Lancia está a preparar o regresso ao mercado europeu

A Lancia está a preparar deixar o espartilho do mercado italiano – onde está confinada desde 2017 – para desembarcar na Europa em 2024.

A Lancia está a preparar deixar o espartilho do mercado italiano – onde está confinada desde 2017 – para desembarcar na Europa em 2024. Ainda assim, será um regresso contido em mercados selecionados. Por exemplo, Alemanha e França, Bélgica e Países Baixos. Pouco depois, a marca de Turim expandir-se-á para outros mercados do Velho Continente. Logo depois, em 2030, será a vez do resto do mundo com a Lancia interessada em chegar ao Japão, África do Sul e Austrália.

Luca Napolitano, o CEO da Lancia e a quem foram dados 10 anos e amplos recursos para revitalizar a marca criada por Vicenzo Lancia, revelou estes dados num evento em Turim. Mas não libertou mais informação.

Lancia está a preparar

Lancia está perto de receber uma gama

Em primeiro lugar, a Lancia está a preparar, apoiada na forte reputação no desporto automóvel, particularmente nos ralis, um regresso das trevas. Isto depois dos responsáveis do Grupo Fiat terem retirado a marca do Mundial de Ralis e entendido que a Lancia teria de ser uma marca Premium. 

A descida aos infernos não conduziu ao desaparecimento da Lancia. Porém, debaixo da liderança da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), a marca ficou confinada ao mercado italiano em 2017. Para além disso, cingia-se a apenas um modelo, a quarta geração do Ypsilon.

De acordo com informações da marca, a Lancia está prestes a receber uma nova gama de modelos. Porém, será a quinta geração do Ypsilon que será usada para desembarcar na Europa.

Lancia está a preparar

Luca Napolitano quer que mercado europeu valha 25 a 30%

Depois, o CEO da Lancia está confiante que a comercialização fora de Itália da nova gama contribua com 25 a 30% do volume de vendas. Para conseguir isso, o Lancia Ypsilon vai mudar. Será maior com um comprimento próximo dos quatro metros. 

Recordamos que o Ypsilon à venda em Itália (e só em Itália), foi lançado em 2015 com uma plataforma Fiat. Lembrar, também, que o carro é um sucesso com 43 735 unidades vendidas em 2021 e já com 10 865 carros comercializados nos três primeiros meses de 2022. É, assim, o segundo carro mais vendido em Itália entre janeiro e março, tendo sido o terceiro mais vendido em 2021.

Lancia está a preparar

Está também previsto um modelo que será… elétrico!

O novo Lancia Ypsilon será um carro 100% elétrico, o primeiro da Lancia. Mas será, igualmente, o último a oferecer motorizações de combustão interna – conviverão as duas formas de propulsão – pois a casa de Turim será 100% elétrica a partir de 2028.

Conforme o plano “Dare Forward 2030” dita, o novo modelo será produzido em Saragoça e terá como plataforma a CMP da Stellantis e que é usada na Peugeot, Opel, DS e outras.

Quanto ao plano de lançamentos, em 2026 nascerá um crossover, conhecido como L74, com 4,6 metros de comprimento. Dois anos depois, veremos o regresso do Lancia Delta, ainda sem grandes detalhes. Segundo Luca Napolitano, o projeto L74 já evoluiu muito em termos de estilo e de conteúdo. Por isso mesmo o nome Aurelia pode não ser usado, até porque o carro não terá nada a ver, nem mesmo remotamente, com a berlina dos anos 50 do século passado.

Carlos Tavares no Monte Carlo Histórico com um Lancia Stratos

O CEO do grupo Stellantis está a disputar o Rali de Monte Carlo Histórico, para o qual escolheu um Lancia Stratos com as cores da Alitalia.

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Lancia está a preparar uma completa rede de vendas

Segundo as palavras do CEO, com o regresso da Lancia estão planeados 100 espaços de venda em cerca de 60 cidades europeias. Porém, todos os espaços serão pequenos, entre 80 a 140 metros quadrados. 

Em contrapartida, só em Itália, a Lancia tem 220 espaços que vão diminuir com o tempo e quando a marca mudar o esquema de vendas na transição para uma agência de vendas, em 2023.

Como funciona esta nova forma de comercialização?

O modelo tradicional diz que o distribuidor é dono do stock de modelos e peças, e vende diretamente ao consumidor. Os custos são elevados porque têm de pagar a imagem corporativa e o stock, mas as margens são muito mais elevadas.

Neste novo modelo de agência de vendas, o construtor assume a propriedade do stock de veículos até que estes acabem vendidos pelo revendedor a um cliente particular, frota ou empresa. Os custos para os revendedores são menores – não tem de financiar stock, imagem nem espaços – mas as margens muito mais pequenas.

Do mesmo modo, a Lancia será uma das marcas a apostar neste formato a partir já de 2023, preparando o ataque ao mercado europeu e, mais tarde, mundial.