Será o DS 7 Crossback o melhor, e mais confortável, SUV plug-in do mercado?

Muitos são os SUV híbridos plug-in que nos têm passado pelas mãos nos últimos tempos, mas há poucos que nos marcam pela sua presença e conforto. Um deles é o DS 7 Crossback.

DS
SUV
DS 7 Crossback E-Tense 4x2 Performance Line

O DS 7 Crossback perdeu o estatuto de porta-estandarte da marca francesa para o novo DS 9, mas mantém o carisma e elegância da restante gama. Requintado e de linhas desportivas, está disponível em versões térmicas ou híbridas plug-in, com ou sem tração integral. Fomos perceber o que vale este SUV híbrido plug-in da casa francesa, na sua versão eletrificada mais acessível, o DS 7 Crossback E-Tense 4×2.

Sim, mais um SUV. E sim, mais um híbrido de “ligar à ficha” da longa lista de híbridos plug-in atualmente em comercialização no nosso mercado. Desta feita, apresentamos o DS 7 Crossback E-Tense, o SUV híbrido plug-in da marca gaulesa, que não renuncia às suas origens. Para além disso, já foi merecedor do prémio de “melhor híbrido plug-in do ano“. De aspeto arrebatador e linhas bem pronunciadas, capta o olhar fruto da sua irreverência. Nesta que é a versão eletrificada mais acessível, garante boas prestações, bons consumos e ainda bastante equipamento de série.

DS7 Crossback Etense 4x2 225 80

Design expressivo

Quer seja por fora ou por dentro, o DS 7 Crossback marca pela diferença e atenção ao detalhe. Não diferente neste caso, recebendo ainda mais atributos graças à versão Performance Line, com destaque para acabamentos exclusivos. Mas vamos por partes. A frente é possante e ganha destaque graças à grelha padronizada em forma de losangos “preto-piano”, destacando o aspeto musculado do DS 7. A assinatura luminosa foi meticulosamente trabalhada e inclui opcionalmente luzes DS Active LED Vision (1100€) com máximos automáticos.

Na traseira, o aspeto SUV mantém-se, com destaque para os farolins tridimensionais (também eles dignos de nota artística), ao passo que a dupla ponteira de escape garante um look mais desportivo – e sim, estas são verdadeiras. Nesta versão de linha desportiva, recebe ainda alguns pormenores alusivos mas que se disfarçam sobre a pintura cinza”Platinium” (700€), como os frisos antracite mate texturado. Da mesma forma, as jantes de 19″ “Beijing” são também exclusivas e de série, não estando disponível noutra versão.

De igual modo, o habitáculo é o espelho da qualidade a que a DS nos tem vindo a habituar. Numa harmonia entre os acabamentos em camurça e as costuras vermelha e amarela, reinam as formas retilíneas e em losango. O conforto é aprimorado por bancos em Alcântara® e pele que, ainda que de ajuste manual, não pecam no conforto. Plásticos duros só mesmo na zona inferior das portas ou da consola central, destacando a qualidade do SUV francês.

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Conforto é prioridade

Mas não é só no aspeto que o DS 7 Crossback marca pontos, na qualidade e no conforto também. A posição de condução, ainda que elevada por se tratar de um SUV, garante uma boa postura e conforto ao volante. É envolvente sem ser em demasia, e garante longas viagens sem acusar fadiga. O trabalho de isolamento e acústica é também digno de nota positiva, marcando a diferença até no piso mais irregular. O conjunto faz dele um dos SUV mais confortáveis do segmento!

Em boa parte, o “culpado” é o sistema de amortecimento “DS Active Scan Suspension”. Trocando por miúdos, inclui uma suspensão adaptativa que, através de sensores e câmaras que analisam o estado do piso, e garantem uma dureza da suspensão. Tudo isto atuando de forma independente em cada roda, alcançando o máximo conforto em cada situação.

Para os bancos traseiros não falta espaço (nem ventilação). Tal como os da frente, são revestidos a Alcântara® e pele, sobrando espaço para as pernas e cabeça. Até mesmo para o viajante do lugar central, que conta com uma reduzida elevação do túnel central. Na bagageira, contam-se 555 litros de capacidade de carga, ou 1752 litros com os bancos rebatidos. Tudo isto contando com um portão automático e de boa amplitude.

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Tecnologia não falta

No que à tecnologia diz respeito, o DS 7 Crossback mantém os mesmos sistemas desde o seu lançamento. O cockpit digital conta com 12″ de diâmetro e além de bastante completo, tem uma excelente(!) resolução. A interação é facilitada através dos botões do volante, garantindo diferentes vistas a gosto do condutor. Do mesmo modo, o sistema de info-entretenimento ao centro do tablier mantém as mesmas proporções do painel de instrumentos e partilha dos mesmos atributos. Excelente resolução e uma facilidade de interação, com uma reduzida curva de aprendizagem. O ponto menos positivo vai mesmo para a câmara de auxílio traseiro, que poderia ter uma melhor qualidade.

Como seria de esperar, o acesso a plataformas móveis é garantido, mas apenas – e para já – através da ligação por cabo USB. Para ajudar no acesso rápido a determinados menus, como a climatização ou navegação, dispõe de teclas de atalho táteis numa fileira inferior. O que significa que para controlar a ventilação, é necessário interagir com o sistema digital, ainda que tenhamos o acesso facilitado. Para os bancos da frente está ainda disponível uma estação de carregamento sem-fios para smartphone e ainda uma tomada de 12V e USB – de ligação ao sistema de info-entretenimento. Para quem viaja atrás, pode contar com duas portas USB convencionais, para que não falte energia em viagem.

Eficiência na ordem do dia

A animar o eixo dianteiro deste DS 7 Crossback está um grupo propulsor híbrido plug-in, que lhe vale o selo “E-Tense”, composto por dois motores, um térmico e um elétrico. O primeiro, com base no PureTech 1.6 a gasolina de 180 cv e 300 Nm de binário. O segundo, uma unidade elétrica de 110 cv (81 kW), integrada na caixa de velocidades automática de 8 relações (EAT8). Tal conjunto permite uma potência combinada de 225 cv e 360 Nm de binário, que garantem várias utilizações num único carro.

Tirando partido da propulsão elétrica e da bateria de 13,2 kW que permite percorrer até 55 km em modo 100% elétrico (ou até 72 km em ciclo urbano WLTP), até uma velocidade máxima de 135 km/h. No nosso caso, o máximo alcançado foi de 44 km, ainda que numa utilização mista e fora da cidade. Contudo, a gestão da bateria pode ser feita através do sistema e conseguimos garantir parte da carga para usar mais tarde, usando o modo “eSave”. Assim, é possível reservar a carga na totalidade, ou apenas 10 ou 20 km. Por outro lado, o sistema de recuperação de energia herdado da Fórmula E, permite ao DS 7 recuperar alguma energia através da desaceleração e travagens.

Dinâmico, sem ser desportivo

O DS 7 Crossback E-Tense não nasceu para ser um desportivo, ainda que os números deixem antever boas prestações em estrada. Os 8,9 segundos de aceleração até aos 100 km/h são espelho de que nem as quase duas toneladas o impedem de ritmos mais apressados. Especialmente quando damos primazia a certos modos de condução que o acompanham, como o “Sport”. Para ritmos mais calmos e no dia-a-dia, o “Hybrid” será o mais indicado, onde o pisar suave e responsivo toma bem conta do pé direito.

A direção do DS 7 é bastante precisa, desenhando bem as curvas, e o trabalho de suspensão ajuda a manter as rodas na estrada e um bom conforto acústico no habitáculo. Sem dúvida que é um excelente aliado de viagens mais longas, garantindo bons consumos e um conforto sem igual. Do mesmo modo, a caixa de velocidades tem um bom escalonamento e passagens de caixa breves e suaves, garantindo uma aceleração e recuperação progressivas.

Números que contam

No final de contas, e ainda que longe dos 1,6 l/100km de homologação, conseguimos alcançar um consumo médio de 6,1 l/100km. Números bastante justos e que espelham as boas prestações ao volante do DS 7 E-Tense. Para reduzir estes valores, há-que ter uma carga positiva na bateria, que garanta uma utilização elétrica ou híbrida do conjunto propulsor.

Para tal, inclui dois cabos de carregamento, para que possa realizar ciclos de carga, quer seja em postos públicos ou domésticos. No caso de posto público, e usando o cabo de 7,4 kW, permite carregamentos abaixo de 2h. No caso de carregar em casa numa tomada doméstica, o tempo é o de uma noite de sono descansada.

DS7 Crossback Etense 4x2 225 6

A gama DS 7 Crossback começa nos 45 830€ para a versão térmica 1.5 BlueHDI de 130 cv. Contudo, a unidade ensaiada equipa o nível de equipamento Performance Line, que começa nos 53 500€. Acrescentando a pintura metalizada cinza Platinium (700€), fixa-se nos 54 200€.

Para quem preferir, está ainda disponível a versão 4×4 que, além de mais potente (300 cv), acrescenta 4750€ ao valor final – e um motor elétrico no eixo traseiro garantindo então a tração integral.

Conclusão

O DS 7 Crossback E-Tense é bom e recomenda-se. Nesta que é a versão híbrida plug-in menos potente e sem recorrer a tração integral, consegue garantir uma melhor relação qualidade/preço, onde a excelente qualidade de construção e equipamento de série o deixam num patamar bastante apetecível face à concorrência.

Ficha Técnica

Cilindrada

1598 cm3

Cilindrada

360 Nm

Binário Máximo

225 cv

Potência

Cilindrada

8,9 s

0-100 KM/H

225 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

1,6 l/100 km

Combinado

6,3 l/100 km

Registado

35 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

45 830€

Base

54 200€

Ensaiado


Thumbs UpQualidade e acabamentos. Consumos. Espaço.

Thumbs DownCâmara de marcha-atrás.