Stellantis e Renault: fusão não está nos planos

Stellantis e Renault andam nas bocas do Mundo devido ao rumor de uma fusão alimentada pelo Estado francês. Stellantis diz que não. Será?

Onde há fumo há, normalmente, fogo. E a entrevista que Carlos Tavares deu à Bloomberg – e que o Escape Livre deu eco – adensou a possibilidade da aquisição do grupo Renault pela Stellantis. Nunca o português responsável pela Stellantis disse alguma coisa que se assemelhe a isso, mas as suas palavras sobre aquisições, fusões, a necessidades da autoridade da concorrência ponderar alguns procedimentos e os problemas da Renault levantaram esta labéu de suspeição que John Elkann, presidente da Stellantis, veio desmentir.

Num comunicado lançado esta segunda-feira, o presidente do Grupo Stellantis veio diz que “não há nenhum plano em avaliação no que toca a compras ou fusões com outros construtores.” Por outro lado, Jonh Elkann referiu que a Stellantis está comprometida com o plano de “juntar o Governo italiano com os principais protagonistas da indústria automóvel para alcançar o objetivo comum de enfrentar os desafios da transição elétrica.”

JOHN ELKANN STELLANTIS
John Elkann, presidente do Grupo Stellantis

Stellantis e Renault: fusão não está nos planos

Esta situação foi espoletada pela entrevista de Carlos Tavares, mas também pela notícia saída no domingo no diário “Il Messaggero” que anunciava estar o Governo francês interessado em fundir os dois grupos. Stellantis e Renault? Qual o racional para isso? O Estado francês é acionista dos dois grupos.

Segundo a notícia do periódico transalpino, o Estado francês estaria a desenhar esta fusão para aumentar a sua importância na indústria e contrariar o ascendente chinês e alemão.

Esta notícia foi o suficiente para o valor da Renault subir 4% no mercado bolsista, contraindo depois do comentário de John Elkann. Ainda assim, as ações acabaram a valorizar 1%.

Stellantis

Diferenças entre grupos são grandes

Com toda a certeza, este plano não iria muito longe, caso existisse. Em primeiro lugar devido às regras da concorrência. Em segundo lugar, Stellantis e Renault juntas levantaria um alarme social causado pela duplicação de fábricas e serviços e inevitável fecho de alguns.

Renault Kardian 1

Por outro lado, Carlos Tavares lembrou eu as autoridades da concorrência deveriam levar em linha de conta as dificuldades dos construtores europeus. E lembrou vários obstáculos. Em primeiro lugar, a corrida para o fim dos motores de combustão interna. Em segundo lugar, as crises sociais levantadas pelos sindicatos estão a empurrar os mais fracos para os braços dos mais fortes.

Com toda a certeza, o anúncio de Adolfo Urso, Ministro da Indústria italiano aumentou a especulação. Disse o governante que tem o Estado Italiano a perspetiva de entrar no capital da Stellantis. Isto para equilibrar a influência francesa. Por vezes há mais conteúdo naquilo que não é dito. E estas movimentações podem “esconder” alguma coisa…