GP F1 do Brasil. Dobradinha surpresa da Mercedes

O GP do Brasil foi dominado pela Mercedes com George Russell a ganhar e Lewis Hamilton em segundo.

O GP do Brasil foi dominado pela Mercedes com George Russell a ganhar a corrida Sprint – a “pole position” foi para Kevin Magnussen (a primeira da Haas e do piloto), mas foi o piloto da Mercedes quem saiu da “pole”… – e a corrida principal numa saborosa dobradinha da Mercedes. Max Verstappen não esteve feliz em São Paulo, andou aos toques com Hamilton e no final houve mosquitos por cordas ao não ceder a posição a Sergio Perez. Destaques, ainda, para Fernando Alonso (cada vez mais guerreiro) e para os dois Ferrari que conseguiram ficar atrás dos Mercedes.

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Depois de uma corrida Sprint cheia de incidentes e emoção, ganha por George Russell, seguido de Carlos Sainz e Lewis Hamilton, percebia-se que era chegada a hora da Mercedes.

A equipa de Toto Wolff seguiu um caminho alternativo com o W13, refinou o conceito e tem estado a trabalhar, incessantemente, na sua evolução. A pista mais fria do traçado de Interlagos ajudou e a vitória estava ali ao virar da esquina. Para Hamilton foi uma pequena desilusão, pois, poderá terminar o ano sem uma vitória, algo que não acontece há… 15 anos!

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Dupla vitória da Mercedes

George Rusell venceu a sua primeira corrida na Fórmula 1 ao manter a mais de um segundo Lewis Hamilton que fez uma excelente recuperação depois de ter andado aos toques com Max Verstappen. Já lá iremos. Fora do DRS, o sete vezes campeão do Mundo com carros iguais e pilotagem nivelada não foi capaz de fazer a diferença. 

Para a Mercedes, o importante foi terminar a temporada com uma vitória e não quebrar um recorde que segue com 13 anos consecutivos a vencer. 

O Mercedes mostrou, sempre, melhor gestão dos pneus enquanto na Red Bull, surpresa(!) a degradação dos pneus Pirelli foi sempre maior. Por isso, Perez foi-se afundando na classificação impossibilitado de se defender com pneus médios contra os macios de todos os outros rivais.

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Primeira surpresa… Kevin Magnussen

Aproveitando as condições atmosféricas em constante mutação, Kevin Magnussen “sacou” uma “pole position” que o colocou no primeiro lugar da corrida Sprint. Felicidade na equipa Haas com Gunther Steiner a soltar toda a tensão acumulada nos últimos anos.

Mas, para lá do pneu Pirelli como troféu pela “pole position”, largar do primeiro lugar da corrida Sprint e ter o palmarés valorizado, o dinamarquês passou a nota de rodapé quando na oitava curva Daniel Ricciardo lhe acertou em cheio. O piloto da McLaren está a ter um final de temporada penoso. Tudo porque Magnussen fez um pião e foi impossível o australiano evitar o toque. Ficaram ambos fora da corrida.

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Verstappen e Hamilton desentendem-se

Sem sombra de dúvida que os Mercedes eram os carros mais rápidos em São Paulo. Mas a Mercedes não esperava tanta facilidade e depois de ficarem com a primeira fila da grelha de partida – a qualificação serviu para a corrida Sprint, a grelha de partida para o GP foi decidida na Sprint, embora quem saiu da “pole” não a registou no seu palmarés, mas sim quem fez o melhor tempo da qualificação para a Sprint… (confusos?! Naaa…) – a corrida do Grande Prémio acabou por ser… fácil. Para Russell!

Para Lewis Hamilton nem por isso. O britânico esteve, sempre, atrás do seu compatriota, mas aproveitando as dificuldades da Red Bull com a pista mais fria de Interlagos, andou ao seu melhor nível.

Inevitavelmente, Verstappen não queria ficar atrás de Hamilton e os dois acabaram, uma vez mais, por se desentender. 

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O piloto da Red Bull apareceu-lhe pela direita, parecia que a coisa ia resultar, mas depressa se percebeu como tudo ia acabar: nenhum levantou o pé pelo que o embate na curva dois foi inevitável.

Penalização para Verstappen

O cidadão honorário de São Paulo levou a melhor. E aquela conversa de Verstappen que Hamilton não lhe deu espaço foi apenas forma de justificar mais um disparate que cometeu ao longo do fim de semana. Desta feita, os comissários desportivos decidiram que Verstappen era culpado e penalizaram-no com cinco segundos.

Hamilton saiu da escaramuça quase sem um arranhão, mas caiu para o oitavo lugar, o bicampeão do Mundo com o Red Bull ferido na asa dianteira. Estava escrito o destino do GP F1 do Brasil para Verstappen. O neerlandês ficou fora da luta pela vitória (paragem nas boxes onde cumpriu a penalização), oferecendo um lampejo do seu talento ao recuperar até ao sexto lugar. Mas acabaria envolto em noa polémica. Já lá vamos!

Ferrari voltou a estar fora da decisão da corrida

Exatamente na mesma volta em que Max Verstappen e Lewis Hamilton se desentenderam, Lando Norris e Charles Leclerc fizeram o mesmo. O britânico empurrou o monegasco para as barreiras na curva seis e o piloto das Ferrari acabou no final de pelotão. Já o jovem da McLaren acabaria por abandonar após 50 voltas – foi ele quem fez sair o “Safety Car” – naquele que foi um “harakiri” da equipa de Zak Brown.

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Já Carlos Sainz, espoliado do segundo lugar da grelha de partida devido a uma penalização, fez a sua corrida e sem possibilidade de apanhar os Mercedes, segurou um importante pódio que mitigou a cavalgada da Mercedes na luta pelo segundo lugar do Mundial de Construtores, preso, agora, por 14 pontos!

Ainda assim, elogios a Leclerc pela sua recuperação até ao quarto posto, na frente de outro dos “guerreiros” do GP do Brasil, Fernando Alonso.

Alpine melhor que McLaren

Evidentemente que Fernando Alonso beneficiou do “Safety Car” que surgiu no final da corrida, mas o que o espanhol fez tem de ser elogiado. Apoiado por uma agressiva estratégia de três paragens, Alonso ultrapassou as dificuldades do seu Alpine – e a má vontade da equipa – e, sucessivamente, Estaban Ocon, Sebastian Vettel, Valtteri Bottas e Sergio Perez! 

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Tudo isto depois de uma corrida Sprint perfeitamente desastrada para a Alpine, Alonso voltou a oferecer aos franceses a oportunidade de solidificar o quarto lugar do Mundial de Construtores. O quinto lugar de Alonso juntou-se o oitavo lugar de Esteban Ocon e os zero pontos da McLaren.

Max Verstappen, Sergio Perez e Red Bull

Quando surgiu o “Safety Car”, George Russell perdeu a vantagem que tinha sobre Lewis Hamilton. Russell perguntou à equipa se era para manter as posições ou se haveria luta. Resposta: pode haver luta, mas responsável. Russell deu tudo para ficar fora do DRS de Hamilton e este aceitou o resultado, elogiando o seu colega de equipa naquela que foi a sua primeira vitória da carreira.

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Na Red Bull, tudo foi radicalmente diferente e percebe-se mal por que razão a equipa expôs o bicampeão do Mundo no final da corrida.

Perez perdeu muitas posições até ficar atrás de Verstappen no sétimo lugar. Os pneus médios desgastados condenaram Perez, mas o mexicano, em luta com Leclerc pelo segundo lugar do Campeonato de Pilotos, alertou a equipa para a oportunidade de passar Verstappen e oferecer-lhe mais dois pontos. Que lhe permitiria ir para o Abu Dhabi na frente do monegasco.

A equipa entendeu isso como uma situação viável e apelou a Max Verstappen para deixar passar Sergio Perez. O neerlandês fez ouvidos moucos e apesar dos insistentes pedidos, o silêncio e a falta de ação “roubaram” o segundo lugar do Campeonato de Pilotos a Perez. Agora em igualdade pontual com Leclerc.

Independentemente da iniquidade das ordens de equipa, justificava-se, na perspetiva da equipa esta ordem que Verstappen, arrogantemente, não acatou. Eram apenas dois pontos, mas podem significar um vice-campeonato.

Depois deu-se o festival de justificações, com o bicampeão do Mundo a dizer que a equipa sabia por que razão não cedeu passagem a Perez. Mas nunca a referiu, surgindo um rumor ligado ao incidente de Perez no Mónaco, alegadamente, propositado. Enfim, Max Verstappen a mostrar a face lunar que a idade já não justifica…

Classificação final do GP do Brasil

  1. George Russell (Mercedes), 71 voltas em 1h38m34,044s;
  2. Lewis Hamilton (Mercedes), a 1,529s;
  3. Carlos Sainz (Ferrari), a 4,051s;
  4. Charles Leclerc (Ferrari), a 8,441s;
  5. Fernando Alonso (Alpine Renault), a 9,561s;
  6. Max Verstappen (Red Bull), a 10,056s;
  7. Sergio Perez (Red Bul), a 14,080s;
  8. Esteban Ocon (Alpine Renault), a 18,690s;
  9. Valtteri Bottas (Alfa Romeo), a 22,552s;
  10. Lance Stroll (Aston Martin Mercedes), a 23,552s; etc. Classificados 17 pilotos

Classificação Mundial de Pilotos

  1. Max Verstappen, 429 pontos;
  2. Charles Leclerc, 190 pts;
  3. Sergio Perez, 290 pts;
  4. George Russell, 265 pts;
  5. Lewis Hamilton, 240 pts; Classificados 21 pilotos

Classificação Mundial de Construtores

  1. Red Bull, 719 pontos;
  2. Ferrari, 524 pts;
  3. Mercedes, 505 pts;
  4. Alpine Renault, 167 pts;
  5. McLaren, 148 pts;
  6. Alfa Romeo, 55 pts;
  7. Aston Martin, 50 pts;
  8. Haas, 37 pts;
  9. Alpha Tauri, 35;
  10. Williams, 8 pts.