A pergunta surge, a cada nova versão do popular utilitário da oval azul. Com o sucesso dos Ford Fiesta ST, a vontade do público pede sempre uma versão ainda mais extrema, na forma do Ford Fiesta RS. Essa vontade no entanto, nunca foi cumprida, mesmo quando tudo indicava que sim.
Futuro clássico? Fomos conhecer, e conduzir, o Ford Fiesta ST 200!
Pequenas mudanças, que fazem uma notável diferença como um todo. O Fiesta ST200 melhorou o que já de si era muito bom.
Na senda do sucesso
Depois do fim do, muito amado, Ford Escort, muitos não acreditaram que o seu sucessor, o Focus pudesse estar ao nível do seu estatuto. As dúvidas, no entanto, foram dissipadas com o espetacular Focus RS.
A versão de alta performance do, então, novo utilitário da Ford, descendia da versão WRC, pilotado por nomes, como o inconfundível Colin McRae ou Carlos Sainz. Equipado com um motor de 2 litros, de acordo com os regulamentos do mundial de ralis, o RS era capaz de debitar mais de 200 cv que, combinado com um chassis totalmente revisto, faziam dele um dos carros mais prazerosos de conduzir.
Esteticamente, o modesto Focus tornou-se também mais agressivo, com novos para-choques frontais e traseiros, vias mais largas e jantes de liga leve exclusivas do RS. Lá dentro, encontrávamos novas baquets em pele e Alcântara, produzidas pela italiana Sparco, assim como uma nova consola central em carbono, que albergava o botão verde de arranque do motor.
O (quase) Ford Fiesta RS
Com o Focus RS a tornar-se instantaneamente um êxito e, apesar de, em cada unidade, a Ford ter uma perda na ordem dos 4000€, o valor para a marca excedeu em muito estas perdas, e pôs a oval azul de volta no topo dos utilitários desportivos. Por esta razão muitos foram os que pediram um novo RS, na forma do Fiesta.
Assim, em 2004 a divisão RallySport, liderada por Jost Capito, hoje aos comandos da Williams F1, desenvolveu o Fiesta RS Concept.
A receita era semelhante, mais potência, vias mais largas e um interior a condizer. O RS Concept ostentava ainda algumas referências ao imponente Ford GT, também lançado pela marca de Detroit nessa altura.
O motor, derivado do ST, debitaria cerca de 190 cv, direcionados para as rodas dianteiras. O aumento da dinâmica contaria ainda com revisões no chassis, para mais rigidez, e uma travagem mais eficaz.
Os guarda-lamas mais largos, conferiam um aspecto mais agressivo, sobretudo quando conjugados com os novos para-choques, exclusivos desta versão. O resultado final era um pequeno foguete cheio de atitude e com traços de WRC. Um verdadeiro Pocket Rocket!
Uma das provas do quão próximo este endiabrado Fiesta esteve de entrar em produção é o interior do protótipo. Por norma, estes exercícios de design, limitam-se apenas ao exterior, com a marca a não ocupar recursos a desenvolver um interior que nunca será produzido.
No entanto, dentro do Ford Fiesta RS Concept temos tudo menos um interior mal acabado. As novas bacquets e até mesmo a inserção RS no painel de instrumentos, demonstram bem a vontade da RallySport de pôr este “brinquedo” nas mãos dos clientes.
A ditadura dos números
Apesar de todo este trabalho, o Ford Fiesta RS não passou na contabilidade. As perdas sentidas nas vendas do Focus RS, mesmo tendo em conta o sucesso no número de unidades vendidas, seriam, em última instância, as responsáveis pelo abandono do projeto. O choque foi de tal forma, que a procura pelo mais modesto Fiesta ST decaiu, com a desilusão dos clientes que já ansiavam pelo RS. O resultado foi a perda de clientes para concorrentes como o Clio RS, com argumentos mais apelativos para os amantes da velocidade.
Ford patenteia tecnologia para motor de combustão a hidrogénio
Os eletrões podem vir a ter uma concorrência de peso. Depois dos avanços da Toyota, a Ford aposta também na mobilidade a hidrogénio.
A história, alías, repetiu-se recentemente com o cancelamento do mais recente Focus RS, com a Ford a não conseguir justificar os custos de desenvolvimento do modelo. O resultado, indubitavelmente, foi o redireccionamento de muitos potenciais clientes para concorrentes como o Honda Civic Type R, o Renault Mégane RS ou até mais recentemente o Hyundai i30 N.
