníficas Aldeias Históricas de Portugal, no percurso Piódão e Linhares da Beira e, depois, ligação até Trancoso e Marialva. A Estrada Nacional 17 atravessa 3 importantes regiões vitivinícolas: Bairrada, Dão e Beira Interior.

A EN17 era a antiga estrada real que ligava, desde os tempos da monarquia, Celorico da Beira e a EN16 até Coimbra.

A Estrada Nacional 17, conhecida como Estrada da Beira, marcou uma época em Portugal. O seu traçado, muito à frente do seu tempo, não atravessa as sedes dos Concelhos que servia. Ela foi desenhada para otimizar a mobilidade regional em todos os sentidos.

É então assim, entrando e saindo do seu traçado, que melhor vamos conhecer as belíssimas regiões que a EN17 atravessa. E não vão faltar bons motivos para o fazer, como vai descobrir aqui.

4 Aldeias Históricas a não perder

Continuamos nas Rotas de Portugal a fazer o périplo pela rede das 12 Aldeias Históricas de Portugal. E fazer a Nacional 17 é sinónimo de visitar as Aldeias Históricas de Piódão e Linhares da Beira. Se no caso de Linhares o desfio é muito curto, para Piódão já temos de nos esforçar um pouco mais. Mas acredite que vale bem a pena!

E se pensa que o Km 132 será o final desta viagem, não é! Porque depois de percorrer toda a Estrada Nacional 17, vamos desafiá-lo a ir um pouco mais longe e visitar Trancoso e Marialva. Bem ali, apenas um pouco mais à frente do final da estrada, tem mais duas Aldeias Históricas à espera da sua visita. Venha conhecê-las.

As nossas boleias

Para percorrer esta estrada, levámos connosco os novos SEAT Ibiza e SEAT Leon ST FR. O primeiro é o modelo bandeira da marca espanhola, perfeito para vencer todos os contornos do traçado. O segundo, uma carrinha desportiva, capaz de proporcionar momentos de verdadeiro prazer de condução, ao mesmo tempo que transporta confortavelmente toda a família, bagagens e ainda as lembranças que recolher pelo caminho.

Fique a conhecê-los em detalhe nos ensaios do Clube Escape Livre, clicando no link do nome de cada carro, e visite a página oficial SEAT.

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Onde dormir e onde comer e quantos dias de viagem?

Partindo de Coimbra até Celorico da Beira, ao longo de toda a Estrada Nacional 17 são muitos os locais hospitaleiros que estão à sua espera. Seja para uma breve paragem, para ficar uns dias ou apenas para saborear as delícias regionais.

À magnífica gastronomia tradicional portuguesa que encontra por aqui, junta-se o calor humano das gentes destes lugares. Uma combinação perfeita para fazer esta viagem com vagar e aproveitar cada quilómetro de caminho.

Aqui encontrará todas as dicas para organizar a sua viagem. Do mapa dos percursos, aos locais onde dormir e comer.

A nossa sugestão é que este roteiro seja apenas o ponto de partida para vários dias de descoberta. A dois, em família ou com um grupo de amigos. De carro, de mota, de bicicleta ou de autocaravana. Explore, aventure-se e fique a conhecer um pouco mais do nosso país.

A caminho pela Estrada da Beira

Para usufruir ao máximo da Estrada Nacional 17, preparámos vários mapas que serão uma preciosa ajuda para simplificar a viagem. Seja pelo percurso original da estrada, seja com alguns desvios imperdíveis. E tudo começa no Km0, que poderá encontrar em Coimbra.

Só tem de clicar em cada botão no seu telemóvel e poderá ver e seguir cada mapa em formato Google Maps. Posto isto, façamo-nos então ao caminho!

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Rotas de Portugal – Estrada Nacional 17

O primeiro dia de aventura leva-nos até Coimbra. É aqui que começa a estrada, mas é também aqui que começam as visitas imperdíveis deste roteiro.

Coimbra, primeira Capital de Portugal.

Banhada pelo Mondego, Coimbra é orgulhosamente dona de uma vasta riqueza patrimonial. Foi a primeira capital de Portugal e aqui nasceu, em 1537, a primeira Universidade do país que, hoje, é Património da Humanidade. Dela continuam a emanar as tradições académicas que dão vida à cidade.

Do património imaterial que é a canção de Coimbra, às praças e jardins da cidade, há muito para ver, ouvir e provar por aqui. No belíssimo Convento de São Francisco encontra-se hoje o epicentro da programação artística da cidade. Nas ruas antigas, nas tradicionais tascas e nos bares dos estudantes pulsa o verdadeiro espírito da cidade.

Em Coimbra, é o peso da história que abre as portas ao futuro. A cidade dos estudantes espera por si.

Depois da visita obrigatória à Universidade, não deixe de prestar homenagem ao túmulo de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, que repousa no Mosteiro de Santa Cruz. Também a Sé Velha, cuja escadaria é palco da Serenata Monumental onde as capas negras dos estudantes cantam o Fado de Coimbra, dando início às celebrações da Queima das Fitas.

Também não pode faltar um passeio pelo Jardim do Choupal ou pela Quinta das Lágrimas, cenário da história de amor de Pedro e Inês. E, claro, para os mais pequenos, imperdível a visita ao Portugal dos Pequenitos.

Enquanto descobre a beleza natural e patrimonial de Coimbra, aproveite também para provar as suas iguarias tradicionais. Dos petiscos aos pratos típicos da região, sem esquecer a doçaria regional, como os Pastéis de Santa Clara e as Arrufadas.

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E agora, “na hora da despedida”, deixamos os encantos de Coimbra para trás e seguimos até ao Largo da Portagem, ao Km0 da EN17, para iniciar a nossa viagem. A rota da EN17 parte de Coimbra, cruza o Mondego e segue depois ao longo do rio Ceira. Aproveite a paisagem e o serpentear da estrada. Um pouco mais à frente, fazemos um desvio pela N17-1 para ir visitar Miranda do Corvo.

Incontornavelmente

  • Universidade de Coimbra
  • Biblioteca Joanina
  • Sé Velha
  • Convento de São Francisco
  • Mosteiro de Santa Cruz
  • Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
  • Portugal dos Pequenitos
  • Conimbriga
  • Quinta das Lágrimas
  • Museu Nacional Machado de Castro

Miranda do Corvo, paixão natural

Entrando pela zona de Semide e Rio Vide, saímos da EN17 para visitar Miranda do Corvo. O nome vem de “Miradouro”, à primitiva função do cabeço onde foi construído o antigo Castelo. Do património histórico, cultural e religioso à natureza e gastronomia, Miranda do Corvo é uma terra apaixonante, com muito para oferecer a quem por aqui faz questão de parar por alguns momentos.

Entrando pela zona de Semide e Rio Vide, saímos da EN17 e entramos na única derivação com o prefixo desta estrada, a EN17-1, para visitar Miranda do Corvo. O nome vem da Lenda da Princesa Moura e do Cavaleiro Cristão que nos conta a história de uma bela donzela que estava no alto do seu castelo, quando um cavaleiro, impressionado pela sua beleza, fica parado a contemplá-la. Ciente do perigo que corria o admirador caso fosse descoberto pelos vigias, a bela moura suplica-lhe que continue a sua caminhada dizendo-lhe “Mira e Anda”.  Deste breve aviso resultou o nome de Miranda.

Do património histórico, cultural e religioso à natureza e gastronomiaMiranda do Corvo é uma terra apaixonante, com muito para oferecer a quem por aqui faz questão de parar por alguns momentos.

Pelo empedrado das ruas, revivemos o prazer de descobrir velhos recantos, revelando estórias escondidas nas antigas paredes. Visite a Igreja Matriz, a Torre Sineira e o Cristo-Rei, situados no Alto do Calvário. E, depois, parta à descoberta de todo o concelho.

Em Miranda do Corvo encontra mais de 200 km de trilhos para descobrir a Serra da Lousã e as Aldeias do Xisto em comunhão com a natureza.

Visitas ao Mosteiro de Semide, em articulação com a Liga dos Amigos do Mosteiro de Santa Maria de Semide, Santuário do Divino Senhor da Serra e a Capela da Nossa Senhora da Piedade de Tábuas são indispensáveis. Mas também tem aqui uma porta de entrada para natureza e trilhos sinalizados de trail, running e caminhadas. E, claro, imperdível iniciar a descoberta das Aldeias do Xisto e, Gondramaz, é um sítio idílio que não pode perder.

Com tanto para ver, vai precisar de muita energia. Felizmente, nesta rota, o que não vão faltar são ótimas escolhas para degustar Portugal. Durante a primeira metade da EN17, a Chanfana é o prato rei nas mesas da região, onde Miranda do Corvo é a Capital e Semide o seu Berço. Aqui encontramos a “Rainha”. Eleito uma das 7 Maravilhas à Mesa de Portugal, a Rainha é um prato típico que nasceu no Mosteiro de Semide. Depois, os negalhos, o sarrabulho e a sopa de casamento. E, para finalizar, as conventuais súplicas e nabadas.

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Razões não faltam para visitar Miranda do Corvo, um concelho que se envolve com a natureza e onde as gentes e a história o convidam a ficar mais um pouco. Já a nossa viagem, essa continua, de regresso à EN17, agora em direção à Lousã, através da ligação pela EN236.

Incontornavelmente

  • Centro Histórico
  • Igreja Matriz
  • Casa das Artes
  • Convento de Santa Maria de Semide
  • Santuário do Senhor da Serra
  • Capela da Nossa Senhora da Piedade de Tábuas
  • Gondramaz – Aldeia do Xisto
  • Parque Biológico
  • Templo Ecuménico
  • Museu da Mente
  • Museu do Azeite
  • Praia Fluvial da Louçainha
  • Loja do Sr. Falcão

Lousã, terra de aventura e descoberta.

Da Serra às Aldeias de Xisto, passando pelas Ermidas da Senhora da Piedade e o Castelo de Arouce, a Lousã convida a uma visita prolongada. Venha com tempo e aberto à descoberta que, por aqui, há ofertas para todos os gostos.

Fruto dos seus maravilhosos recursos naturais, com destaque para a Serra da Lousã, Rio Ceira e a Ribeira de São João, e de uma forte aposta no desenvolvimento da região, a Lousã tem vindo a consolidar-se como destino de referência para o Turismo de Natureza e Aventura.

A Lousã é um concelho com vida que convida à descoberta e a uns dias passados entre aventura, história e atividades culturais.

É uma terra rica em tradições culturais, gastronómicas e de ofícios preservados no seu artesanato. Da cestaria à cerâmica, dos trabalhos em xisto à madeira, sem esquecer os enchidos e os licores, com destaque para o Licor Beirão, os Vinhos Foz de Arouce e o Mel DOP Serra da Lousã que, juntamente com a Castanha, são os mestres de cerimónia de uma das melhores Feiras do Mel e da Castanha do nosso país.

Perca-se no Centro Histórico, pelas suas Casas Brasonadas, memórias de outros tempos. Não deixe de visitar os museus do Concelho, incluindo o Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, recentemente renovado e apresenta uma coleção única, e o Momo, o único Museu do Circo do país. Depois, integrado no Complexo Turístico e Religioso da Sr.ª da Piedade, o Castelo da Arouce é ponto de paragem obrigatória. Ali chegados, aproveite para visitar as Ermidas ou refrescar-se nas Piscinas Naturais da Sr.ª da Piedade. Por falar em mergulhos, a Lousã oferece mais duas fantásticas Praias Fluviais, a Sr.ª da Graça, em Serpins, e a Bogueira, em Casal de Ermio.

Sempre com a natureza como pano de fundo, aventure-se nos circuitos de BTT, Trail, Downhill e na Rede de Recursos Pedestres, que liga o Centro da Vila, o Castelo e as 5 Aldeias do Xisto, Candal, Cerdeira, Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro. Atividades para lhe abrir o apetite para a gastronomia local, com o Cabrito e a Chanfana como cabeças de cartaz e que são o mote para os Festivais Gastronómicos da Chanfana e do Cabrito, a que se junta o Sabores de Outono.

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A EN17 já chama por nós mas, uma vez aqui, não podíamos deixar de fazer mais um breve desvio da nossa rota para uma visita às Aldeias de Xisto. Vamos a isso?

Incontornavelmente

  • Castelo de Arouce
  • Momo – Museu do Circo
  • Museus Municipais
  • Aldeias de Xisto
  • Santuário de Nossa Senhora da Piedade
  • Baloiço do Trevim
  • Praias Fluviais

Aldeias de Xisto

A Serra da Lousã é uma pérola escondida no interior do país. Destino de lendas e histórias, paisagens magníficas e natureza povoada por corços e veados. Nas suas majestosas montanhas encontramos algumas das mais belas Aldeias de Xisto de Portugal.

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Aqui encontramos 12 das 27 aldeias desta rede. Nestes lugares, trocamos as filas de trânsito pelas caminhadas a pé e a ligação à internet pela comunhão com a natureza. A pedra da montanha funde-se com as paredes das casas. A vivência das gentes saboreia-se na gastronomia e o tempo parece passar mais devagar.

Nestas aldeias que o tempo parecia ter esquecido, recuperaram-se casas e histórias que hoje são um destino turístico premiado.

Seguindo pela N236 rapidamente chega a Talasnal, Cerdeira e Candal. A aldeia do Talasnal é única pela cor escura do seu xisto e edifícios decorados com videiras. Cerdeira é sítio de inspiração e criação artística. E Candal uma das mais desenvolvidas aldeias serranas. Nesta viagem pela Estrada Nacional 17 pode visitá-las e, quem sabe, servirão como aperitivo para uma nova viagem por toda a rede das Aldeias de Xisto.

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Mas, por agora, regressamos à Estrada Nacional 17, que agora nos leva até Vila Nova de Poiares.

Vila Nova de Poiares, Capital Universal da Chanfana.

Onde a EN17 cruza com a mítica EN2, fazemos breve desvio que nos leva até ao coração de Vila Nova de Poiares. As belas paisagens, património arquitetónico, festas e romarias aos seus padroeiros e a rica gastronomia, são alguns dos cartões de visita desta região.

Considerada a fronteira entre litoral e interior, vive num equilíbrio perfeito aproveitando o melhor de ambos. Pelos caminhos da história vislumbram-se detalhes do megalítico, resquícios romanos e muitas lendas que hoje são tradições.

Da gastronomia ao artesanato, sem esquecer as paisagens naturais de rara beleza, motivos não faltam para uma visita a Poiares.

Vila Nova de Poiares guarda nas suas gentes uma simpatia singular, a sua maior riqueza. Receber bem é algo inato. A Chanfana que vai à mesa a fumegar é fruto dos segredos gastronómicos preservados de geração em geração.

Uma arte preservada pela Confraria da Chanfana, pelos seus confrades de capa castanha debruada, onde se cuida e promove o prato e as tradições antigas. Dos caçoilos de barro preto, tão típicos do artesanato poiarense, aos antigos fornos a lenha onde se confeciona o prato. Mas, por aqui também se prova o arroz de Bucho Poiares e, para os mais gulosos, os Poiaritos.

Para os aventureiros, os trilhos das serras, caminhadas na natureza ou percursos de BTT, rappel, slide ou canoagem. E na vila, imperdível a Poiartes – Mostra Nacional de Artesanato, Gastronomia, Carpincultura, Agrícula, Comercial e Industrial. Aqui, as tradições são revisitadas em todo o seu esplendor.

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Por agora, sugerimos que continue um pouco mais para cima, e faça uma visita a Penacova. Apesar da EN17 só se encontrar com este município um pouco mais à frente, Penacova está aqui a poucos minutos pela mítica N2.

Incontornavelmente

  • Igreja Matriz
  • Paços do Concelho
  • Jardim Municipal
  • Complexo de Piscinas de Fraga
  • Dólmen de São Pedro Dias

Penacova, Roteiro do Artista

Prepare-se para deixar que a natureza tome conta dos seus sentidos. Perca-se pelos rios e ribeiras, nos miradouros e penedos, no ar puro da serra e no aconchego dos vales. É assim Penacova, casa da natureza e capital da lampreia. Faça o Roteiro do Artista, e visite os 8 destinos imperdíveis onde vai encontrar cada uma das 8 letras do nome “Penacova”.

Depois de uma visita pelo centro da vila, como paragem na Pérgola Raúl Lino, perca-se nos seus mirantes com vistas para todos os gostos. Das magníficas praias fluviais no Alba e no Mondego, aos moinhos da serra da Atalaia. E, quando for tempo de pôr a leitura em dia, nada como visitar a Livraria do Mondego e observar as suas estantes naturais. Tudo em perfeita harmonia do homem com a natureza.

Em Penacova, homem e natureza vivem em perfeita harmonia. A beleza da história natural e a arte do património edificado esperam pela sua visita.

Ali ao lado, em Lorvão, ergue-se o Mosteiro, dos mais antigos da Europa e de visita obrigatória. Entre passeios e descobertas, não se esqueça de parar para respirar – é que, por aqui, bem no coração de Portugal, vai notar uma grande diferença na qualidade do ar.

Diretamente do Mondego, chegam as lampreias. Um prato típico da região, tão famoso que tem direito ao seu próprio festival gastronómico todos os anos. Mas, claro, não nos esquecemos dos outros peixes do rio nem da chanfana e do cabrito serrano que tão bem são servidos por aqui.

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E, depois de mais um conjunto de visitas imperdíveis, tempo agora para voltarmos à nossa viagem e à EN17. Agora, seguimos até Arganil, que se liga à Estrada da Beira pela N342. Vamos até lá.

Incontornavelmente

  • Miradouro Pérgola Raúl Lino
  • Miradouro Emydgio da Silva
  • Miradouro de Penedo do Castro
  • Praia fluvial do Reconquinho
  • Praia fluvial do Vimieiro
  • Livraria do Mondego
  • Mosteiro de Santa Maria do Lorvão
  • Museu do Moinho Vitorino Nemésio
  • Moinhos da Serra da Atalhada
  • Moinhos de Gavinhos
  • Fornos da Cal

Arganil, Capital do Rally.

Arganil ficou mundialmente conhecida desde os anos 80. E tudo graças à presença constante dos maiores pilotos de Rali, que aqui participavam nos troços da prova do Campeonato Mundial da especialidade.

Situada na Serra do Açor, entre a Serra da Lousã e a Serra da Estrela, ao lado do Rio Alva e do Rio Ceira, ninguém fica indiferente à riqueza histórica e natural deste concelho magnífico. Das piscinas naturais e praias fluviais, à Área Protegida da Serra do Açor que integra a Rede de Reservas Biogenéticas do Concelho da Europa.

Em Arganil contrasta a calma e pacatez da vida do interior, com a velocidade e adrenalina do Rally.

Na área protegida da serra do Açor, pontilham carvalhos, medronheiros, cerejeiras, madressilva, martagão e urze, de cujo pólen nasce o saboroso Mel da Serra do Açor.

Além do património natural, encontramos uma vasta riqueza histórica e arquitetónica. Dos vestígios das ocupações neolíticas e romanas, às Aldeias de Xisto de Benfeita e Vila Cova do Alva à Aldeia Histórica de Piódão. A tudo isto junta-se uma notável e bem preservada arquitetura religiosa e, claro, a saborosa gastronomia.

No segundo fim de semana de junho, é na mostra gastronómica das Feira das Freguesias que redescobrimos sabores e tradições da região. Do Bucho Recheado à Moda de Vila Cova de Alva ao Cabrito à Serrana, passando pela Tijelada e os Sequilhos.

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Motivos não faltam para por aqui passar uns dias de descoberta em harmonia com a história e a natureza. Agora, voltamos à EN17 para rumar até Tábua. Mas primeiro, tempo para conhecer melhor as três regiões vitivinícolas que esta estrada atravessa.

Incontornavelmente

  • Santuário do Mont’Alto
  • Capela de São Pedro
  • Mosteiro de Folques
  • Vila de Côja
  • Praias Fluviais
  • Barragem das Fronhas
  • Fraga da Pena
  • Estação Arqueológica da Lomba do Canho
  • Aldeias de Xisto
  • Aldeia Histórica de Piódão

Três regiões vitivinícolas, três experiências únicas pela EN17

A Estrada Nacional 17 atravessa 3 regiões vitivinícolas: Bairrada, Dão e Beira Interior. Três regiões bem distintas, com terroirs únicos e diferentes, que produzem vinhos da mais alta qualidade.

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Durante esta roadtrip, prepare espaço na bagageira para levar consigo um pouco dos néctares que vai descobrir.

Sabores da Bairrada

Na Beira Litoral, entre Águeda e Coimbra, fica esta região de terras planas e férteis. Ela estende-se desde as serras do Caramulo e do Buçaco até ao litoral. A Bairrada é assim uma região produtora de vinhos, plena de vitalidade e história, que procura o seu lugar no futuro. O seu tapete de vinhas resistiu a um passado de lutas entre cristãos e árabes, e aos exércitos de Napoleão.

Por ser próxima do mar, o seu clima é tipicamente atlântico, com invernos amenos e chuvosos e verões suaves. Na altura do amadurecimento das uvas, regista uma grande amplitude térmica. Este fenómeno ajuda a manter a acidez, dando grande frescura aos seus vinhos.

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Nos tintos encontramos Baga, Afrocheiro-Preto, Bastardo, Cabernet Sauvignon, Castelão, Jaen, Merlot, Syrah e Touriga-Nacional. São vinhos carregados de cor e ricos em ácidos, mas muito bem equilibrados e de elevada longevidade. Mas não deixe ainda de provar os vinhos brancos da região. Produzidos a partir de várias castas, como a Arinto, Bical, Cercial, Cercialinho, Chardonnay, Fernão Pires, Rabo de Ovelha ou Maria-Gomes. Ficará na sua memória o seu aroma frutado e sabor fresco.

De grandes e remotas tradições na cultura da vinha, aqui se fazem vinhos com castas de alta qualidade.

Os vinhos espumantes são indissociáveis desta região, até porque as suas uvas de elevado grau de acidez, a par da sua baixa graduação, são perfeitas para a produção do vinho espumante, caracterizado por um aroma bastante fino. Perfeitos para acompanhar o tradicional Leitão da Bairrada.

Aproveite para visitar as inúmeras caves e adegas da região, onde poderá fazer provas de vinho e não descure uma visita ao Museu do Vinho da Bairrada, em Anadia.

Fique a conhecer alguns dos produtores e aproveite a viagem para complementar a sua garrafeira.

A nossa seleção da Bairrada:

Os vinhos do Dão

O Dão ficou desde sempre afamado pela produção de vinhos de mesa com um perfil muito particular. Vinhos nobres, elegantes, com elevado potencial de guarda e até com algumas semelhanças com região francesa da Borgonha.As vinhas encontram-se em terrenos de baixa fertilidade, predominantemente graníticos, com diversos afloramentos xistosos. O acidentado do terreno, circundado pelo conjunto de grandes serras que o protegem das influências exteriores constituem uma importante barreira às massas húmidas do litoral ou aos agrestes ventos continentais.

O clima é frio e chuvoso no Inverno e muito quente e seco no Verão. Mas as variações microclimáticas permitem enquadrar as sub-regiões de Alva, Besteiros, Castendo, Serra da Estrela, Silgueiros, Terras de Azurara e Terras de Senhorim. Aqui, as características particulares dos vinhos do Dão estão profundamente relacionadas com o uso das castas mais apropriadas, aos métodos de produção praticados e do grande engenho e sabedoria vitivinícola da sua população.

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Aragonez, Tinta Roriz, Alfrocheiro, Bastardo, Touriga Nacional e Jaen são as principais castas de vinho tinto desta região, e Malvasia Fina, Barcelo, Encruzado, Bical ou Terrantez as castas de vinho branco mais abundantes.

Respire fundo, encha o peito de ar e deixe-se levar pelos aromas e sabores dos vinhos do Dão.

Os vinhos tintos do Dão são de cor rubi com subtis reflexos atijolados. O seu aroma é intenso a fruta madura e de sabor complexo e delicado. São vinhos muito elegantes e encorpados, com uma acidez excecional. Possuem um grande potencial de envelhecimento apresentando um “bouquet” extraordinário e sabor aveludado.

Os brancos do Dão são vinhos de cor citrina, com aromas frutados, complexos e delicados. São vinhos frescos na boca, com acidez equilibrada e com um final exuberante.

A nossa seleção do Dão:

Néctares da Beira Interior

A EN17 termina na mais alta região vitivinícola de Portugal. Para o apreciador de vinhos, a altitude é talvez a característica que mais facilmente define a Beira Interior. Mas esta região é muito mais do que os seus planaltos e montanhas: da diversidade das sub-regiões à singularidade das castas de uva locais, passando pelo fantástico património das vinhas velhas e pela preservação ambiental, a Beira Interior é todo um reservatório de autenticidade vitivinícola, onde qualidade e diferença andam sempre de mãos dadas. 

Rodeada pelas Serras da Estrela, Gardunha, Malcata e Marofa, as vinhas estão normalmente plantadas em zonas planálticas ou de encosta, entre os 350 e os 750 metros de altitude. Numa explicação simplista, a altitude significa, sobretudo, acidez e frescura, um bem raro e precioso nas regiões de vinho mais afastadas do litoral.

EN17 Rota dos Vinhos da Beira interior 02

A Beira Interior está dividida em três sub-regiões: Pinhel, Castelo Rodrigo e Cova da Beira, a maior das três e a mais a sul. Diferenças de altitude, relevo, humidade e temperatura, conduzem a diferentes terroirs nos cerca de 16.000ha de vinha da região. Para essa diversidade contribui também o perfil do solo na Beira Interior, maioritariamente granítico, mas com várias zonas arenosas, de xisto e quartzo. 

Os vinhos da mais alta região vitivinícola de Portugal espelham fielmente o forte caráter do terroir que os viu nascer.

Ao nível de castas identitárias cumpre destacar as brancas Síria e Fonte Cal, e a tinta Rufete. A Síria será porventura a variedade que mais apreciadores relacionam com a Beira Interior e é conhecida no Alentejo como Roupeiro. Mas a mais identitária até seja talvez a Fonte Cal, uma uva local praticamente inexistente fora da Beira Interior, e que cada vez mais produtores elegem como primeira escolha graças à estrutura, cremosidade e elegância dos vinhos que origina.  

Agora, nada como levar consigo alguns destes vinhos que, mais tarde, o irão fazer voltar a estas terras.

A nossa seleção da Beira Interior:

Tábua, um segredo entre serras

Localizada entre as serras da Estrela, Lousã, Buçaco e Caramulo, Tábua é uma porta aberta a uma região rica em contrastes. O seu aspeto planáltico esconde uma densa rede de vales abertos por rios e ribeiros, conferindo à paisagem uma beleza ímpar e a possibilidade de visitar vários locais de interesse, como a Pedra da Sé, o Penedo Que Abana ou os diversos moinhos que se estendem ao longo do leito dos rios que o atravessam.

Mas também é rica em património histórico e arquitetónico. Dos pelourinhos aos solares, sem esquecer os vestígios deixados pelos romanos que por aqui andaram outrora.

Os sabores tradicionais, as paisagens e o calor das gentes, convidam a visitar Tábua e a sua região.

O clima, frio e chuvoso no inverno e quente e seco no verão, confere a este território condições únicas para a produção de vinhos sem igual, integrando a Região Demarcada dos Vinhos Dão.

Por outro lado, dada a pertença à Região Demarcada do Queijo Serra da Estrela, também a produção de queijo assume preponderância na gastronomia local, destacando-se o cabrito assado e o bucho, assim como a confecção artesanal da broa. Sabores tradicionais, paisagem e muitos outros locais de interesse convidam a visitar o concelho.

7 ProdutosRegionais

De tempos idos, a história guardou vestígios e monumentos que atestam bem o nobre passado da região. Pode aventurar-se num dos muitos trilhos, e percursos pedestres, e conhecer importantes monumentos como a Via Romana da Pedra da Sé ou a Ponte romana dos Sumes. Já do alto do Penedo Cabana, avista-se o Mondego e é um dos locais de paragem obrigatória. Assim como as suas magníficas praias fluviais, como a Praia Fluvial da Ronqueira, uma praia acessível e dotada de todas as comodidades para um dia de verão bem passado.

Na sede do concelho, há muita vida nas ruas. Perca-se e deixe-se envolver, entrando numa qualquer pastelaria e prove a nossa doçaria. E, antes de partir, visite o Mercado Municipal e leve consigo alguns dos sabores de Tábua: a tradicional broa de milho, os enchidos ou o queijo. Não se vai arrepender pois estes produtos são a genuína merenda da beira!

Estrada Nacional 17 Tabua 9
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E com a mala cheia, tempo agora de regressar à EN17, para, ali mais adiante, visitarmos a Aldeia Histórica do Piodão, uma das muitas maravilhas desta viagem.

Incontornavelmente

  • Capela do Senhor dos Milagres
  • Miradouro do Penedo Cabana
  • Miradouro Pedra da Sé
  • Miradouro Minas de Urânio
  • Ponte Romana dos Sumes
  • Aldeia de Casal da Senhora
  • Aldeia de Sevilha
  • Via romana da Pedra da Sé
  • Praia Fluvial da Ronqueira

Piódão, Aldeia Histórica de Portugal

As pastagens da serra de São Pedro do Açor, recheada de nascentes, atraíram os pastores lusitanos que ali alimentaram os seus rebanhos. Na época medieval, formou-se um pequeno povoado a que foi dado o nome de Casal Piodam, depois transferido para a actual localização.

O caminho até ao Piódão faz-se pela sinuosa e perigosa estrada de montanha, ao longo das escarpas moldadas pelo tempo. Um desafio de condução que deverá fazer com cautela, sobretudo em alturas de mau tempo e pouca visibilidade. Mas vale bem a pena para ir descobrir uma das mais belas Aldeias Históricas de Portugal.

Quando a noite cai e as luzes da aldeia se acendem, Piódão transforma-se num presépio vivo esculpido na montanha.

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Estrada Nacional 17 Piódão 1

A aldeia do Piódão é característica pela sua disposição em anfiteatro a formar um autêntico presépio de xisto, uma imagem maravilhosa quando a noite cai e as luzes da aldeia se acendem. As casas de pedra de xisto têm portas e janelas de cores garridas e, na altura da Páscoa, cruzes de loureiro, colocadas nas vergas para afastar o mau-olhado.

O melhor a fazer por aqui e mesmo embrenhar-se pelas ruas, ruelas e pontes da aldeia. Do conjunto de pequenas habitações salta a vista a Igreja Matriz, com os seus singulares contrafortes. Deixe-se ficar por aqui até ao entardecer, quando os últimos raios de sol fazem brilhar o xisto e aproveite para provar as iguarias locais.

No caminho de regresso à EN17, aproveite para descobrir Vale de Maceira. Aqui começa a subida pela Via Sacra do Santuário de Nossa Senhora das Preces, até ao Monte do Colcurinho. Este percurso recria o percurso de Cristo até à Crucificação, ao longo de 11 capelas com figuras em madeira do século XIX à escala real. É uma das experiências a não perder no próximo concelho que vamos visitar pela EN17, Oliveira do Hospital.

Incontornavelmente

  • Igreja da Matriz de Nossa Senhora de Conceição
  • Capela das Almas
  • Capela de São Pedro
  • Fonte dos Algares
  • Praia Fluvial

Oliveira do Hospital, história e beleza natural

Oliveira do Hospital é dos mais belos concelhos da região. Dono de paisagens dignas de pinturas e refúgios secretos de cortar a respiração. Deve o seu nome à Ordem dos Hospitalários, a quem D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques entregou a região em 1120.

A grandeza desta região é espelhada nos vestígios de ocupação humana desde a pré-história, pelas Antas aí existentes, nos marcos importantes da época romana que podem ser visitados no Centro Interpretativo da Romana Bobadela e em todo o Fórum romano aí existente.

A Grande rota do Alva, os Corredores Naturais do Mondego ou os Caminhos do Xisto promovem dinâmicas culturais na região, assentes sobretudo num Turismo ativo e saudável. Como pontos de partida e chegada destes percursos estão as magníficas Praias Fluviais, rodeadas de natureza e as belas Aldeias de Montanha de Alvoco das Várzeas e São Gião ou a Aldeia de Xisto das Dez.

História, beleza natural, gastronomia, alojamento e um calendário anual de eventos são fortes razões para visitar e descobrir Oliveira do Hospital durante todo o ano.

Qualidade e diversidade na gastronomia, desde o famoso Queijo Serra da Estrela, DOP, os enchidos, ao borrego assado, acompanhados pelo magnífico Vinho do Dão. Não podemos esquecer os doces, como a tigelada e o requeijão, DOP, com doce de abóbora ou os bolos doces que fazem as delícias dos visitantes, que à mesa, também apreciam o que este concelho tem de melhor para oferecer.

Ainda nesta região, não muito longe da EN17, encontramos também a Ponte das Três Entradas. Uma curiosidade rodoviária que merece também uma visita pelos apaixonados das roadtrips.

A receita é simples. Ao artesanato e à gastronomia típica, junte a simpatia das gentes de Oliveira do Hospital. Depois polvilhe com paisagens naturais deslumbrantes e uma pitada de monumentos e marcos históricos. Finalmente adicione as muitas atividades disponíveis para todos os gostos. E agora, resta-lhe aproveitar ao máximo o seu tempo por aqui e se assim o desejar, descanse e recupere forças, num dos diversos alojamentos ao seu dispor.

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OH Alvoco das Várzeas crédito Aldeias de Montanha

Quanto à nossa viagem, essa segue de novo pela EN17 e até ao próximo destino: Seia.

Incontornavelmente

  • Património Megalítico: Anta da Arcaínha, Carvalhal, Seixo da Beira, Curral dos Mouros, Sobreda, Pinheiro dos Abraços, Bobadela.
  • Ruínas Romanas da Bobadela, Centro Interpretativo da Bobadela Romana, Fórum, Museu, Calçada e Ponte Romana.
  • Igreja Moçárabe de São Pedro de Lourosa
  • Ruínas do Castelo de Avô
  • Igreja Matriz
  • Capela dos Ferreiros
  • Museu do Azeite
  • Praias Fluviais: Alvôco de Várzeas, Avô, São Gião e São Sebastião da Feira
  • Ponte das Três Entradas

Seia, harmonia natural

Abrindo as portas à serra da Estrela, Seia espera por si de braços abertos. Por aqui descobrimos uma perfeita simbiose entre as tradições seculares e as artes artesanais com uma visão de modernidade e de futuro.

Aqui brilha a gastronomia, a património histórico e religioso, o ecoturismo e a forte oferta cultural. Atributos aos quais se junta uma beleza natural rara que fazem deste concelho um local para visitar em qualquer altura do ano.

Seia apresenta-se como um ponto de partida único para um encontro com a natureza no seu estado mais puro.

Aqui a visita pede-se prolongada. Primeiro na cidade. Visite o Centro Histórico, as igrejas e passeie pelos jardins. Depois visite o Museu do Brinquedo, o Museu do Pão e o Museu Natural da Eletricidade. E, depois de embeber a vida da cidade, parta então à descoberta da montanha e das suas praias fluviais.

As aldeias de Montanha de Seia são um destino perfeito para uma escapadinha. Cabeça, Loriga, Sabugueiro, Alvoco da Serra, Lapa dos Dinheiros e Vide são alguns dos tesouros à espera de serem descobertos. E, claro, não pode faltar uma visita à Torre, ao ponto mais alto de Portugal Continental.

Enquanto aproveita as melhores paisagens da região, não se esqueça de ir petiscando as iguarias locais. O Queijo da Serra e Requeijão de Seia combinam na perfeição com pão de centeio, a broa e o Bolo Negro de Loriga. E depois os enchidos e o cabrito serrano. Tudo acompanhado de um bom vinho do Dão.

Depois encher as vistas, e a barriga, prepare-se para deixar Seia e voltar à Estrada Nacional 17 para rumar até Gouveia.

Incontornavelmente

  • Museu do Pão
  • Antigos Paços do Concelho
  • Museu Natural da Eletricidade de Seia
  • Mata do Desterro
  • Torre
  • Lagoa Comprida
  • Cabeça da Velha
  • Praias Fluviais
  • Aldeias de Montanha

Gouveia, hall de entrada da Estrela

Os romanos chamaram-lhe Gaudella, um local com vistas de grande beleza. E a sua magnífica localização, na encosta noroeste da serra da Estrela, não deixa esses créditos por mãos alheias. De Gouveia podemos apreciar as magníficas paisagens que dão entrada à mais alta montanha de Portugal continental, com vastos horizontes dos seus miradouros como o Monte Calvário e o Paixotão.

A monumentalidade dos edifícios de Gouveia está bem patente no Bairro do Castelo e na zona medieval urbana circundante. Da Casa da Torre à Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, passando pelos Paços do Concelho, a Igreja de São Pedro e o Convento do Espírito Santo.

Entre a cidade e a serra, Gouveia é palco privilegiado da harmonia entre homem e natureza.

A judiaria no Bairro da Biqueira e algumas marcas inscritas nas ombreiras de edifícios da zona histórica da cidade são ainda visíveis, assim como no Espaço Arte e Memória. A Romaria do Senhor do Calvário, em agosto, é a principal celebração religiosa e popular da cidade, que chegou a ser considerada a maior Romaria das Beiras.

Daqui até ao topo da Estrela o caminho faz-se pelo serpenteante traçado da EN232, a caminho da Cabeça do Velho e percorrendo as muitas fontes de onde brota a refrescante água da serra. Aqui abrem-se as portas do Coruto de Alfátima, imponente posto de vigia e local de lendas que remontam a Júlio César. Depois o Vale do Rossim e o Mondeguinho, local onde nasce o maior rio português.

Pede-se também uma visita a Folgosinho, uma Aldeia de Montanha onde as lendas contam que poderá ter nascido Viriato. E depois, siga até ao Baloiço do Faraó, mais um dos locais de vistas privilegiadas da região.

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Quanto a nós, partimos agora de Gouveia a caminho de Celorico da Beira. Mas ainda há tempo para visitar mais uma Aldeia Histórica de Portugal. Voltamos assim à nossa Estrada Nacional 17 e seguimos até Linhares da Beira.

Incontornavelmente

  • Museu da Miniatura Automóvel
  • Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta
  • Roteiro Literário Vergílio Ferreira
  • Parque Ecológico
  • Igreja de São Pedro
  • Capela de Santa Cruz
  • Casa da Torre – Palácio dos Távoras
  • Espaço Arte e Memória
  • Vale do Rossim
  • Mondeguinho

Linhares da Beira, Aldeia Histórica de Portugal

Aldeia medieval do século XII, Linhares da Beira possui uma diversidade arquitetónica e artística ímpar, fruto do legado de várias épocas. Vaguear pelas ruas desta aldeia museu é fazer uma incursão ao passado, à sua história, e sentir a brisa do Vale do Mondego a acariciar-nos o rosto.

A história de Linhares começa verdadeiramente na reconquista Cristã. Estabilizadas as fronteiras do reino português, Linhares continuou a ter significado estratégico pois fazia parte do sistema defensivo que guardava a Bacia do Mondego, na retaguarda das fortificações da raia.

Linhares também é conhecida como a Catedral do Parapente, sendo um local privilegiado para a prática da modalidade.

A estrutura de ocupação do espaço da antiga vila de Linhares conjuga assim um tipo característico de povoamento medieval, com desenvolvimentos significativos no período quinhentista.

O Castelo, implantado num cabeço rochoso a cerca de 820 m de altitude dominando o Vale do Mondego, é impressionante. Na encosta, sobranceira à várzea de Linhares e cruzada por uma antiga via romana, estendeu-se a povoação.

A vila descreve, no sopé do Castelo, um perímetro triangular, em cujos vértices se situam três espaços ordenadores da malha urbana: o Largo da Misericórdia, o Largo de São Pedro e o Largo da Igreja. Na base do triângulo fica o Largo do Pelourinho, outrora o centro cívico da vila.

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Depois de se perder pela sua história, nada como um magnífico repasto no Cova da Loba, um dos melhores restaurantes da Beira Interior enquanto admira os aventureiros do parapente. Por agora, tempo de regressar à Estrada Nacional 17 para aproveitar o seu trajeto final até Celorico da Beira.

Incontornavelmente

  • Castelo
  • Fórum
  • Pelourinho
  • Antiga Casa da Câmara e Cadeia
  • Igreja Matriz
  • Igreja da Misericórdia
  • Casa do Judeu
  • Fonte de São Caetano

Celorico da Beira, tradições da serra

É em Celorico da Beira que chegámos ao quilómetro final da nossa EN17. No cruzamento onde se funde com a EN16, na Rotunda da República, chega aos 132km e alguns metros. E não podíamos terminar em melhor lugar.

Localizado nos contrafortes da serra da Estrela, cruzado pelo Mondego, este é um concelho de fundação antigarico em histórias e tradições. Esta região teve um papel fundamental na defesa de Portugal. Prova disso são os dois castelos, o de Linhares, que já visitámos, e o de Celorico.

Ar puro, natureza e sabores inigualáveis, são imperativos mais que suficientes para uma visita a Celorico da Beira.

A beleza das suas paisagens, a riqueza do património aliado à inigualável gastronomia e hospitalidade beirã, fazem de Celorico da Beira um lugar mágico que chama por nós.

Desde tempos imemoriais, as suas gentes laboriosas souberam retirar da serra o seu sustento. Nos pastos férteis pastoreiam os maiores rebanhos de ovelhas da raça Bordaleira Serra da Estrela e Churra Mondegueira. Aqui encontram condições de excelência para a produção do Queijo da Serra da Estrela.

Com o epíteto de Capital do Queijo Serra da Estrela, Celorico criou o Solar do Queijo da Serra. Num antigo edifício brasonado junto ao castelo, aqui se presta homenagem ao pastor e a esta arte.

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Estrada Nacional 17 Celorico da Beira Final

Mas, nesta região tão rica, a nossa viagem não podia ficar por aqui. E, por isso, vamos desafiá-lo a seguir um pouco mais adiante para visitar mais duas Aldeias Históricas de Portugal que valem bem a pena: Trancoso e Marialva. Aceita o desafio?

Incontornavelmente

  • Castelo
  • Solar do Queijo da Serra
  • Torre do Relógio
  • Pelourinho
  • Igreja de Santa Maria
  • Janelas Manuelinas
  • Núcleo Interpretativo “Casas do Castelo”
Onde comer:

Muralhas de Celoryco

O Botas

João Nova Estrela

Sabores d’Avó

Barroco del Rei

O Lago

Quinta de Santo António do Rio

A Gare

Zé das Iscas

Restaurante Hotel Quinta dos Cedros

Trancoso, Aldeia Histórica de Portugal

Localizado no topo de um planalto, de onde se avista um vasto território entre a serra da Estrela e o vale do Douro, Trancoso desenvolveu-se em torno do seu castelo milenar, testemunho de sobressaltos e temores vividos pelas gentes de outrora.

Foi terra de fronteira, palco de diversas lutas e batalhas marcantes para a formação e independência do reino. As suas muralhas ainda hoje protegem um burgo onde conviveram cristãos e judeus.

A cintura de muralhas que ainda rodeia a antiga vila medieval conferem ao Centro Histórico de Trancoso uma imagem única.

Ao longo de toda a Idade Média, foi um lugar estratégico-militar extremamente importante, numa região de fronteira instável. Era assim uma das das principais povoações da região. Sobretudo um um relevante centro mercantil, onde a partir de 1273 se passou a realizar uma das mais antigas e concorridas feiras francas do reino, perpetuada nos nossos dias pela afamada Feira de S. Bartolomeu.

Em 1282 foi objeto de uma profunda reforma urbanística, que pautou todo o seu desenvolvimento urbano. Procedeu-se, então, à ampliação da primitiva cerca amuralhada da vila e, no seu interior, desenhou-se uma malha urbana que tendia para a ortogonalidade das ruas e quarteirões.

Trancoso albergou uma das mais numerosas e importantes comunidades judaicas das Beiras, e as suas ruas ainda contam as suas histórias. Com um distinto e ilustre passado, e associada a inúmeras figuras históricas e lendárias, Trancoso merece, sem dúvida, uma visita prolongada.

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Mas, claro, um pouco mais adiante, encontramos já a Aldeia Histórica de Marialva a chamar por nós. Vamos até lá?

Incontornavelmente

  • Castelo
  • Centro da Cultura Judaica Isaac Cardoso
  • Muralhas e Portas da Vila
  • Capelas e Igrejas
  • Sepulturas Rupestres
  • Paços do Concelho
  • Palácio Ducal
  • Parque Municipal
  • Solares
  • Casa do Bandarra
  • Fonte da Vide
  • Antigas Casas da Câmara
  • Barbacã
  • Campo Militar da Batalha de Trancoso

Marialva, Aldeia Histórica de Portugal

Marialva vive num cenário que revela uma das relíquias vivas da ancestralidade portuguesa, transporta o visitante às raízes mais profundas da história do país. As ruas, ladeadas por edifícios resistentes aos anos, conduzem à cidadela cercada pelas muralhas cujas ruínas é fácil perder a noção do tempo.

É constituída por três núcleos distintos: a Cidadela ou Vila no interior do Castelo, o Arrabalde que prolonga a Vila para além da zona amuralhada e a Devesa, situada a sul da cidadela, que se estende pela planície até à ribeira de Marialva, e assenta sobre a antiga cidade romana.

Marialva mantém vivos vários testemunhos da História portuguesa e calcorrear as suas ruas é fazer uma autêntica viagem no tempo.

As origens longínquas de Marialva parecem remontar ao tempo da antiga Cidade de Aravor, fundada pelos Túrdulos no séc. VI a.C. Este castro, situado numa eminência rochosa sobranceira aos campos da Devesa, foi o principal núcleo da comunidade dos Aravos.

Com a chegada dos Romanos o nome alterou-se para Civitas Aravorum, tendo sido um importante ponto de confluência e cruzamento de vias, entre as quais a Via Imperial da Guarda a Numão

No Arrabalde que apresenta uma malha urbana de traçado predominantemente medieval, onde proliferam igrejas, capelas, casas quinhentistas e senhoriais, a par de um conjunto de habitações rurais com características típicas da casa beirã. Mais tarde procederam a obras no castelo, transformando Marialva numa das mais imponentes e fortes praças de guerra do reino.

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Dada a localização fronteiriça de Marialva, estimulada pela Feira que concedia diversos privilégios aos moradores e feirantes, chegou a formar a sua própria judiaria.

Incontornavelmente

  • Castelo
  • Cisterna
  • Tulha
  • Torre do Relógio
  • Antiga Câmara Municipal
  • Porta da Traição
  • Porta do Anjo da Guarda
  • Igreja de São Pedro
  • Capela do Senhor dos Passos
  • Fonte Manuelina
  • Igreja de Santiago
  • Solar do Marquês

Esperamos que este roteiro pela Estrada Nacional 17 sirva de inspiração e ponto de partida para continuar a descobrir o melhor de Portugal, as suas estradas magníficas, ladeadas de paisagens de cortar a respiração. Há muita história, tradições, alojamentos e pratos típicos para provar. Venha daí connosco!

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