Audi pode fechar fábrica em Bruxelas

A Audi pode fechar fábrica de Bruxelas se o arrefecimento das vendas de modelos 100% elétricos continuar como no primeiro semestre.

O aviso é claro: a Audi pode fechar fábrica de Bruxelas se o arrefecimento das vendas de modelos 100% elétricos continuar. Só para exemplificar, esta unidade de produção da casa de Ingolstadt tem como único produto o Audi Q8 e-tron tendo capacidade de construir 50 mil veículos por ano, empregando cerca de 3 mil pessoas. Recordamos que o Grupo VW não fecha uma fábrica desde 1988!

A última vez que o grupo alemão tomou a decisão de encerrar uma unidade de produção foi em 1998. Quando fechou a fábrica de Westmoreland na Pensilvânia, Estados Unidos da América. Isto mostra o quão sério está a ser o problema da mobilidade elétrica.

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Quebra de vendas de elétricos com forte impacto

Este anúncio do Grupo VW que deixa no ar a possibilidade de fechar a fábrica da Audi em Bruxelas, é o espelho das dificuldades pelas quais passa o gigante alemão. As razões para esta decisão residem na queda abrupta de procura por veículos elétricos. Um tiro que saiu pela culatra aos políticos e, por arrasto, aos construtores.

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O impacto do arrefecimento das vendas de veículos elétricos nas contas dos construtores europeus tem sido violento. A dimensão deste impacto é majorada pelos gigantescos investimentos que foram feitos nos últimos anos. Em primeiro lugar no desenvolvimento da tecnologia. Em segundo lugar na capacidade de produção.

No caso da Audi, anuncia-se uma redução das vendas este ano ao mesmo tempo que tenta recompor a gama e cortar custos.

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VW pode fechar fábrica ou investir na sua reconversão

Com toda a certeza, tomar a decisão de fechar uma fábrica não é tomada de ânimo leve. Até porque os custos de fechar a unidade de produção de Bruxelas ou procurar uma alternativa para manter a fábrica aberta, chegam aos 2,6 mil milhões de euros. Sem contar com outras despesas não planeadas.

Nesse sentido, o Grupo VW reviu em baixa as previsões do lucro operacional de 7,5% para 6,5%. Por tabela, a Porsche acaba afetada, pois, tendo cerca de um terço do capital do grupo, mas a maioria dos direitos de voto, a sua previsão de lucros foi reduzida de 5,5 para 3,5 mil milhões de euros.

Tudo isto porque a fábrica de Bruxelas da Audi produz, apenas, o Q8 e-tron e a procura pelo modelo quase desapareceu, tornando a fábrica inviável. Por outro lado, a fábrica tem encarado dificuldades estruturais, nomeadamente, falta de flexibilidade para alterar a configuração. Demasiada proximidade à capital belga e custos logísticos elevados fazem parte desses problemas.

Assim, em cima da mesa, está o fecho da fábrica que pode afetar o tecido empresarial belga e ter um impacto social enorme devido aos 3 mil colaboradores da fábrica. Isto numa altura em que os problemas parecem granadas a explodir nas mãos de Oliver Blume, CEO do grupo VW.

“A decisão de iniciar o processo de informação e consulta nas instalações de Bruxelas foi tomada após uma análise intensiva e é apoiada pela ADI AG. A tarefa agora é dar forma a este processo de forma construtiva e transparente, em conjunto com todos os envolvidos, e discutir soluções viáveis no interesse de todos. Porque assumimos claramente a responsabilidade que temos para com os nossos colaboradores, em todos os locais do mundo”, afirma Gerd Walker, membro do Conselho de Administração da Audi para a Produção e Logística.