GP F1 do Japão: Verstappen campeão do Mundo com nova polémica

O GP do Japão coroou Max Verstappen como Campeão do Mundo de Fórmula 1 2022. O primeiro neerlandês a conquistar o bicampeonato de F1 soube que era campeão do mundo à porta do pódio depois de uma penalização a Charles Leclerc

O GP do Japão coroou Max Verstappen como Campeão do Mundo de Fórmula 1 2022. O primeiro neerlandês a conquistar o bicampeonato de F1 soube que era campeão do mundo à porta do pódio depois de uma penalização a Charles Leclerc. Tal como sucedeu com o cetro de 2021, a conquista, totalmente justa!, de Verstappen ficou envolta em polémica. O piloto da Red Bull não merecia a enorme confusão no final de um Grande Prémio do Japão que foi absolutamente caótico!

GP do Japão

Chuva, indecisões e caos

Controvérsia é palavra que se cola aos títulos de Max Verstappen como peçonha injusta e ingrata, pois, o neerlandês foi campeão em 2021 tal como poderia ser Lewis Hamilton, mas em 2022 não deu chances a ninguém. O título deste ano é absolutamente justo e não precisava Verstappen de ver o seu segundo título – primeiro neerlandês a fazê-lo – com esta mancha no GP do Japão.

GP do Japão

A vitória de Max Verstappen num esquisito Grande Prémio do Japão foi justa e a conquista do título de 2022 também. Mas a “chica esperteza” de interromper a prova com bandeira vermelha e deixar a prova a “marinar” durante duas horas para esta ficar com meros 48 minutos e, assim, entregar todos os pontos no final surpreendeu tudo e todos. Verdadeiramente todos: equipas, pilotos e até jornalistas e comentadores! Ninguém percebeu que há um artigo no regulamento que junta o tempo da paragem pela bandeira vermelha ao máximo de três horas e que, no final, contas feitas, tudo é contabilizado e são entregues todos os pontos. Foi assim que o GP do Japão se desenrolou.

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Max Verstappen é campeão depois de Leclerc penalizado

A superioridade da Red Bull em Suzuka foi absoluta e deu para quase tudo. E numa corrida truncada que teve 28 minutos de duração – num total de 3h01m – acabar com quase meio minuto de vantagem é dar capote!

Capote dado por Max Verstappen neste GP do Japão, mas que no final da corrida não lhe oferecia o desejado bicampeonato. Não conseguiu a volta mais rápida e, convencido que o troféu só seguiria para casa em Austin devido a esse ponto, apareceu tranquilo e sem euforia na entrevista antes do pódio.

O colégio de comissários desportivos do GP do Japão quis ser rápido e julgou, imediatamente, o “apertão” que Charles Leclerc deu em Sergio Perez nas últimas curvas da última volta depois de um erro do monegasco. Defesa de posição que os comissários, cada vez mais sensíveis, entenderam ser uma maldada que merecia ser penalizada com cinco segundos.

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Depois de em Singapura algo que estava à frente do nariz de todos não ter sido decidido antes do piloto penalizado conseguir ultrapassar a penalização, no Japão quiseram ter influência no resultado e decidiram de forma célere.

Não está aqui em questão a justiça da penalização, mas a discrepância de atuação dos comissários desportivos. Que, acreditamos, de forma involuntária, voltaram a manchar o título de Max Verstappen.

Este celebrou, somente no pódio do GP do Japão, o título acabado de ganhar com a passagem de Leclerc para terceiro. A Ferrari indignou-se e a Red Bull, pela palavra de Christian Horner, veio dizer que não era justo serem atribuídos todos os pontos numa corrida que durou… 28 voltas.

Uma vez mais a FIA a abrir a porta do esgoto a céu aberto das redes sociais, nascendo como cogumelos teorias da conspiração e embates de adeptos de Max Verstappen contra adeptos de Lewis Hamilton, num tom que tem estado a subir de intensidade à imagem da irracionalidade futebolística. Não é bom para a F1 nem para ninguém, pois a máxima “falem bem ou mal, mas falem” não se aplica.

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Caos na largada e corrida suspensa

A história deste Grande Prémio do Japão está contada acima. Tudo começou quando Leclerc bateu Vertstappen na largada, mas o neerlandês teve mais talento na primeira curva e, por fora, recuperou o comando. Acabava aqui a luta pela vitória, mas atrás instalou-se o caos.

Falta de visibilidade e uma enorme poça de água levou Carlos Sainz (Ferrari), depois de ter sido batido por Perez (Red Bull), a fazer um pião que o atirou para fora da corrida. Depois foi Alex Albon (Williams) a ver o motor Mercedes a entregar a alma ao criador.

Zhou Guanyu fez um pião com o Alfa Romeo Ferrari, caiu para 17º lugar e num arrojo de confiança, na parte final da minicorrida, trocou de pneus e roubou, literalmente, a volta mais rápida a Verstappen. O piloto da Red Bull não teve oportunidade de ir à box trocar de pneus e perdeu a volta mais rápida para o chinês.

Sebastian Vettel caiu do excelente 9º lugar da grelha para um modesto 16º posto depois de um toque com Fernando Alonso que o levou a fazer um pião.

Pierre Gasly ficou com um painel de publicidade agarrado ao Alpha Tauri. O piloto da Alpine Renault em 2023 – foi anunciado no Japão – foi, ainda, protagonista de um episódio lamentável.

Após parar na box para mudar o nariz do carro e com pneus de chuva novos, Gasly tenteou recuperar a cauda do pelotão quando surgiram as bandeiras vermelhas. DE o francês passou por um reboque que estava na pista a tentar recuperar um dos carros parados, quando ainda havia carros em pista! Recordamos que foi nesta pista que morreu Jules Bianchi após embater numa grua que inopinadamente entrou em pista.

Como Gasly passou depressa demais na zona, foi penalizado. A FIA explicar como é que foi possível isto acontecer é que não aconteceu.

Bandeira vermelha do GP do Japão durou… mais de duas horas!

Tudo isto levou a uma interrupção de 42 minutos que conduziu a um recomeço atrás do Safety Car com pneus de chuva montados nos carros. Mas antes desse recomeço, a FIA abortou o procedimento por mais 80 minutos. Ficaram 48 minutos para disputar a prova, com alguns pilotos a queixarem-se das condições da pista.

Mas a prova lá recomeçou e percebeu-se que a Red Bull dominava, a Ferrari ficava a ver e que a Mercedes sofria em Suzuka neste GP do Japão.

Tudo isto deixou Esteban Ocon no quarto lugar – o que permitiu, juntamente com o 7º posto de Alonso, à Alpine ultrapassar a Mclaren – seguido de Lewis Hamilton e Sebastien Vettel que, numa luta de campeões com Fernando Alonso, conseguiu um excelente sexto lugar com o espanhol em sétimo. 

George Russell não conseguiu acompanhar o andamento de Hamilton neste GP do Japão e não foi além do 8º lugar na frente de Nicholas Latifi, finalmente, a pontuar no Mundial. Lando Norris fechou os lugares pontuáveis na frente de Daniel Ricciardo que já anunciou não ter lugar na F1 para 2023.   

Classificação final do GP do Japão

  1. Max Verstappen (Red Bull RBPT), 28 voltas em 3h01m44,004s;
  2. Sergio Perez (Red Bull RPT), a 27,066s;
  3. Charles Leclerc (Ferrari), a 31,763s;
  4. Esteban Ocon (Alpine Renault), a 39,685s;
  5. Lewis Hamilton (Mercedes), a 40,326s;
  6. Sebastian Vettel (Aston Martin Mercedes), a 46,358s;
  7. Fernando Alonso (Alpine Renault), a 46,369s;
  8. George Russell (Mercedes), a 47,661s;
  9. Nicholas Latifi (Williams Mercedes), a 1m10,143s;
  10. Lando Norris (McLaren Mercedes), a 1m10,782s; Classificados 18 pilotos.

Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Pilotos

  1. Max Verstappen, 366 pontos;
  2. Sergio Perez, 253 pts;
  3. Charles Leclerc, 252 pts;
  4. George Russell, 207 pts;
  5. Carlos Sainz, 202 pts;
  6. Lewis Hamilton, 180 pts;
  7. Lando Norris, 101 pts;
  8. Esteban Ocon, 78 pts;
  9. Fernando Alonso, 65 pts;
  10. Valtteri Bottas, 46 pts; Classificados 21 pilotos

Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Construtores

  1. Red Bull Racing, 619 pontos;
  2. Ferrari, 454 pts;
  3. Mercedes, 387 pts;
  4. Alpine Renault, 143 pts;
  5. McLaren Mercedes, 130 pts;
  6. Alfa Romeo Ferrari, 52 pts;
  7. Aston Martin Mercedes, 45 pts;
  8. Haas Ferrari, 34 pts;
  9. AlphaTauri RBPT, 34 pts;
  10. Williams Mercedes, 8 pts