Tudo começou quando os chineses lançaram a norma GB 38031-2025. Mas que raio é esta ordem? Publicada a 28 de março de 2025 é um regulamento dos mais exigentes em vigor no que toca às baterias. Anteriormente dizia que as baterias teriam de emitir um sinal de alerta na iminência do deflagrar de um incêndio. A nova norma impõe que haja neutralidade total. Ou seja, por lei, bateria chinesa não arde! Mesmo em caso de falha grave.
Com toda a certeza isto é um enorme avanço na segurança dos veículos elétricos. A norma exige que além da bateria ficar inerte sem pegar fogo ou explodir em caso de falha grave, incluindo fugas internas de qualquer ordem, os fumos que possam resultar do problema não podem representar dano para os ocupantes do veículo.

Como validar a segurança das baterias?
Esta é a pergunta que os jornalistas fizeram aquando da apresentação da nova norma. De acordo com os responsáveis chineses há dois testes fundamentais. Em primeiro lugar um teste de impacto por baixo da bateria que se destina a comprovar a robustez mecânica. Em segundo lugar há um protocolo de sobrecarga que implica 300 cargas rápidas e um curto-circuito simulado. No final destes dois testes, a bateria não deve mostrar nenhum sinal de falha térmica.

CATL: bateria chinesa não arde e passa testes
Com efeito, a Comtemporary Amperex Technology Limted, mais conhecida como CATL, criou a bateria Qilin e foi a primeira a ultrapassar os rigorosos testes da norma GB38031-2025.
Foi a Independent China Automobile Technology and Research Center (CATARC) – responsável pelas avaliações dos testes de colisão C-NCAP – quem validou os resultados.

Uma excelente notícia, pois, a CATL equipa mais de 18 milhões de veículos 100% elétricos e híbridos Plug In. Esta bateria Qilin foi lançada em 2022 e entrou em produção em 2023, tendo no seu interior a terceira geração da tecnologia “Cell to Pack” (CTP). O que é isto?
Volume máximo aproveitável de 72% e uma densidade energética de 255 Wh/kg. Não ohe diz nada? Quer dizer que dependendo do tamanho da bateria há possibilidade de se aproximar dos 1000 km de autonomia, isto segundo o CLTC sempre mais otimista que o WLTP europeu.

Como funciona?
De acordo com a CATL esta bateria inclui células que incorporam um espaçador interno entre elas, uma placa de refrigeração líquida e uma almofada térmica elástica e multifuncional. Dessa maneira há melhor compacidade e, sobretudo, melhor dissipação do calor.
Por outro lado, o sistema de arrefecimento foi melhorado com elementos funcionais agora posicionados entre as células adjacentes. A superfície de transferência de calor quadruplica com este arranjo.
Desse modo a bateria por der recarregada de forma ultra rápida entre 10 e 80% em apenas 10 minutos a 5C. E a CATL quer chegar a 6C o que significaria uma carga entre 10 e 80% em menos de 8 minutos. O que é muito bom quando o tempo de recarga começa a ser mais importante que a autonomia.