António Correia em entrevista ao Escape Livre. “As corridas estão no meu ADN!”

António Correia é um piloto jovem nascido no Fundão que tinha em casa a influencia certa para abraçar a carreira de piloto.

António Correia é um piloto jovem nascido no Fundão que tinha em casa a influencia certa para abraçar a carreira de piloto. “As corridas estão no meu ADN porque em casa o meu pai fazia ralis.” Assim sendo, seria difícil que o jovem António Correia, hoje um protésico dentário no Porto, não quisesse enveredar pela competição automóvel. O fundanense esteve á conversa com o Escape Livre e contou-nos os detalhes da sua carreira e o que quer fazer no futuro.

António Correia nasceu no Fundão há 21 anos e dedicou parte da sua vida á paixão pela ortodontia. A outra parte está dedicada às corridas. De acordo com o jovem piloto, tudo começou no karting e chegou às pistas através da Single Seaters ao volante do Funspeed. Um monolugar desenhado e produzido no Fundão, a terra natal de António Correia.

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António Correia encabeçou projeto fundanense nos monolugares

É verdade! Depois do karting surgiu a oportunidade de fazer o único campeonato de monolugares em Portugal. Sob o mesmo ponto de vista, tudo ficou ainda mais interessante pois foi possível fazê-lo com um carro nacional.” Abrimos aqui um parêntesis para falar da Funspeed. Empresa sediada no Fundão, há vários anos que desenha e produz chassis para a Fórmula Tuga. Foi dentro da Single Seaters que a empresa desenvolveu os seus modelos e foi com estes chassis que António Correia venceu em 2019 e 2020 e 2021.

Assim sendo, voltemos à explicação na primeira pessoa da ligação à Funspeed na Single Seaters de António Correia. “Surgiu a oportunidade de competir em circuitos com um monolugar que era produzido no Fundão, a minha cidade natal! Nem hesitei! Estivemos na Single Seaters Series de 2019 a 2022. Nesses quatro anos formos campeões em três ocasiões (2019, 2020 e 2022) e vice-campeões em 2021. Isto na minha classe, claro.”

O piloto explica ainda que “conseguimos lutar, sempre, pelos primeiros lugares da geral e, no fundo, foi uma ótima experiência.” Apesar de algumas dificuldades, a verdade é que este “era um projeto com um monolugar projetado, desenhado e produzido no Fundão com um piloto do Fundão e apoios de empresas do Fundão!”

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António Correia “nasceu” no meio dos automóveis

Assim sendo, foram anos “produtivos para a minha carreira, depois de ter passado tantos anos no karting.” António Correia nasceu no meio dos automóveis “o meu pai fazia ralis e desde que me lembro, sempre brinquei com carrinhos. Por outro lado, sempre o acompanhei nas provas que fazia, pelo que o “bichinho” começou muito cedo.”

Com o intuito de dar ao jovem descendente condições para singrar no desporto automóvel, o pai de António Correia deu-lhe um kart. “Assim que tive idade para isso, o meu pai pegou num chassis que estava lá em casa e colocou-me a andar de kart. Primeiro numa fase de passatempo só para ver como eu me sentia.”

Evolução segura no karting

Com toda a certeza, o karting foi um passatempo e ainda “hoje é! Gosto muito de andar de kart.” Porém, as coisas foram-se desenrolando e o pai “percebeu que eu gostava e como fui evoluindo de forma segura e rápida, o meu pai inscreveu-me no passatempo ‘Onde está o Ás?.” Apesar do nome, a iniciativa era muito diferente da criada pela Diabolique nos anos 80. Estava apontada aos pilotos vindos do karting. António Correia lembra que “o prémio era um kart para o Challenge Rotax.” E o piloto do Fundão percebeu ali que estava destinado a ser piloto.

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Com toda a certeza este episódio marcou a minha carreira. Não fui além do quarto lugar final, mas como os três primeiros já tinham carta de condução, o prémio final ficou para mim. Assim, fiz o Challenge Rotax em 2011 e foi ai que comecei, realmente, a competir.

Dessa forma, António Correia esteve oito anos no karting, sempre a subir “nas várias categorias. Comecei na Micromax, depois a Minimax, Juniores e Max. Fui fazer o Campeonato de Portugal Juvenil, mas regressei aos Rotax.”

Por causa da sua resiliência e apoio familiar, António Correia conseguiu “dois títulos de campeão em 2012 e 2015 e vice-campeão em 2013.” O piloto fundanense ainda foi às finais mundiais em Portimão por duas vezes.

Passagem para os automóveis

Como referimos acima, António Correia passou pelos monolugares na Single Seater Series com a Funspeed. No momento em que o piloto encontrou Pedro Salvador, a sua carreira conheceu nova mudança de rumo.

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Com o intuito de dar um novo rumo à minha carreira, encontrei o Pedro Salvador, o responsável pela Speedy Motorsport. Entendemos que a melhor solução seria dar o salto para os competitivos e aguerridos Caterham da Super Seven by Toyo Tires.”

De facto, está é a competição em que António Correia está envolvido. No seu ano de estreia, o piloto tem vindo a consolidar o andamento. Por outro lado, tem conhecido pistas novas que enriquecem o seu currículo e, por isso, os resultados não são o mais importante. Ainda assim, o jovem fundanense – que alinha na classe mais competitiva 430R Pro – tem mostrado rapidez e serenidade neste ano de estreia.

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O que reserva o futuro de António Correia?

O nosso foco é terminar a época bem e com bons resultados. Com o intuito de avaliar a estratégia para 2024, faremos um balanço no final da temporada” diz António Correia. Por causa da sua forte ligação familiar, o jovem nascido no Fundão quer avaliar tudo com a sua família e os seus patrocinadores. “A família é o meu pilar e quem me apoia é decisivo para manter a minha carreira viva. Por isso, é apenas lógico conversar com todos e saber o que fazer em 2024.

Por certo que já existem objetivos. “O objetivo é continuar mais um ano na Super Seven by Toyo Tires e, depois, avaliar os próximos passos e um salto para nova categoria. Mas, para já, o objetivo é fazer mais um ano com o Caterham e visar os primeiros lugares.”