Ficou espantado ao ler que os travões de tambor estão de regresso? Antes de mais nada temos de lhe dizer que são as regras europeias que podem ditar o regresso deste tipo de travões. Por vezes a evolução da tecnologia obriga a rebuscar no passado coisas que muitos já pensavam obsoletas. Como é o caso dos travões de tambor. Tudo pela sua forma e engenharia que permitem controlar algo que as normas antipoluição contabilizam. Venha connosco saber tudo sobre este regresso!
Com toda a certeza sabe que está a chegar (novembro de 2026) uma nova norma europeia anti-poluição, a Euro7. A princípio também sabe que os pneus e os travões são dois dos alvos desta nova regulamentação. Há limites claros para os volumes libertados de partículas. Por conseguinte, há necessidade de controlar o que hoje não tem importância. Como?
O que são travões de tambor?
Antes de Os que conduziram automóveis equipados com travões de tambor lembram o que era ficar sem travões após uma descida mais prolongada a ritmo mais vivo. Isto porquê? Aquecimento!
Os travões de tambor são muito simples. Uma bomba com um embolo (há com dois êmbolos) empurra duas ferraduras cobertas com um material de desgaste contra o interior de um tambor que cobre todo o mecanismo. Sendo feitos de ferro, os tambores não têm refrigeração e o calor gerado pela fricção acaba por enfraquecer o sistema e gerar falhas na travagem.
Desde os anos 60 que os tambores têm vindo a desaparecer e surgem, somente, em automóveis baratos de baixa performance e, apenas, no eixo traseiro.
Travões de tambor estão de regresso?
De acordo com alguns engenheiros é, exatamente, a forma dos tambores que os vão trazer de regresso à ribalta. A contabilização das partículas emitidas pelos pneus e pelos travões, obr9ga a investigar maneiras de as conter.
Com toda a certeza que novos tipos de materiais para discos e pastilhas são o caminho mais óbvio. Uma das soluções é aplicar um revestimento nos discos. Outra é aplicar pastilhas que se desgastem mais lentamente. Finalmente, aplicar discos de carbono como sucede nos superdesportivos. Muito caro, mas diminui em 81% as emissões.
Porém, a solução dos travões de tambor está em cima da mesa. É verdade que aquecem, mas o desgaste é menor e a maioria da poeira com partículas libertada pela travagem ficam dentro dos tambores. Mas há mais vantagens!
Em primeiro lugar, evitam que as jantes de liga leve sejam corroídas pelo pó dos travões durante as travagens. Em segundo lugar, os custos de produção e desenvolvimento são baixos. Finalmente, há menos resistência ao ar quando não estão a ser utilizados, podendo formar com as jantes um fator de ajuda aerodinâmica.
Procura pelos tambores aumentou
De acordo com alguns produtores de peças, o declínio da procura pelos tambores desacelerou e em alguns casos… acelerou! A Tenneco, empresa americana que produz pastilhas de travão sem cobre (que reduzem as emissões de partículas em 60%) disse exatamente isso.
Por outro lado, os veículos 100% elétricos não precisam de sistemas de travagem muito poderosos. Porque oferecem travagem regenerativa através do inversor do sistema elétrico. E há vários modelos 100% elétricos que usam tambores no eixo traseiro. Portanto, os tambores estão de volta, uma tecnologia do início do século passado…
