Ford e Volkswagen não vão baixar preços na Europa

Ford e Volkswagen não vão acompanhar a Tesla na baixa generalizada dos seus produtos 100% elétricos.

Ford e Volkswagen não vão acompanhar a Tesla na baixa generalizada dos seus produtos 100% elétricos. Uma decisão que, no caso da marca da oval azul, segue um caminho diferente daquilo que foi escolhido nos EUA. Lá o Mustang Mach-E viu o seu preço cair entre 600 e 5900 dólares, tentando, assim, a Ford evitar perder competitividade. Recordamos que a Tesla cortou 20% ao preço dos seus veículos numa tentativa desesperada de incrementar as vendas e a produção, em queda nos últimos meses.

Portanto, não haverá redução de preços para o Ford Mustang Mach-E nos mercados europeus. Ainda assim, a Ford pensa que poderá produzir 130 mil unidades este ano, um significativo aumento face aos 77 959 completados em 2022. Na Europa foram vendidos cerca de 25 mil Mustang Mach-E.

Ford e Volkswagen não vão

Quem também não vai seguir os passos da Tesla é o grupo Volkswagen. Oliver Blume, CEO do grupo, referiu em entrevista a um órgão de comunicação social alemão que “temos uma clara estratégia de preços e estamos focados na fiabilidade. Acreditamos na força dos nossos produtos e das nossas marcas.” Ford e Volkswagen não vão baixar os preços. Mas há mais quem não baixe os preços.

Aumentar preços não é bom para o negócio

Luca de Meo, CEO do grupo Renault, afirmou que a marca francesa também, não vai entrar na guerra de preços. Segundo o italiano, em declarações feitas nas instalações da ACEA em Bruxelas, “entrar numa guerra de preços nesta altura em que estamos a ganhar velocidade na mobilidade elétrica não é a melhor coisa que podia ter acontecido à indústria.”

Por outro lado, o novo presidente da ACEA pensa que “os cortes de preços não são estruturais” são, apenas, diminuição da margem de lucro. A baixa de preços tem de ser estrutural, ou seja, graças a efetivos cortes de custos que são passados ao consumidor.

Ora, para isso suceder, terão de baixar os preços das matérias primas e da energia, lembrando, sempre, que 40% do preço de um carro 100% elétrico vem da bateria e que 80% do preço da bateria é das matérias primas.

Fica, assim, evidente, que tendo todos os construtores a preocupação de proteger as suas margens de lucro operacional, os custo dos veículos elétricos continua elevado e os preços dificilmente podem baixar. A não ser que suceda o que aconteceu com a Ford que nos EUA deixou de ganhar dinheiro com o Mustang Mach-E.