Citroën Visa GT Tonic. O Bi-Campeão português

Foi uma das armas preferidas de pilotos privados para entrarem no mundo da velocidade. Hoje o Visa Bi-Campeão é um ícone bem português

Quando pensamos num “puro-sangue” de ralis, o nosso pensamento não deriva propriamente para um humilde Citroën Visa. Com certeza antes, muito antes, pensamos em nomes como o Lancia Delta, Subaru Impreza ou o icónico Mini. No entanto foi exatamente isso que aconteceu na década de 80, com o pequeno e leve modelo francês, o Citroën Visa GT Tonic, a dominar o então Grupo N, do campeonato nacional.

Os anos 80 foram sem dúvida a era de ouro dos ralis portugueses. Figuras icónicas como Joaquim Santos com as cores da Diabolique, ou o Renault 5 oficial pilotado por Joaquim Moutinho coloriram esta década e deixaram-na no imaginário dos amantes da modalidade.

É nesta era que nasce a história do Citroën Visa.

Nascido e criado em Portugal

Construído na unidade industrial da PSA em Mangualde, o Citroën Visa tinha um ADN bem português. Com alguns detalhes diferentes para a época, como os controlos de luzes e limpa para brisas montados em satélites independentes, a sua versão convencional de estrada era uma proposta económica para o quotidiano do comum mortal.

Era na terra batida, no entanto, que o pequeno utilitário Made in Portugal, se destacava. Pelo seu preço acessível tornou-se a “arma” escolhida por vários pilotos privados, tornando-se um dos grandes protagonistas do nacional de ralis.

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Bi-Campeão

O sucesso do Visa foi confirmado em 1982 e 1983, vencendo o Grupo N do campeonato nacional, nascendo assim o Bi-Campeão.

Com produção limitada de 724 unidades, esta edição especial bicampeão partilhava a mecânica com o Citroën Visa GT Tonic. O motor quatro cilindros de 1360 cm3, com 80 cv permanecia inalterado e levava os seus míseros 800kg a uma velocidade máxima de 170 km/h.

As primeiras 24 unidades, montadas em apenas 15 dias na fábrica de Mangualde, serviram para a homologação do carro para o troféu Visa/CIN, monomarca. Estas duas dúzias destacavam-se dos restantes 700 carros com pormenores como a suspensão mais rebaixada, pensada para o troféu. O spoiler traseiro colado, viria depois a ser rebitado na produção em “massa”.

No interior do Citroën Visa GT Tonic, para além do já “inovador” cluster de instrumentos, o Bi-Campeão montava bancos desportivos em tecido com pormenores vermelhos, também eles feitos em Portugal.

Como começamos por dizer, o Visa não está propriamente presente nos sonhos da grande maioria dos amantes de automóveis. A sua estética de Tupperware amuado também não ajuda ao caso. Contudo, este é um Pocket Rocket com a importância que poucos tiveram e que permitiu a muitos cumprirem um sonho seja na estrada ou num troço de rali.

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