Qualidade e dinâmica apuradas no novo Audi A3 Sportback

Apesar de conhecidas as qualidades inequívocas do Audi A3, a nova geração do compacto alemão surpreendeu-nos! A qualidade mantém-se e a dinâmica evoluiu.

Audi
Segmento C
Audi A3 Sportback 30 TDI S line 116cv

O segmento C encontra-se todo ele renovado. Dos premium aos generalistas, praticamente todo o segmento recebeu recentemente novas propostas. Depois da oitava geração do Volkswagen Golf e do SEAT Leon mais tecnológico de sempre, sem esquecer outros modelos como o Mercedes-Benz Classe A e o BMW Série 1, eis que tivemos oportunidade de percorrer várias centenas de quilómetros ao volante do novo Audi A3 Sportback que já aqui tínhamos apresentado.

Mantendo-se como referência no segmento, o novo A3 Sportback apresenta-se com linhas fiéis à última geração, mas apresenta um pacote tecnológico mais avançado e adota algumas parecenças com o seu irmão mais novo, também ele já renovado, o Audi A1. É o caso dos “buracos” por cima da grelha Single Frame, e do estilo dos faróis com novas assinaturas LED. Bem equipado, mas numa configuração pouco apelativa, o nosso ensaio recaiu sobre a motorização Diesel menos potente na versão S Line, denominado de 30 TDI.

E se no campo de motor estamos perante o novo bloco 2.0 l no seu nível mais reduzido de potência (116 cv), no que diz respeito a aparência esta é a versão de aspeto mais desportivo que podemos ter, desde logo com uma suspensão rebaixada em 15 mm, ainda que aqui não resulte da melhor forma. Na nossa opinião o “problema” está na escolha da cor e das jantes de liga leve de 17″. O conjunto acaba por não “encher o olho”.

Qualidade(s) inequívocas

O que convence de imediato são os extraordinários bancos desportivos, incluídos no pacote interior S Line. Para além de confortáveis, com excelente apoio e com níveis corretos de rigidez, revelaram-se os companheiros ideais para as viagens mais longas. Depois do ensaio ao Volkswagen Golf com configuração idêntica e a mesma motorização, os atributos do bloco 2.0 l já eram nossos conhecidos e uma vez mais confirmamos as impressões que tínhamos tido ao volante do primo germânico.

Para além de uma superior disponibilidade do bloco a poupar o recurso à caixa de velocidades, um funcionamento muito suave e agradável de conduzir, acompanhado de consumos que invejam muitos híbridos, sem o ser. A principal diferença, para além de uma melhor posição de condução com a ajuda dos referidos bancos, está na caixa de velocidades que na prática se revela mais precisa e leve, e com melhor manuseamento. O isolamento acústico também está um patamar acima, mas possivelmente culpa do opcional para-brisas com conforto acústico.

O ambiente a bordo do novo Audi A3 Sportback convida a longas viagens

Para além disso, e mesmo nesta versão de carácter mais… desportivo, o conforto é nota dominante para percorrer as largas centenas de quilómetros que o depósito permite de uma só vez. Em estrada, sobressai ainda a ausência de ruídos com uma qualidade de montagem e materiais do melhor que existe no segmento, ao contrário do que conhecemos no irmão A1, e ainda o já referido bom isolamento do habitáculo. Apesar de não encontrarmos o forro do compartimento das portas revestido, como acontece no VW Golf, a qualidade de montagem e materiais reina e destaca-se.

Depois, e fazendo jus ao aspeto mais dinâmico desta versão S Line, o Audi A3 Sportback revela um comportamento exemplar, mesmo quando tentamos provocar o chassis com os poucos mas eficazes 116 cv de potência. A estabilidade é digna de destaque. A contribuir para uma postura que nunca se desleixa está a suspensão dinâmica desportiva, embora não regulável. Mais um dos muitos opcionais da unidade ensaiada, responsáveis por um preço final algo… descabido! Posto isto, fica uma enorme curiosidade por deitar as mãos a uma versão mais apimentada de motor, talvez o 35 TFSI…

Digitalização qb…

Ao contrário do rumo que têm seguido a maior parte dos seus concorrentes, incluindo o VW Golf, a Audi optou por se conter um pouco mais na digitalização do interior do A3, e na nossa opinião foi a opção acertada. O Audi A3 tem tudo, mas mantém os comandos físicos para inúmeros sistemas como a climatização, os modos de condução, entre outros. São mais práticos e não exigem desconcentração. Para além disso, os comandos têm aquele toque “premium” típico do construtor.

Não gostamos apenas do comando que controla o volume, para além da sua localização não ser a mais prática para o condutor. Os espaços para objetos também são adequados e nos lugares traseiros viaja-se com algum espaço e conforto, sem problemas de altura. Temos saídas de climatização mas apenas uma tomada 12v quando já podíamos ter uma USB. A bagageira oferece 380 l de capacidade, e dois níveis de carga, uma vez que usufrui da ausência de pneu suplente.

Sistemas realmente úteis!

Ao contrário do que acontece em alguns casos, em que os sistemas de segurança e ajuda à condução revelam-se intrusivos, incomodativos e alguns até perigosos, fazendo com que o condutor os desligue na primeira oportunidade, ao volante do Audi A3 Sportback fomos surpreendidos por sistemas eficazes e que complementam o condutor, também eles opcionais. O sistema de correção da trajetória é exímio no seu papel e o alerta de colisão só funciona quando tem motivos para isso. O cruise control adaptativo é suave no funcionamento não exagerando nas travagens quando reconhece outro veículo à sua frente. É a prova que, embora com o mesmo objetivo, os sistemas não são todos iguais. Depois, em viagens noturnas, os faróis LED plus que somam 1085€ à fatura final fazem a diferença.

Infelizmente, mas como manda a tradição premium, vários são os items remetidos para a lista de opcionais e que, neste caso, somam quase 13 mil euros ao valor a pagar, mesmo nesta configuração no nosso entender pouco apelativa visualmente. Apesar de todas as excecionais qualidades deste novo A3 Sportback, é difícil de justificar um valor final de 48 mil euros.

Conclusão

O novo Audi A3 Sportback revela qualidades que são inquestionáveis. Para além da nova motorização 2.0 l Diesel, mais agradável de conduzir e significativamente mais poupada, a estabilidade dinâmica a par do conforto e da qualidade de construção e materiais sugere este como uma das melhores propostas do segmento C, senão mesmo a melhor!

Ficha Técnica

Cilindrada

1968 cm3

Cilindrada

300 Nm

Binário Máximo

116 cv

Potência

Cilindrada

10,1 s

0-100 KM/H

206 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

4,4 l/100 km

Combinado

4,9 l/100 km

Registado

114 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

35 021€

Base

47 976€

Ensaiado


Thumbs UpQualidade. Conforto. Dinâmcia. Motor (disponibilidade/consumos)

Thumbs DownPreço. Equipamento opcional.