Lamborghini Revuelto LB744. Um míssil italiano com 1015 cv!

Lamborghini Revuelto LB744 é o modelo da casa de Sant’Agata Bolognese que diz adeus ao motor V12 e vem ocupar o lugar do Aventador.

Lamborghini Revuelto LB744 é o modelo da casa de Sant’Agata Bolognese que diz adeus ao motor V12 e vem ocupar o lugar do Aventador. Mas este híper desportivo não passa ao lado das novas tendências e o poderoso V12 de 825 cv recebe a ajuda de três motores elétricos, dois nas rodas da frente e um na traseira. O nome não dos ovos “revueltos” (mexidos), mas sim de uma raça de touros espanhola, tal como é tradição na casa italiana. Porém, sendo a primeira vez que a Lamborghini mistura duas fontes de potência, podemos dizer que este é um Lamborghini bem “revuelto”…

LAMBORGHINI REVUELTO LB744 38

Lamborghini Revuelto LB744 é um míssil!

O Lamborghini Revuelto LB744 é um míssil com 1015 cv! Deve o seu nome a uma raça de touros espanhola e é, apenas, o sexto carro novo com motor V12 que a casa de Sant’Agata Bolognese faz em 60 anos! Por outro lado, o Aventador termina uma longa vida de 12 anos.

Ora, o LB744 é muito mais que apenas uma nova face ou uma remodelação do anterior modelo. Este Revuelto dá indicações muito precisas daquilo que será a Lamborghini no futuro, bafejada com a prolongar da vida dos motores de combustão interna através dos e-fuels.

Desde logo, destaque para o V12 que se mantém neste Revuelto LB744. Continua a ser um motor sem sobrealimentação o que oferece um som e uma resposta sem igual.

Contas feitas, o motor é uma evolução – a última – do bloco com 6.5 litros debitando 825 cv e 725 Nm de binário. É só o motor mais potente de sempre da Lamborghini para um carro de estrada.

E estamos, apenas, a falar do bloco de combustão interna, pois o mais ousado dos Aventador chegou aos 780 cv. São mais 45 cv que se multiplicam várias vezes graças aos dois motores elétricos com 150 cv e um terceiro que está montado na nova caixa de dupla embraiagem com oito velocidades. O Revuelto tem tração integral, mas o V12 só funciona com as rodas traseiras. À frente são os dois motores elétricos que asseguram a tração.

O mais curioso é que com a vetorização de binário, o Revuelto pode ser um tração à frente com 180 cv. Isto porque o carro tem um modo City que o transforma num modelo com capacidade de andar em modo elétrico.

Primeiro Lamborghini a passar dos 1000 CV!

Contas feitas a tanto motor, o Lamborghini Revuelto é, também, o primeiro da casa transalpina a ultrapassar a barreira dos 1000 cv, mas exatamente, 1015 cv. Com o “launch control” ativado, este Lamborghini consegue chegar dos 0-100 km/h em 2,5 segundos, toca os 200 km/h em menos de 7 segundos e chega “apenas” aos 350 km/h porque está limitado. Números que o colocam na mesma liga que o Ferrari SF90 Stradale (PHEV com 1000 cv) que chega aos 100 Km/h em 2,7 segundos, passa pelos 200 km/h depois de 6,7 segundos e aos 340 km/h como velocidade máxima.

O sistema híbrido do Revuelto tem uma bateria de 3,8 kWh que se carrega em 30 minutos com um carregador de 7 kW, ou então, com a ajuda do motor V12 como gerador, a bateria fica carregada em apenas 6 minutos.

LAMBORGHINI REVUELTO LB744 44

Revuelto promove primeira mudança estrutural desde o Countach

A hibridização mais profunda que a do Sian obrigou os engenheiros da Lamborghini a mudarem a estrutura do Revuelto desde que o Countach ocupou o lugar do Miura.

Como todos sabem, os supercarros com motor central – tal como sucede na competição – têm o motor imediatamente atrás dos bancos deixando a caixa de velocidade para trás e a bagageira à frente. Posicionando o grupo motopropulsor baixo e no centro do carro, promove-se uma melhor repartição de massa e um centro de gravidade mais baixo. Tudo mais valias para a condução.

Curiosamente, na Lamborghini, era tudo um bocadinho ao contrário com a caixa virada para a frente e o diferencial colocado no outro lado do bloco, sendo as duas peças ligadas por um pequeno veio. E tem sido assim desde o Countach. Um pouco como num Porsche 911, mas sem estar o bloco pendurado para lá do eixo traseiro.

No Revuelto, a Lamborghini abandonou o seu conceito e o V12 tem a caixa virada para trás como um supercarro ou um carro de competição. Ou seja, primeiro o bloco e depois a caixa. Mas a Lamborghini não poderia deixar de inventar alguma coisa diferente e assim, mantendo o motor longitudinal, rodaram a caixa 90 graus. Assim, o conjunto motor e caixa ficam mais compactos e os engenheiros da casa italiana conseguiram que tudo ficasse aninhado entre os bancos e o eixo traseiro.

Não é nada de revolucionário, a Ferrari já usou a solução no passado (348 e o F355) e se fizermos um exercício de memória, foi o F355 quem pela primeira vez apresentou um carro com patilhas no volante.

O Revuelto também tem patilhas no volante, mas hoje a comandar uma caixa de dupla embraiagem muito mais rápida e mais leve que anteriormente.

LAMBORGHINI REVUELTO LB744 39

Lamborghini Revuelto LB744 com (ainda) mais fibra de carbono

Para lá das diferenças em termos de motorização e de estrutura, o Revuelto acaba por ser um descendente do Aventador e é fácil encontrar semelhanças entre os dois. Mas, olhando bem, para lá das portas com abertura em tesoura, o Revuelto parece mais musculado e afilado com os “y” registados pela Lamborghini a surgirem um pouco por todo o lado. Uma coisa é certa: o Revuelto é, facilmente, identificado como um Lamborghini.

Alguns, porém, vão dizer que o estilo deveria ser mais “maluco” na esteira de modelos como o Countach. Porém, a equipa de Mitja Borkert, o patrão do estilo da Lamborghini, quis apostar numa via mais técnica e avançada onde a fibra de carbono tem influência.

Aliás, tudo é feito em fibra de carbono, desde a célula do habitáculo aos subchassis. E porque estamos a falar de um Lamborghini lá estão as saídas de escape hexagonais e os pneus 345/30ZR 21 à vista de todos

LAMBORGHINI REVUELTO LB744 13

Aerodinâmica ativa

A asa traseira do Revuelto é ativa e a sua posição pode ser alterada pelo utilizador, manualmente, ou pelo carro de forma autónoma. Mas há mais! O difusor tem outro difusor mais agressivo no seu interior (o que oferece mais 33% de força descendente) à frente e 74% no eixo traseiro.

Apesar do uso do carbono em larga escala, o peso do Revuelto é elevado: 1772 kg o que força os pneus e torna a condução menos… leve.

Lamborghini Revuelto LB744 com interior muito diferente

Outra área com significativas mudanças é o habitáculo. Se os comandos da caixa e o botão para ligar o motor são idênticos aos do Aventador, tudo o resto é diferente. O painel de instrumentos tem um ecrã de 12,3 polegadas e no centro há um ecrã com 8,4 polegadas, tendo desaparecido quase tudo o que poderia ligar a Lamborghini à Audi. Depois há um terceiro ecrã de 9,1 polegadas em frente ao passageiro.

LAMBORGHINI REVUELTO LB744 27

Tudo controlado pelo mesmo computador e todos a funcionar da mesma forma, de tal maneira que é possível passar a informação do ecrã central para os outros dois.

O volante é totalmente novo e, diz a casa de Sant’Agata Bolognese, inspirado nos volante dos carros de competição da Lamborghini Squadra Corse. Uma comparação bastante forçada, pois os GT3 da casa italiana são muito diferentes do que o Revuelto exibe.

Muitos modos de condução e tecnologia a rodos

Para controlar a sofistica e poderosa mecânica, o Revuelto tem 13 modos de condução. Leu bem… 13! O modo Cittá (Cidade) dá prioridade à utilização dos motores elétricos tornando o Revuelto num tração dianteira com 180 cv. O modo Strada coloca em jogo o V12, mas a caixa e a suspensão adaptativa olham mais para a suavidade e conforto. O modo Sport tem três sub-modos (Recharge, Hybrid, Performance) que carregam a bateria, utilizam ao máximo as capacidade de economia e defesa do ambiente do sistema híbrido e, finalmente, oferecem as potencialidades em termos de desempenho do sistema. Mas só até aos 907 cv! Para libertar os 1015 cv terá de selecionar o habitual modo Corsa.

Portanto, o Revuelto tanto pode andar em modo elétrico na Marginal ou no Centro de Lisboa ou Porto, como rasgar a pista do Estoril ou do Algarve derretendo pneu ao belo prazer do proprietário.

Quanto à tecnologia, é a mesma que podemos encontrar em qualquer topo de gama: ligações via satélite (com a Alexa da Amazon a ajudar), atualizações via internet, faróis de matriz LED, várias ajudas à condução e segurança, como manutenção na faixa de rodagem, monitorização do ângulo morto, cruise control adaptativo e alerta de tráfego traseiro.

Quanto a preços, nada se sabe, mas acredita-se que este Lamborghini Revuelto LB744 fica para lá dos 600 mil euros. Ah! e não estão descartadas versões mais poderosas e radicais do Revuelto…