Pertença da Audi, marca do grupo Volkswagen, desde 2010, a empresa de design fundada por Giorgetto Giugiaro está em processo de avaliação. A Italdesign está à venda porque o Grupo VW quer cortar custos urgentemente. De facto, a Audi está numa posição complicada depois de registar uma margem de lucro operacional de 1,5%. Em outras palavras, depois da fábrica de Bruxelas e de 7.500 postos de trabalho a serem cortados, a Audi liberta-se de todo o lastro. Para já a Italdesign, veremos o que sucede com a Ducati e com a Sauber.
Os sindicatos levantaram a lebre quando anunciaram que a Italdesign estava em processo de avaliação para ser colocada à venda. Com o fim de forçar cortes severos nas despesas das suas participadas, Oliver Blume, CEO do Grupo Volkswagen, quer libertar-se de várias empresas que gravitam na órbita do grupo.

Corte de custos fecha fábrica Audi e despede colaboradores
Desde que os números de vendas caíram para o vermelho que Oliver Blume tenta recuperar o músculo financeiro do grupo VW. Nessa medida, quando tomou o lugar de Dieter Diess ao leme do grupo, mantendo a liderança da Porsche, Oliver Blume tomou muitas decisões. Entre elas, o bloqueio da entrada Porsche na Fórmula 1.
Com margem de lucro operacional muito curtas, Blume embarcou num plano para poupar milhares de milhões de euros, muito necessários à tesouraria. A fábrica de Bruxelas, onde era produzido o Q8, foi fechada e até 2029 serão cortados 7.500 postos de trabalho na Alemanha. Este corte permitirá poupar cerca de mil milhões de euros anualmente.

Italdesign à venda… e que mais?
Nessa medida, a Audi tem mais lastro para libertar. Em primeiro lugar a marca de motos Ducati. A famosa marca de Borgo Panigale foi outro negócio da casa de Ingolstadt (via a Automobili Lamborghini, também pertença da Audi) em 2012 por 747 milhões de euros.

Em segundo lugar a Sauber. A formação criada por Peter Sauber tem estado na F1, mas acabou por vendida a Pascal Picci e, em janeiro de 2023, a Audi comprou pequena participação para preparar a entrada na Fórmula 1. Essa participação subiu para os 100%, mas no final do ano passado, a Autoridade de investimento do Qatar adquiriu 30% do capital.

Desde que assumiu o comando do grupo VW, Oliver Blume tem tentado recuperar os “navios almirantes” Volkswagen, Audi e Porsche. Dessa forma, para além do fecho de fábricas e dos despedimentos previstos, a venda da Italdesign acaba por ser racional.
E tal como sucedeu quando estourou o “Dieselgate” – recordamos que o grupo VW acabou com toda a competição do grupo nessa altura – pode ser necessário economizar um pouco por todo o lado. É nessa lógica de “vão-se os anéis, ficam os dedos” que Ducati e Fórmula 1 podem “saltar” do portfólio de investimentos do grupo VW.