GP F1 da Austrália. Verstappen vence após corrida caótica

O GP da Austrália viu a primeira vitória de Verstappen em Melbourne na primeira corrida da F1 interrompida por três bandeiras vermelhas.

O GP de Fórmula 1 da Austrália foi o palco para a primeira vitória de Max Verstappen em Melbourne – a 37ª da carreira – depois de termos assistido à primeira corrida da Fórmula 1 interrompida por três bandeiras vermelhas e um caos que tornou esta terceira prova do Mundial de F1 2023 numa quase história interminável. Lewis Hamilton conheceu um Mercedes inesperadamente competitivo e ao liderar a corrida estabeleceu mais um recorde: 17 anos com pelo menos uma volta na liderança!

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A vitória de Max Verstappen sublinhou o domínio da Red Bull em 2023, mas o sucesso do neerlandês não foi assim tão simples. Desde logo porque Verstappen fez a “pole position” e Sergio Perez cometeu um erro que o deixou no último lugar da grelha.

Depois, porque Lewis Hamilton encontrou um Mercedes bem mais interessante que até agora e bateu Russell e a sensação da temporada, o Aston Martin de Fernando Alonso. No arranque esteve melhor que Verstappen e apesar do campeão do mundo reclamar da atitude de Hamilton, a verdade é que foi batido. 

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Acabou salvo pela primeira bandeira vermelha provocada pelo despiste de Alex Albon que trouxe lixo para a pista. É verdade que não conseguiu bater Hamilton no recomeço – o britânico estabeleceu mais um recorde ao cumprir o 17ª ano com pelo menos uma volta liderada – mas assim que o DRS ficou disponível, a superioridade do Red Bull veio ao de cima e Verstappen chegou ao primeiro lugar de onde não mais saiu. Mesmo após uma corrida absolutamente caótica.

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Recorde de bandeiras vermelhas

A primeira bandeira vermelha surgiu muito cedo e ninguém na frente tinha ainda parado, recebendo uma paragem de graça. Uma benesse, pelo menos para George Russell. Mas o motor Mercedes decidiu o contrário e o britânico ficou pelo caminho com o W14 em chamas antes de se ter escoado o primeiro terço da corrida.

Entre bandeiras vermelhas houve pouco espetáculo porque Verstappen foi-se embora de Hamilton e os dez segundos amealhados eram mais que suficientes para adotar um ritmo de cruzeiro. Porém, nas corridas de automóveis, há momentos de menor felicidade e seja pelos problemas de travões que se queixou ou por adormecimento perante tamanha facilidade, Verstappen saiu de pista – “escusam de ir cortar a relva, pois já fiz esse trabalho” disse o piloto da Red Bull – e perdeu algum tempo para Hamilton.

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Porém, o piloto da Mercedes tinha uma dor de cabeça chamada Fernando Alonso e uma preocupação maior: poupar os pneus para tentar chegar ao final sem nova passagem pelas boxes. Tudo isto não impediu que ambos aumentassem o ritmo até que as coisas se complicaram e os comissários tropeçaram nos atacadores.

Primeiro foi Kevin Magnussen a sair sozinho de pista na curva dois e a bater no muro com a roda traseira direita do Haas. A roda soltou-se do chassis na curva três e o piloto parou dentro da curva 4, deixando detritos na pista. Nova bandeira vermelha!

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GP da Austrália: a grande confusão

Era preciso uma terceira largada com a perspetiva de um curto sprint até à linha de meta com duas voltas. Mais uma troca de pneus de graça e todos a recorrerem aos pneus macios. No recomeço, Verstappen conseguiu defender-se de um agressivo Hamilton, mas atrás, Sainz não conseguiu evitar dar um toque em Alonso atirando-o para um pião e ligeiro toque no muro onde ficou Magnussen.

Mais atrás, instalava-se o caos: Pierre Gasly bloqueou a travagem atrás de Carlos Sainz e saiu na segunda curva juntamente com outros carros. Quando regressou à pista chegou-se para a direita e acertou em Esteban Ocon. Acabava a prova dos dois Alpine e anulado um bom resultado para Gasly, que esteve em luta com Sainz. Incrível!

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Para adicionar mais confusão, Lance Stroll saiu de pista durante a refrega com Sainz, parecendo que o (mais um) excelente resultado da Aston Martin estava atirado por terra. E pronto, lá tivemos a terceira, recordista, bandeira vermelha.

Polémica, mas os comissários defendidos pelas regras: quando saiu a bandeira vermelha, Verstappen ainda não tinha passado pela linha do primeiro setor e não havia referências de tempo. Por isso, a corrida regressou à volta anterior e, com isso, Alonso regressou ao terceiro lugar, Stroll ao quarto e Sainz caiu dessa posição porque foi penalizado em cinco segundos por ter causado a colisão com Alonso.

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Decisão final do GP da Austrália foi bodo aos pobres

Esta situação acabou por ser um bodo aos pobres. Ficando uma volta para o final, o recomeço foi dado cerca de 30 minutos depois da terceira interrupção, Sainz ficou sem possibilidade de contrariar a penalização e caiu para 12º, abrindo a porta a Yuki Tsunoda (10º) Zhou Guanyu (9º) e a Oscar Piastri que conseguiu ficar no oitavo lugar.

Nico Hulkenberg estava caminho do quarto posto, mas com esta trapalhada ficou no sétimo posto com a McLaren a conseguir o sexto lugar com Lando Norris e Sergio Perez a reclamar um saboroso quinto lugar.

Tudo isto aconteceu depois dos comissários terem decidido que a ordem na grelha de partida – que não existiu, pois foi uma partida lançada – ordenada pela classificação da volta antes da bandeira vermelha e sem ultrapassagens até à passagem pela bandeira de xadrez. Exatamente o mesmo que aconteceu em Silverstone em 2022.

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A Ferrari conheceu um dia negro ao não conseguir pontuar com os dois carros: Leclerc abandonou cedo e Carlos Sainz foi penalizado antes da encenação de fecho do Grande Prémio e ficou fora dos pontos. 

Contas feitas, estiveram no pódio 11 títulos (7 para Lewis Hamilton, e 2 para Verstappen e Alonso), algo inédito na história da F1. Por outro lado, desde a Hungria 2018 (Hamilton, Vettel e Raikkonen) que não havia um pódio com três campeões. Isto numa corrida que viu Verstappen igualar o número de pódios de Ayrton Senna (80) e a Red Bull regressar ao pódio em Melbourne 12 anos depois da presença de Sebastien Vettel. 

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Por outro lado, é a primeira vez que a Red Bull ganha as três primeiras corridas de uma temporada de F1. Finalmente, foi a 34ª vez que Verstappen e Hamilton se cruzam no pódio na primeira e segunda posição (independentemente da ordem). 

Classificação final

  1. Max. Verstappen (Red Bull – RBPT Honda), 58 voltas em 2h32m38,371s;
  2. Lewis Hamilton (Mercedes), a 0,179s;
  3. Fernando Alonso (Aston Martin – Mercedes), a 0,769s;
  4. Lance Stroll (Aston Martin – Mercedes), a 2,313s;
  5. Sergio Perez (Red Bull – RBPT Honda), a 3,320s;
  6. Lando Norris (McLaren Mercedes), a 3,701s;
  7. Nico Hulkenberg (Haas – Ferrari), a 4,939s;
  8. Oscar Piastri (McLaren – Mercedes), a 5,382s;
  9. Zhou Guanyu (Alfa Romeo – Ferrari), a 5,713s;
  10. Yuki Tsunoda (Alpha Tauri – RBPT Honda); classificados 12 pilotos.

Classificação do Campeonato do Mundo de Piliotos

  1. Max Verstappen, 69 pontos;
  2. Sergio Perez, 54 pts;
  3. Fernando Alonso, 45 pts;
  4. Lewis Hamilton, 38 pts;
  5. Carlos Sainz, 20 pts;
  6. Lance Stroll, 20 pts;
  7. George Russell, 18 pts;
  8. Lando Norris, 8 pts;
  9. Nico Hulkenberg, 6pts;
  10. Charles Leclerc, 6 pts; Classificados 18 pilotos

Classificação Campeonato do Mundo de Construtores

  1. Red Bull Honda, 123 pontos;
  2. Aston Martin Mercedes, 65 pts;
  3. Mercedes, 56 pts;
  4. Ferrari, 26 pts;
  5. McLaren Mercedes, 12 pts;
  6. Alpine Renault, 8 pts;
  7. Haas Ferrari, 7pts;
  8. Alfa Romeo Ferrari, 6pts;
  9. Alpha Tauri Honda e Williams Mercedes, 1 pt.