Autobianchi A112 Abarth. O italiano anti Mini

Foi o primeiro sob a chancela do grupo Fiat e seria o último do fundador da casa transalpina. Falamos hoje do A112 Abarth.

Para muitos que cresceram a jogar Gran Turismo, o nome Autobianchi não passa despercebido. Apesar de, na quarta geração do famoso jogo nipónico, ser um dos carros menos competitivos do alinhamento, o A112 deixou a sua marca indelével na mente de quem com ele se cruzou. Hoje, após a recente estreia do Gran Turismo 7, recordamos este pequeno Pocket Rocket.

A história começa na década de 60. O britânico Mini tinha chegado a Itália e começava a fazer notar o seu sucesso comercial. A casa de Turim, percebendo o sucesso pôs-se em campo e lançou o Autobianchi A112. A apresentação aconteceu no Salão de Turim de 1969 e revolucionou o segmento da marca italiana. A tração e motor traseiro do antecessor Fiat 850 desaparecem, passando todos os elementos para a dianteira do carro.

autobianchi A112 abarth

O sucesso foi imediato. O seu design atrativo e sóbrio, os consumos poupados e a versatilidade produziram elevados números de encomendas, inclusivamente levando a listas de espera.

Mas a Fiat queria mais. O objetivo era ter uma versão topo de gama que rivalizasse com o “todo poderoso” Mini Cooper. A tarefa recaiu, como não podia deixar de ser, sobre Carlo Abarth.

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Nascia assim o Autobianchi A112 Abarth. O motor de 903 cm3 e 44 cv cresceu, passando a contar com 982 cm3 que se traduziu num aumento de potência na ordem dos 14 cv. A melhoria de performance era também ajudada com recurso a um novo carburador duplo e uma linha de escape específica, aumentado também a emoção da condução.

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Os números poderão não ser impressionantes, mas os seus, apenas, 690 kg de peso juntamente com as afinações de suspensão e chassis, faziam deste um caso muito sério numa qualquer estrada mais sinuosa. O sprint dos 0-100 km/h, e dependendo do pequeno almoço dos tripulantes, far-se-ia na casa dos 13 segundos, continuando até uma velocidade máxima de 150 km/h.

Inconfundivelmente Abarth

A estética foi igualmente revista. A grelha frontal expunha com orgulho o nome do mítico preparador italiano, ladeado por dois novos faróis auxiliares, tão típicos desta época. O vermelho era única cor disponível originalmente, complementada por um capô negro, ao estilo Lancia Fulvia.

No interior encontrávamos agora um novo conta rotações, auxiliado por um medidor de corrente e indicador de pressão e temperatura do óleo. Lá dentro encontrávamos também um volante em alumínio e pele, que ostentava a inscrição “Abarth”. Uns novos bancos mais desportivos, completavam também o pacote.

Até à conclusão da sua produção em 1985 o A112 Abarth passaria por várias versões, com a última a debitar 70 cv e deixando a caixa de velocidades de quatro marchas para uma de 5 relações. Viriam ainda a ser disponibilizadas mais cores exteriores, assim como opcionais como encostos de cabeça ajustáveis ou o vidro traseiro aquecido. No final, entre todas as séries, seriam produzidas umas impressionantes 121 mil unidades do clássico Pocket Rocket, representado 10% da produção total de todos os A112!

Este exemplo de sucesso marcaria também o fim de uma era. O desenvolvimento do modelo seria último a ser pessoalmente dirigido e supervisionado por Carlo Abarth, que nos viria a deixar em 1979.