Renault Clio Williams. Em memória de Sir Frank

Dois ícones que partilham o nome, como o seu homónimo britânico, o Renault Clio Williams deixa-nos muitas saudades.

Foi com tristeza que fechamos este passado mês de novembro, com a notícia da perda de Sir Frank Williams. Um dos mais carismáticos personagens do circo mundial que é a Fórmula 1 e fundador da equipa e empresa a quem empresta o nome, deixa para trás uma carreira de sucesso com a sua (boa) dose de adversidade profissional e pessoal.

Exemplo da sua tenacidade, foi a resposta que deu na recuperação do acidente à saída dos treinos para a temporada de 1986, em Paul Ricard. Williams tornou-se, assim, à data do seu desaparecimento, o tetraplégico que mais anos viveu nesta condição.

Em jeito de tributo, hoje recordamos aqui um ícone do mundo automóvel que albergou o nome e as cores de Sir Frank, o Renault Clio Williams. Ainda hoje é uma referência.

A época era de ouro para os monolugares da equipa de Grove. Equipados pelos motores Renault e com avanços tecnológicos inigualados até hoje, arrecadavam vitórias e campeonatos pelas mãos de nomes como Alain Prost ou Nigel Mansell.

O sucesso foi inegável e desta forma a parceria técnica entre a marca francesa e a equipa britânica foi estreitada. Nasce assim o famoso Pocket Rocket de jantes douradas, numa jogada que tinha tanto de técnica como de marketing.

Especial de homologação

O GR Yaris é o mais recente exemplo da aliança do útil ao agradável na indústria automóvel. Tal como a Toyota agora, também a Renault procurava, no início da década de 90, promover o seu pequeno utilitário no palco do mundial de ralis, nomeadamente nos grupos A e N.

Impunha-se por isso apimentar o, então, novo Clio. A cilindrada foi aumentada para 2000 cm3. Com um bloco 2.0 l 16V com 150 cv e uma enorme ganância por rotações, o Clio Williams recebeu por parte da Renault Sport várias alterações, nas quais se incluía também uma caixa de velocidades melhorada.

Já no exterior são percetíveis as vias mais alargadas e a suspensão rebaixada. Contudo, o que definitivamente identifica o Renault Clio Williams é a sua cor azul em contraste com as jantes de liga leve douradas. No interior, os bancos com um padrão de gosto questionável mas onde não falta a sigla “W” na mesma cor dos cintos de segurança. Também o fundo dos mostradores e mais alguns pormenores assumem a cor azul. Com pouco mais de 1000 kg, o pocket rocket francês atingia os 100 km/h em cerca de 8 segundos e alcançava mais de 200 km/h de velocidade máxima.

O número de unidades produzidas suplantou em larga margem o mínimo exigido, cifrando-se em mais de 12 000 carros vendidos!

Para se enquadrar nos regulamentos era também exigido um mínimo de 2500 unidades de uma versão de estrada com a mesma motorização.

Pelo menos assim ditava a FIA, mas tal como acontece hoje, os especiais de homologação não duram muito tempo na “prateleira”. Atualmente, todos os Renault Clio Williams estão completamente sobrevalorizados. Uma coisa é certa, se aparecer algum no mercado de usados, vai diretamente aqui para a “garagem do Escape Livre“!

A homenagem perfeita

A condução interativa e dinâmica mereceram elogios de todos os que se sentaram ao volante do Clio Williams. O carimbado estatuto de referência destacou-o numa era de gigantes e nomes míticos da indústria automóvel.

Partilha, por isso, na perfeição o nome com a equipa de Grove, que se impôs num mundial de Fórmula 1 dominado pela McLaren e Ferrari e escreveu, a “tinta permanente”, o nome de Sir Frank na história do desporto.

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