Diário de bordo. 10 000 km percorridos em carro elétrico. Quanto poupámos?

Uma das mais aclamadas vantagens dos carros elétricos é o baixo custo por quilómetro percorrido. Percorridos 10 000 km com o Volvo XC40 Recharge fizemos as contas. Afinal, quanto poupámos?

Apesar de alguns preços mais proibitivos, os elétricos apregoam poupanças significativas a curto e longo prazo face aos homólogos a combustão. Mas será assim em todos os casos? Nesta entrada do nosso Diário de Bordo Um Ano Elétrico, fomos descobrir quanto poupámos nos primeiros 10 000 km feitos num carro elétrico, neste caso o Volvo XC40 P8 Recharge.

Assim, alguns exemplos das poupanças dos carros elétricos passam pela reduzida necessidade de manutenção, por não precisarem de óleo, por quase não gastarem pastilhas de travão graças à travagem regenerativa. Mas, também, nas portagens, onde a eletrificação pode transformar um Classe 2 num Classe 1 e até no estacionamento, onde em algumas zonas do país é gratuito (ou quase).

Os elétricos oferecem poupanças na manutenção, portagens, estacionamento e “combustível”.

Mas, sobretudo, a maior poupança será ao nível do custo por quilómetro percorrido. Algo que até poderia ser bastante óbvio tendo em conta os crestes aumentos dos preços dos combustíveis. No entanto, o custo da energia também disparou.

E, se há alguns anos até havia postos de carregamento elétrico gratuitos, hoje isso já não acontece. Nestes postos públicos, além do custo do quilowatt ainda pagamos a Taxa de Operação do Ponto de Carregamento (OPC) e a tarifa da EGME – Entidade Gestora da Mobilidade Elétrica. As típicas “taxas e taxinhas”…

Contas feitas, nos dias de hoje, quanto poupámos por quilómetro a conduzir um 100% elétrico, neste caso o Volvo XC40 P8 Recharge? Vamos descobrir!

10 mil quilómetros com carro elétrico. Quanto poupámos?

Para percorrer estes 10 000 km fizemos cerca de 70% dos carregamentos “em casa”, numa tomada doméstica normal com a ajuda do nosso carregador ADN Energy, a uma velocidade de 3,6 kW. E, desses carregamentos, 80% foram feitos durante a noite, em tarifa bi-horária, a um custo de 0,0967€ por kWh. Os restantes 20% foram realizados no período mais caro, a 0,2152€ por kWh.

Mas claro que, se a maioria dos carregamentos pode, e deve, ser feito em casa, em viagens maiores é impossível não recorrer aos postos de carregamento público, e que no nosso caso corresponderam a 30% durante estes primeiros 10 000 km. Desses, aproximadamente 80% foram feitos em carregadores rápidos (até 50 kW) e 20% em carregadores ultra-rápidos (até 150 kW, o máximo que o Volvo XC40 P8 Recharge permite).

Quanto poupámos com o carro elétrico, a carregar “em casa”?

Pelas nossas contas, a uma média de consumo combinada de aproximadamente 21 kWh/100 km, para percorrer 7000 km, carregámos “em casa” cerca de 1500 kWh.

Assim, depois de tudo multiplicado e somado, obtivemos um custo total de 180,6€. Simplificando, um custo de 2,58€ por cada 100 km percorridos.

Carregando em casa, com tarifa bi-horária, o Volvo XC40 P8 Recharge tem um custo de 2,58€ por cada 100 km percorridos.

Vamos agora comparar com o seu equivalente a gasolina, o Volvo XC40 T2, que durante o nosso ensaio registou um consumo de 7 l/100 km. Neste carro, o custo por cada 100 km seria atualmente de cerca de 14€. Uma poupança bastante significativa!

Carregar nos postos públicos

Aqui, para percorrer os restantes 3000 km, e com a mesma média de consumo, consumimos cerca de 645 kWh nos postos de carregamento públicos. Uma vez mais, feitas as contas, obtemos um custo médio de 0,517€ por cada kWh carregado. No total gastámos 333,47€. E isto corresponde a um custo de 11,12€ por cada 100 km.

Uma vez mais comparando com o Volvo XC40 T2 a gasolina, com um custo de 14€ por cada 100 km, já não se verifica uma poupança tão significativa carregando na rede pública.

Carregando nos postos rápidos públicos, até 50 kW, o Volvo XC40 P8 Recharge tem um custo de 11,12 € por cada 100 km percorridos

Assim, para quem tem de recorrer (quase) sempre a postos públicos, é mais barato, mas por pouco. E recorrendo sempre a carregadores ultra-rápidos, utilizando toda a capacidade do carro de carregar até 150 kW, até fica mais caro que o combustível fóssil. Mesmo com os constantes aumentos de preços nos postos de combustível. Contudo, esta nunca será uma solução muito frequente na vida de um carro 100% elétrico.

Contas finais. Qual foi a poupança com carro elétrico?

Para percorrer estes 10 000 km, no total gastámos 514,07€. Isto dá-nos um custo médio de 5,14€ por cada 100 km percorridos. O que, face a um equivalente a combustão que consuma 7 l/100 km, é uma poupança muito significativa.

Percorridos 10 000 km em modo 100% elétrico, a poupança foi de quase 900€ face a um equivalente a combustão

Se pensarmos a longo prazo, ao final de 100 000 km percorridos, teremos poupado quase 9000€. Mas, claro, considerando que 70% dos carregamentos são feitos em casa e, maioritariamente, em tarifa bi-horária.

Já no caso de todos os carregamentos serem feitos em postos públicos, quase na sua totalidade em postos rápidos (até 50 kW) a poupança em 10 000 km seria de “apenas” cerca de 300€. Mas, ao final de 100 000km, já será de 3000€.

Neste cenário ideal, carregando maioritariamente em casa, considerando um carro para fazer pelo menos 100 000 km nas nossas mãos (poupando 9000€ em combustível) e somando ainda o incentivo do estado de 4 000€, podemos começar a olhar para os preços dos carros elétricos de outra forma.

Seguimos juntos?

Continuem desse lado a acompanhar o nosso Diário de Bordo Um Ano Elétrico, até porque, em breve termos uma novidade para vos contar! Até breve!

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