Dieselgate dá prisão a executivos da VW dez anos depois

Um tribunal alemão condenou quatro ex-executivos da VW a penas de prisão pelo seu envolvimento no DIeselgate espoletado há dez anos.

Um tribunal alemão condenou quatro ex-executivos da VW a penas de prisão pelo seu envolvimento no DIeselgate espoletado há dez anos. Um escândalo que envolveu a manipulação de milhões de automóveis e determinou um prejuízo de 2,1 mi milhões de euros de prejuízos aos utilizadores. Uma sentença esperada que deixou Herbert Diess e Hans Dieter Potsch de fora, pois, estes dois executivos resolveram o processo pagando 4,5 milhões de euros.

São quatro os ex-executivos da Volkswagen que foram condenados a penas de prisão por um tribunal alemão. O seu provado envolvimento no escândalo das emissões conheceu esta condenação dez anos depois da eclosão do Dieselgate.

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O que é o Dieselgate?

Quando o “Internacional Council on Clean Transportation” (ICCT) comissionou a Universidade da West Virginia e o seu Centro de Combustíveis Alternativos, Motores e Emissões (WVU CAFEE) para testarem os modelos diesel à venda nos EUA, o escândalo eclodiu.

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De acordo com os relatórios feitos na época, os investigadores usaram um sistema de teste de emissões japonês. Que detetou anormais níveis de emissões de NOx. Dos três modelos analisados, dois eram da Volkswagen.

Dessa maneira, em 2014, o ICCT publicou os resultados apurados pela WVU CAFFE. E fez um relatório para a CARB (Califórnia Air Resources Board), autoridade para a poluição na Califórnia. E, também, para a EPA (United States Environmental Protection Agency), a agência federal contra a poluição.

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Com toda a certeza foi feita uma análise precisa dos resultados. E em setembro de 2015 estourava a bomba: a EPA anunciava ao mundo que a Volkswagen tinha adulterado os testes de emissões através de um software ilegal. O efeito dominó foi imediato e os reguladores de vários países investigaram a questão.

MW 07/2016

As repercussões do escândalo

Nessa medida, foram sendo descobertos cada vez mais veículos adulterados. Só para exemplificar as repercussões, o valor em bolsa da Volkswagen caiu um terço. Martin Winterkorn resignou ao cargo de CEO e Hans-Jakob Neusser (responsável pelo desenvolvimento da marca) foi suspenso. Tal como Ulrich Hackenberg (responsável pela pesquisa e desenvolvimento da Audi) e Wolfgang Hatz (responsável pela pesquisa e desenvolvimento na Porsche) foram suspensos.

Assim sendo, a Volkswagen anunciou, em abril de 2016, planos para gastar 16,2 mil milhões de euros para resolver o problema. E acordou, três meses depois, pagar até 14,7 mil milhões de dólares para resolver processos cíveis.

Da mesma maneira, a Volkswagen declarou-se culpada, em janeiro de 2017. Logo em abril recebeu a condenação para pagar 2,8 mil milhões de dólares de multa. Sob a acusação de “alterar modelos equipados com motores diesel para adulterar os testes de emissões do Governo.”

Só para ilustrar a dimensão do escândalo, a 1 de junho de 2020, a Volkswagen já tinha despendido 33,3 mil milhões de dólares em multas, acordos e recompra de veículos.

Condenações no âmbito do Dieselgate

Após 10 anos, um tribunal alemão da região de Brunswick, estado da Baixa Saxónia, deliberou as primeiras sentenças. De acordo com os acórdãos, Jens Hadler, responsável pelo desenvolvimento dos motores diesel entre 2007 e 2011, recebeu 4 anos e meio de prisão efetiva. Por ser responsável por mais de 2 milhões de veículos defeituosos.

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Por outro lado, Hanno Jelden, antigo engenheiro de topo da VW, recebeu 2 anos e 7 meses de prisão. Depois que ficou provada a fraude agravada ligada a mais de 3 milhões de viaturas adulteradas. Dessa maneira, o anterior executivo da VW, Heinz-Jakob Neusser recebeu uma pena suspensa de 1 ano e 3 meses, pelo seu papel no Dieslegate. Outro gestor menor da VW teve uma pena suspensa de 1 ano e 10 meses. Todos vão recorrer das decisões.

Ainda restam processos contra Martin Winterkorn e mais 31 pessoas que aguardam sentença depois do caso ter sido adiado devido à Covid 19.