Podia desaparecer ou adaptar-se e a escolha da última opção tornou este ícone num 4×4 absolutamente incrível que, para quem gosta de andar nos grandes espaços, é quase obrigatório. O preço desmoraliza, mas com a hibridização este Jeep Wrangler 4xe alia o melhor de dois mundos. Em suma, é um automóvel que vai a todo o lado com ajuda da parte elétrica. Por isso posso dizer que este é o melhor de sempre.
Para melhor muda-se sempre e apesar de muitos levantarem o sobrolho perante a perspetiva de um ícone eletrificado, a razão está do lado da Jeep. Reconheço que não é fácil pegar num automóvel capaz de trepar paredes e que desde sempre usou a gasolina ou o gasóleo como combustível, passar a apresentar-se como… híbrido!
Jeep Wrangler 4xe é híbrido PHEV
Mas, sejamos honestos… o Jeep Wrangler 4xe melhorou ao adotar uma mecânica híbrida Plug In. Próximo passo? Melhorar o motor a gasolina do sistema PHEV. Isto porque quando a bateria se esgota, os consumos são elevados, com seria de esperar de um bloco a gasolina com 272 cv.
Com valores acima dos 10 litros de gasolina sem ajuda elétrica, fica evidente que terá de carregar amiúdes vezes a bateria de 17,3 kWh – precisa de 2h30 para o fazer num carregador de 7,4 kWh – para andar perto dos consumos reclamados pela Jeep. Não consegui melhor que 6 l/100 km, mas fiquei com um sorriso nos lábios com este valor.
Mais de 50 quilómetros em modo elétrico
Por outro lado, o Wrangler 4xe permite que, com a bateria carregada, possa andar em modo 100% elétrico durante 53 quilómetros. O que dá muito jeito em cidade e, sobretudo, para poupar a natureza quando anda fora de estrada. Ou seja, diverte-se sendo responsável!
Quando se pensa em comprar um 4×4 que possa andar fora de estrada, o Wrangler é, sempre, uma opção. Verdade que os quase 90 mil euros pedidos pela Jeep são desmotivadores. Mas, pensemos no seguinte: consegue dizer alguma 4×4 puro e duro com mecânica híbrida Plug In que seja mais barato?
Jeep Wrangler 4xe faz jus à tradição da marca
Além disso, estamos perante a versão Rubicon que, nos termos da Jeep é um “Trail Rated”, ou seja, oferece características excelentes para andar fora de estrada. Comecemos pela parte mecânica. O sistema híbrido utiliza um bloco a gasolina com 2 litros de cilindrada e 272 cv de potência. Junta-lhe um motor elétrico com 145 cv que leva a potência combinada para os 380 cv.
Excetuando a versão com motor V8, este é o Wrangler mais potente e isso nota-se em utilização. Confesso que nunca fiz ultrapassagens tão rápidas como com este Wrangler 4xe!
Rubicon e Trail Rated abrem a porta à evasão
Depois, a capacidade elétrica ajuda, e de que maneira, nos percursos fora de estrada. O binário de 400 Nm, muito dele disponível imediatamente, permite ultrapassar obstáculos com a ajuda das definições deste modelo Rubicon.
Até porque, exceção feita ao depósito ter ficado mais pequeno (passou de 80 para 63 litros), nada mudou em termos de interior e de espaço. E este modelo tem os diferenciais dianteiro e traseiro com bloqueio, caixa de transferências e redutoras (ultra curta) na caixa automática e, ainda, a possibilidade de desligar a barra estabilizadora dianteira. Como a distância ao solo é de 25 centímetros, o Jeep Wrangler 4xe Rubicon passa, como se diz, por cima de toda a folha.
Grandes pneus… fora de estrada!
Outra característica desta versão são os pneus 255/75 17. São excelentes fora de estrada e com lama, mas necessitam de alguma atenção em alcatrão. Não vale a pena criticar a opção, pois ninguém compra um Rubicon para andar a fazer autoestrada!
Porque são, naturalmente, ruidosos (especialmente acima dos 100 km/h) e em piso molhado precisam de ser tratados com gentileza. O mesmo discurso se aplica à direção. Ter sol na eira e chuva no nabal é impossível e desfrutar das capacidades fora de estrada com uma direção perfeita em alcatrão… é impossível.
Conclusão
No final deste ensaio direi aquilo que sempre disse sobre o Jeep Wrangler: um automóvel carregado de charme que sempre se manteve fiel ao seu princípio com uma eficácia fora de estrada de sublinhar. Poder “desmontá-lo” e andar fora de estrada livremente não é para todos e a adoção da hibridização Plug In só veio melhorar a experiência. Este será, digo-o com convicção, o melhor Wrangler de sempre e só tenho pena que não possa ter um na minha garagem…
Ficha Técnica
17,3 kWh
Bateria
7,4 kW
Max AC
- kW
Max DC
1995 cm3
Cilindrada
400 Nm
Binário Máximo
380 cv
Potência
6,5 s
0-100 KM/H
156 km/h
Velocidade Máxima
4,3 l/100 km
Combinado
10,8 l/100 km
Registado
94 g/km
Emissões CO2
87.700€
Base
89.200€
Ensaiado
Eficácia fora de estrada, ajuda elétrica, autonomia
Consumos sem bateria, Preço
