Eletrificar para manter a LIDERANÇA! Testámos a Renault Mégane híbrida (plug-in)

Novidade nesta Renault Mégane E-Tech é a solução híbrida que conjuga um bloco a combustão com duas unidades elétricas. Melhor que o Diesel?

Renault
Plug-in Hybrid
Renault Mégane Sport Tourer E-TECH RS Line

O muito bem sucedido modelo francês que até agora concentrava as suas vendas nas motorizações Diesel, também não escapou à eletrificação e recebe uma motorização híbrida plug-in. As vantagens deste Renault Mégane ST E-Tech são inequívocas mas… Será em tudo melhor?

Do sucesso do modelo não é preciso falar visto que é um dos automóveis mais populares do mercado. Ao longo dos anos já convenceu muitos milhares de famílias e muitas gestoras de frota com mais de sete milhões de unidades vendidas na Europa, e mais de 180 000 só em Portugal. Na última década o Renault Mégane foi por três vezes o automóvel mais vendido em termos absolutos no mercado Português! Os seus atributos são vários, entre eles destaca-se a robustez, o espaço a bordo e a economia nas versões Diesel. Mais recentemente chegaram as modernas motorizações 1.3 TCe a gasolina mas dos consumos não ficámos fãs… Será que agora esta versão híbrida plug-in já consegue fazer concorrência ao Diesel?

Combinação motriz é alma do Mégane e-tech

A versão eletrificada do Mégane recebe um motor de quatro cilindros, de 1.6 litros com 91 cv e 144 Nm de binário acompanhado por dois motores elétricos. Assim, o primeiro deles com 67 cv e 205 Nm serve para locomover o automóvel, e o segundo de apenas 34 cv e 50 Nm, funciona como motor/gerador, aproveitando todas as desacelerações. Ambos recorrem a uma bateria com uma capacidade de 9,8 kWh, culpada pela redução de espaço na bagageira, e uma inovadora caixa de velocidades multimodo, sem embraiagem.

A potência total desta Renault Mégane híbrida é de 160 cv. Segundo a Renault, a tecnologia presente nesta versão E-Tech foi desenvolvida pela engenharia inspirada no conhecimento da marca na Fórmula 1. São 14 velocidades que não só permitem um excelente rendimento, como tornam as passagens de caixa praticamente impercetíveis.

A robustez e a precisão da direção evoluíram muito

Graças à motorização híbrida plug-in E-TECH, o arranque é feito sempre em modo elétrico para reduzir o consumo de combustível e limitar as emissões de CO2. O sistema consegue fazê-lo sempre, mesmo quando aparentemente estamos sem carga na bateria, revelando uma excelente gestão. Como resultado temos naturalmente consumos muito reduzidos que, pelo menos em cidade, conseguem sem dúvida alguma bater a versão Diesel. Com o modo Pure, é possível circular 100% elétrico a uma velocidade de até 135 km/h e durante cerca de 50 km. Isto apesar dos “até 65 km” anunciados pela marca em modo urbano. Talvez possíveis em condições muito específicas. Para aumentar a recuperação de energia, dispomos do modo “B” da caixa de velocidades que peca apenas por não oferecer patilhas de comando no volante.

Apesar da Renault Mégane híbrida marcar valores próximos dos 60 km de autonomia em modo 100% elétrico, 50 km é um valor bem mais real. Contudo, a gestão parece-nos bem feita já que, como referi, mesmo sem carga na bateria conseguimos arrancar sem intervenção do motor a combustão.

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Poucas diferenças face ao “comum” Mégane

E se no exterior as diferenças desta versão resumem-se à tomada de carregamento e à inscrição E-Tech Plug-in Hybrid no pilar B, no interior existe uma novidade. Um novo ecrã 100% digital de 10,2″ que apresenta todas as indicações específicas do híbrido, para além dos dados específicos de carga quando o veículo está a carregar.

Através dos modos de condução do sistema MySense desta Renault Mégane e-tech, é ainda possível utilizar a função E-SAVE. Esta garante um mínimo de carga de 40% para uma utilização posterior. Para além disso, finalmente a Renault abandonou os típicos botões para o cruise control e limitador de velocidade, sempre colocados nos mais variadíssimos e pouco práticos locais. Agora podemos contar com eles no volante. Já não era sem tempo Renault!

Qualidade superior

Outras melhorias desta carrinha Renault Mégane híbrida, concentraram-se na qualidade de materiais e montagem e, no geral, numa superior robustez. O conforto está em bons níveis e nesta versão RS Line contamos inclusive com bancos desportivos. Estes até exageram no apoio lateral mas encaixam-nos sem margem para desconfortos. Nas versões de caixa manual já se torna mais incomodativo o facto de batermos com o cotovelo na lateral do banco em manobras. Contudo, neste caso conforto é o que mais se destaca. Seja pelo bom acerto da suspensão, seja pelo exímio funcionamento do sistema híbrido, nada há a apontar. Como referido, faz com que arranquemos sempre em silêncio, de uma forma solícita, mas suave. Também a precisão e informação transmitida pela direção melhorou significativamente. É aliás o ponto que a mim mais me surpreendeu, conhecendo o pouco rigor presente em gerações anteriores.

Depois, um comportamento sempre previsível que deixa adivinhar uma boa distribuição do peso adicional, e um sistema de info-entretenimento melhorado que cumpre, sem ser referência. Um ponto menos positivo é o facto de se ter sacrificado o espaço da bagageira em prole da colocação das baterias, fator por vezes determinante neste segmento. Agora são 389 l de capacidade, em vez dos 521 l das versões apenas com motor a combustão. Nos lugares traseiros contamos com uma boa habitabilidade. Existem saídas de climatização e portas USB para ligação de dispositivos móveis.

Com uma boa dinâmica, mesmo com incremento de peso, a carrinha Mégane nesta versão híbrida plug-in tem a vantagem de poder ser associada à versão RS Line, bem mais apelativa. Contudo, como híbrida passa bem despercebida. A superior robustez é percetível na ausência de ruídos, mesmo em pisos mais degradados.

Conclusão

Esta Renault Mégane E-Tech prima assim por uma agradabilidade de condução superior, bons consumos e bons níveis de conforto, pecando pelo preço e pela reduzida capacidade de bagageira face às restantes versões. É de facto uma mais valia na cidade mas são 40 mil euros! É preciso fazer bem as continhas...

Ficha Técnica

Cilindrada

1598 cm3

Cilindrada

400 Nm

Binário Máximo

160 cv

Potência

Cilindrada

9,8 s

0-100 KM/H

183 km/h

Velocidade Máxima

Cilindrada

1,3 l/100 km

Combinado

4,3 l/100 km

Registado

34 g/km

Emissões CO2

Cilindrada

40 092€

Base

43 193€

Ensaiado


Thumbs UpEvolução na direção. Consumos. Conforto.

Thumbs DownBagageira. Preço.