Porque o conflito na Ucrânia está a criar problemas à indústria automóvel europeia? Porque fecham fábricas, fornecedores de componentes pararam, desapareceram, enfim, não está a entregar o contratado. Mas não é a falta de componentes que está a paralisar fábricas como nem a Covid-19 conseguiu. Nem mesmo a crise dos semicondutores ajoelhou desta forma a indústria. Então, afinal, o que é que está a ameaçar a recuperação da indústria automóvel europeia?
A pandemia de Covid-19 vibrou duro golpe nos rins da indústria automóvel com os confinamentos, isolamentos e contingências ligadas a uma pandemia. Que ainda por aqui anda e vai dizimando vidas.
Porém, resiliente como poucas indústrias, resistiu, ergueu-se e grupos houve que conheceram crescimento e aumento de proveitos.
Pior que a crise dos semicondutores
Todavia, a crise dos semicondutores adicionou insulto à desgraça, ou seja, além da dificuldade de produção, forçou a indústria a fazer escolhas difíceis, aumentando o tempo de espera de determinados modelos até á insanidade. Alguns deles quase um ano.
Portanto, quem sofre é o consumidor que tem vindo a pagar os carros mais caros e a esperar muitos meses pelo seu veículo.
Infelizmente, o conflito que estalou que escalou na Ucrânia após invasão do território pela Rússia, trouxe maiores dificuldades à indústria automóvel europeia. Desta feita, o ajoelhar foi mais violento e não há forma de ver uma luz ao fundo do túnel.
É verdade que há sempre a possibilidade de encontrar outros fornecedores para as empresas ucranianas e russas. Particularmente as que diminuíram o ritmo, pararam ou, simplesmente… desapareceram.
A Indústria automóvel está a ser fortemente atingida pela guerra
A Indústria automóvel foi atingida pelos conflitos entre Rússia e Ucrânia, enfrentando duros problemas e parando a exportação para aquele país
Chicotes elétricos são o grande problema
Mas há uma coisa que está a ser complicado substituir: o fornecimento de chicotes de instalação elétrica. É verdade!
Contas feitas, a Ucrânia é responsável por 7% da produção de chicotes de instalação elétrica. Empresas europeias como a Forschner ou a Kromberg & Schubert, a Prettl, a SEBN e a japonesa Yazaki, criaram um parque de produção naquele país. Isto porque a mão de obra era mais barata e a flexibilização laboral transformou a Ucrânia num País para isso.
Pode estar a pensar que é, simplesmente, ridículo pensar que um chicote elétrico pode ajoelhar uma indústria.
Sabia que o seu carro tem quilómetros de fios espalhados por todos os cantos para fazer funcionar tudo de forma correta e resistente? Já beneficiou do sistema de navegação, da assistência à travagem de emergência ou de outro sistema que ajudou a salvar a sua vida?
Todos estavam a olhar para os semicondutores e não previram esta situação. Mas, é possível construir um carro sem semicondutores. Já sem o chicote elétrico, o carro nem sequer sai do sítio.
Quer isto dizer a crise vai-se agudizar-se, os grupos industriais vão carregar mais na poupança de recursos e a crise devido à Guerra vai encarecer tudo.
Porque o conflito na Ucrânia e as suas consequências são mais importantes
Evidentemente que tudo isto é, apenas, um menor problema face ao que os ucranianos e os russos, inocentes face às decisões dos seus tresloucados líderes, estão a sofrer neste momento.
Mas esta situação está a afetar uma indústria poderosa e com peso económico na Europa e tem de ser analisada. Ainda assim, sempre dentro da perspetiva que dentro das coisas mais importantes esta é a menos importante face às vidas que se perdem diariamente, de um lado e do outro.