Acordo EUA/EU não deixou ninguém feliz

O acordo EUA/EU não deixou ninguém feliz. Porque ao invés dos 2,5% atuais, as taxas aduaneiras passaram para 15%!

Condições, no mínimo estranhas, permitiram um acordo entre os EUA e a União Europeia. Foi num campo de golfe na Escócia que Donald Trump e Ursula von der Layen se entenderam. Porém… o acordo EUA/EU não deixou ninguém feliz. Porque ao invés dos 2,5% atuais, as taxas aduaneiras passaram para 15%! Ainda assim longe dos 30% que no dia 1 de agosto iriam passar a ser cobrados aos produtos europeus, nomeadamente, os automóveis.

A chantagem fez efeito e a União Europeia lá conseguiu um acordo com os Estados Unidos da América. A ameaça de tarifas aduaneiras de 25% colocou a Europa de joelhos e com o dia 1 de agosto a aproximar-se vertiginosamente, nada mais restou que sentarem-se à mesa e partir pedra até chegar a um acordo.

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Acordo EUA/EU não deixou ninguém feliz

Com toda a certeza que os 2,5% atuais eram o valor que deveria ter ficado. Na perspetiva dos Europeus, claro! De acordo com o noticiado, foi evitada uma guerra comercial que prejudicaria todos. Porém, o valor a cobrar será de 15%. De acordo com várias fontes, os construtores europeus não ficaram nada satisfeitos…

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Escócia, Golfe e acordos no menu

Depois de ter anunciado que a partir de 1 de agosto os produtos europeus iriam ser atingidos com 30% de taxas aduaneiras, Donald Trump decidiu vir até ao Velho Continente tratar das coisas com Ursula von der Layen.

Como adora golfe, decidiu ir até Turnberry, na Escócia, para jogar e encontrar-se com a presidente da Comissão Europeia. Fico dito que todos os bens europeus pagam 15% de taxas à entrada nos Estados Unidos.

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Alemães entre os mais afetados pelo acordo EUA/EU

Dessa forma, os alemães ficaram aliviados, mas não muito! Com toda a certeza que pagar 15% é melhor que 30%. Porém… De acordo com os dados de exportações para os Estados Unidos, o Velho Continente exportou perto de 900 mil veículos. A grande maioria modelos produzidos pela Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW.

Os 12,5% a mais que todos vão pagar originam um encarecimento dos produtos europeus e isso terá reflexo nas vendas, certamente. Por outro lado, este acordo não se fez sem contrapartidas.

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Tarifas altas e compromissos comerciais

Em primeiro lugar, a União Europeia compromete-se a comprar 750 mil milhões de dólares de energia norte americana. Em segundo lugar, terá de investir 600 mil milhões de dólares nos EUA. Enfim, um acordo que já foi criticado por muitos políticos, observadores e outros representantes. De fora ficaram, ainda sob confirmação, alguns medicamentos e a aeronáutica.

Só para exemplificar, a competitividade dos produtos europeus reduzir-se-á bastante, pois os clientes terão à disposição produtos equivalentes norte americanos com vantagens fiscais.

Por um lado, as bolsas acolheram bem o anúncio, mas a federação alemã da Indústria (BDI) e a federação alemã da química (VCI) já veio dizer que vão haver pesadas consequências para a indústria alemã com redução de competitividade.  Veremos nos próximos meses como a indústria automóvel europeia vai absorver mais este custo.