De Melgaço a Monção. Na Rota dos Vinhos Verdes

Com o novo Mercedes-Benz GLB fomos percorrer alguns dos melhores trilhos numa autêntica rota dos vinhos verdes, entre Melgaço e Monção.

Neste roteiro entre Melgaço e Monção celebramos a casta Alvarinho, a rainha dos Vinhos Verdes. Onde as suas características únicas se aliam à singular cultura minhota na arte de bem beber e bem comer. Apure os sentidos e venha daí à descoberta desta região ímpar do nosso país.

No chão do largo da pequena aldeia de Cevide, situada junto à fronteira com a Galiza a poucos quilómetros de Melgaço, está escrito que “Portugal começa aqui”. Alguns metros mais abaixo, percorridos por carreiros estreitos outrora utilizados por contrabandistas, o número “1” e a letra “P” gravados no bloco de pedra confirmam. Estamos junto do primeiro de todos os marcos da fronteira terrestre entre Portugal e Espanha. Já que Portugal de facto começa aqui, que melhor lugar para darmos início ao nosso roteiro pelo berço da singular casta de vinho Alvarinho. Aqui vamos nós para a rota dos Vinhos Verdes.

A cultura da vinha na região de Melgaço e Monção é ancestral e remonta a tempos proto-históricos. Primeiro, trazida de outras paragens mediterrânicas e mais tarde estabelecida durante o período do império Romano, a prática vinícola enraíza-se definitivamente na região durante a Idade Média, como atesta o Foral de Monção. 

Já no final do Sec. XVII, da feitoria Inglesa de Viana do Castelo partiam para o mercado inglês os famosos Vinhos de Monção, que rivalizavam com alguns dos melhores vinhos franceses. Algumas das quintas fundadas no sec. XVIII ainda hoje existem. É o caso da Quinta da Pedra ou a Quinta de Serrade, onde hoje o magnífico Solar serve de acolhimento de luxo a visitantes e turistas que demandam estas paragens.

No coração do vinho verde

Após anos de trabalho árduo em que estiveram envolvidos alguns notáveis da época, a sub-região de Monção é finalmente declarada em 1929 pelo decreto 16684. Tal sucede a bem da salvaguarda das qualidades únicas desta casta e do bom nome do vinho ali produzido.

Melgaço por si só merece uma visita prolongada ao ritmo da natureza luxuriante e do rico património do concelho. Na estrada de Cevide para Melgaço encontra-se a Capela de Nossa Sra. da Orada, antigo lugar de peregrinação ladeando o “Caminho de Santiago”. Ao chegar a Melgaço, passeie pelo centro histórico. Não perca a oportunidade de admirar o Castelo e a Torre de menagem, a Igreja Matriz e a Igreja da Misericórdia, todos com séculos de história(s) que contar.  

Ainda no centro de Melgaço encontrará o Solar do Alvarinho. Um lugar onde se recebe quem vem à procura deste néctar e se homenageia quem o produz.

Em frente à Câmara Municipal, coloque os quilómetros a zero e prepare-se para a leitura do roadbook que lhe propomos para este roteiro.

Poucos minutos após o início desta viagem encontrará outra das riquezas da região. As águas límpidas de propriedades medicinais das Termas de Melgaço, onde muitos vêm em busca de saúde e bem-estar.

Aqui pode recuar aos tempos gloriosos do princípio do século XX. Aproveite para relaxar o corpo e mente com um dos vários tratamentos e experiências termais que as Termas lhe proporcionam.

Já revigorados com o poder das águas termais, entramos vinhedos adentro, por entre socalcos onde mãos sábias tratam a vinha há centenas de anos.

A Alma do Vinho Verde

A primeira paragem do nosso roteiro é a Quinta de Soalheiro. É considerada como tendo sido a primeira marca comercial de Vinho Alvarinho na década de 80 do século passado. Esta quinta, e particularmente a sala de provas, estão magnificamente localizadas sobre a encosta. Dali se avista todo o vale do rio Minho, a ambos os lados da fronteira. Não saia sem provar os vinhos ali produzidos enquanto admira a bela paisagem.

Para melhor apreciar a vista privilegiada sobre toda a região, subimos a encosta para altitudes onde as vinhas ainda não chegam. Assim podemos contemplar o mosaico rendilhado das vinhas geometricamente distribuídas por entre as casas dos sucessivos povoados.

Visconde de Vilarinho de São Romão

Nesta demanda de aventura, levamos o Mercedes-Benz GLB 220 d 4MATIC para os caminhos sinuosos que conduzem ao topo das colinas mais próximas.  A caixa automática de 9 velocidades acoplada a um motor generoso na resposta, possibilita uma condução suave e descontraída. Já em terra, o sistema de tração integral electrónica 4MATIC permite percorrer o trajeto do nosso Roadbook, que se encontra disponível para download em baixo, com desenvoltura. Este gere prontamente as falhas de aderência verificadas nas secções de pior piso.

Para quem quiser deslocar-se em família ou com amigos, os sete lugares desta versão oferecem a possibilidade de partilhar a viagem em grupo. Sobra ainda algum espaço para as bagagens.

“Alvarinho: Da muito, avinha bem e quer terrenos fortes”

Surpreendentemente, a religiosidade das populações do Minho é outra das marcas identitárias da região. Ao longo dos montes que protegem o vale do Minho, encontramos várias igrejas e mosteiros. Locais onde outrora os religiosos se recolhiam em oração, e que hoje marcam o território em locais de rara beleza. Destes destacamos pela sua beleza e importância, a Igreja de São Salvador de Paderne, o Mosteiro de Longos Vales ou a Igreja de São Caetano.

Lá diz o ditado que “ninguém reza de barriga vazia”, por isso aproveite para degustar a magnífica gastronomia regional enquanto visita estes e outros lugares. A qualidade dos ingredientes aliada ao saber passado de geração em geração, fazem com que esta região seja um verdadeiro santuário da arte de bem comer em Portugal. A afamada lampreia do Minho ou um naco de carne suculenta fazem as delícias dos apreciadores mais exigentes, devidamente acompanhados por uma malga de vinho verde tinto.

“Os vinhos Alvarinho formam um grupo à parte, cujo tipo não é fácil de definir. Não sendo de facto um vinho verde, vai contudo a este buscar muitas das suas qualidades, como o frescor e a viveza de paladar. Rico em álcool e de aroma intenso, tudo se harmoniza num conjunto que é uma verdadeira preciosidade”.

Galhano e Santos, 1944

Do alto das serranias avista-se já a centenária muralha de Monção. Este é o destino do nosso roteiro por terras minhotas, mas antes ainda havemos de passar pelo que é seguramente um dos lugares mais emblemáticos de toda a região, ou seja, o magnifico Palácio da Brejoeira. Construído no início do séc. XIX, onde é produzido um dos mais afamados vinhos da casta Alvarinho bem como as aguardentes dela extraídas.

“Com um melancólico adeus Àquela sobriedade desterrada, atravessei o Lima de Diogo Bernardes, olhei o Palácio da Brejoeira e, morto de sede, fui beber uma gota de Alvarinho a Monção”

Miguel Torga, Portugal, 1986

Chegados a Monção, detemo-nos no centro histórico desta que já foi terra de inúmeras batalhas pela independência do nosso país. Para além disso, hoje é lugar de sã convivência com o povo irmão da Galiza. Daqueles tempos guerreiros, chegou até nós a figura incontornável de Deu-la-Deu, mulher do Capitão-Mor de Monção, que segundo a lenda libertou o povo do cerco inimigo durante as Guerras Fernandinas no Séc. XIV, tornando-se desde então na heroína local.

Por fim, a chegada do roteiro faz-se no Museu do Alvarinho. Lugar onde se conta a história dos vinhos de Monção, desde as suas origens até aos dias de hoje. Uma história de harmonia entre a natureza minhota e o saber de quem trata a vinha com carinho, experiência e inovação. Assim se criam vinhos únicos neste território igualmente único entre Melgaço e Monção.

Boa viagem!

Melgaço – Onde dormir:

Melgaço Alvarinho Houses

Monte Prado Hotel & SPA

Melgaço – Onde comer:

Adega Sabino

Tasquinha da Portela

Monção – Onde dormir:

Solar de Serrade

Hotel Convento dos Capuchos

Monção – Onde comer:

Restaurante 7 à 7

Restaurante Dona Maria