Poderia ser o nome de um espetáculo Tavares & Imparato Show. Porém, foi mesmo um espetáculo que o CEO da Alfa Romeo, Jean-Philippe Imparato e o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, deram na apresentação do novo Alfa Romeo Milano. Entre recados, certezas e muita confiança, os dois tornaram a apresentação do primeiro modelo 100% elétrico da casa do Biscione num… verdadeiro espetáculo!
O primeiro a falar foi Jean-Philippe Imparato. Confiante, o ex-patrão da Peugeot desenhou perante todos o futuro da marca. Confirmou que haverá um novo Stelvio já em 2025 e que surgirá um novo Giulia em 2026, ambos com base na plataforma STLA Large, a mesma do Dodge Charger Daytona.
“Alfa Romeo tem uma posição única no mercado”
Por outro lado, o CEO da Alfa Romeo destacou o posicionamento único da marca. Só para exemplificar isso, referiu que “a Alfa Romeo passou a ser uma marca inclusiva e capaz de oferecer veículos de espectros muitos diferentes.” Exemplo? Do estratosférico 33 Stradale que custa 2 milhões de euros ao Milano cuja versão base fica abaixo dos 30 mil euros.
E com o intuito de valorizar esta aposta, Jean-Philippe Imparato anunciou que as 33 unidades disponíveis foram vendidas em sete semanas e que há 50 pessoas na lista de espera.
Alargar raio de ação da Alfa Romeo
Ainda segundo o CEO da marca italiana – que falou várias vezes em italiano com frases de incentivo – o Milano irá ser vendido em vários países. Mais concretamente, em 28 no final de 2024 (a Portugal as encomendas abrem em maio). Porém, “muitos mais mercados” se seguirão a partir de 2025. E acabou a sua intervenção com uma tirada fantástica. “Quero vender modelos da Alfa Romeo em todo o lado – Austrália, Japão, México, enfim, a todos os que estiverem dispostos a pagar por um Alfa Romeo, aqui estou meu amigo!”
Tavares & Imparato Show com muitas alfinetadas
Quando Imparato chamou o seu amigo Carlos Tavares para o palco, viu-se um CEO agressivo e determinado. O patrão da Stellantis – que conseguiu o maior lucro operacional de sempre do grupo com 24 mil milhões de euros (18 mil milhões de lucro líquido) – deixou claro que não quer alienar nenhuma marca do grupo.
“Quando formamos a Stellantis alguns disseram que iríamos ter uma dor de cabeça enorme para gerir 14 marcas. Conheci algumas pressões dentro e fora do grupo para vender. Tive até propostas para vender a Alfa Romeo. Não demorei um segundo a dizer que não, pois não pretendo desfazer-me de nenhuma das marcas.”
E deixou claro serem “fake news” o desmantelamento da Fiat e o fim da produção em Itália. “Isso não vai acontecer até porque vamos investir 5 mil milhões de euros em Itália para fazer uma Gigafábrica e produzir 15 novos modelos em solo italiano!”
Alfa Romeo Milano é feito na Polónia
Esta alfinetada está relacionada com o facto do Milano ser produzido na Polónia e não em Itália. Porém, tudo está justificado: o Alfa Romeo Milano só poderia custar menos de 30 mil euros se for feito fora de Italia. Segundo Carlos Tavares, o facto de ser feito lado a lado com os irmãos Jeep Avenger e Fiat 600 em Tichy, Polónia, permite cortar 10 000€ ao valor final do automóvel. Este esclarecimento foi feito numa mesa-redonda com os jornalistas depois da revelação do novo SUV da casa do Biscione.
Com o propósito de descansar as mentes mais perversas, Tavares explicou que o Milano é o único Alfa Romeo produzido fora de Itália. E voltou a dizer que os chineses tentaram comprar-lhe uma das três marcas francesas (recusou divulgar qual) e que recusou liminarmente.
Por outro lado, esclareceu que a Alfa Romeo gerou 500 milhões de euros de lucro em 2023 a partir de 70 500 unidades vendidas (números da Jato Dynamics). Ou seja, cada carro rendeu 7100€, deixando de lado o 33 Stradale. Impressionante!
Alfa Romeo é a joia da Stellantis
Depois, não teve pejo em dizer que a Alfa Romeo é a grande joia do grupo Stellantis, deixando claro a sua importância. Depois disparou forte!
De forma orgulhosa disse que não iria vender nenhuma marca aos chineses, criticando a estratégia de outros no universo automóvel. “Os que trouxeram construtores chineses +para Itália estão no mesmo caminho daqueles que venderam a Volvo à Geely e a MG a outro grupo chinês (no caso a SAIC). Meus amigos… isto não vai acontecer na Stellantis… isto não vai acontecer à Alfa Romeo!”
E para finalizar, declarou que o Fiat Panda vai se manter em produção em Pomigliano d’Arco até 2030. Ou seja, o popular modelo da Fiat terá 18 anos de existência quando acabar a produção (a atual geração foi revelada em 2012).
