O Universo Automóvel anda do avesso e quem paga… é o do costume!

Ainda que a eletrificação faça parte do presente e do futuro dos construtores, a verdade é que existem outros danos colaterais.

Pode parecer que estou a tergiversar para o lado da política com este título, que vem a propósito de algo que há alguns anos antevi como possível. Mas fiquem descansados, não falo de política nem o Escape Livre tem essa dimensão. Quando há uns anos alguém encetou o caminho para a mobilidade 100% elétrica, rapidamente se percebeu que alguns obstáculos se iriam erguer. Desde logo os lóbis da indústria petrolífera. Mas também alguns políticos menos hábeis na função de preservação, face a outros bem mais à vontade na hora de salvar o couro.

Recordo amenas cavaqueiras de discussão aprofundada dos assuntos mais importantes do universo automóvel, onde a maioria identificava um dos maiores problemas: a falência social.

Há alguns dias, Akio Toyoda, na sua qualidade de presidente da JAMA, a associação de construtores automóveis do Japão, lembrou que esta corrida desenfreada para os braços da mobilidade 100% elétrica, vai ter pesados custos sociais, falando em milhões de desempregados.

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Depois do “boom” das pick-up em toda a Europa, são vários os construtores que anunciam a extinção dos seus modelos. Afinal, o que se passa?

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Eletrificação em prol de postos de trabalho

A Renault está num processo de reestruturação que vai “limpar” mais alguns postos de trabalho. Agora é a vez da poderosa Volkswagen. Pela voz de Herbert Diess, o CEO do grupo VW, disse, claramente, que a transformação em construtor de automóveis elétricos pode custar até 30 mil postos de trabalho.

Lembro nessa altura das tertúlias, que as coisas iriam mudar assim que a fatura social caísse no colo dos políticos. Pelos vistos a previsão estava certa e as notícias sobre o fim dos motores a combustão começam, cada vez mais, a parecer exageradas.

Universo automovel 2

Os custos com a eletrificação continuam a ser pornográficos. Não há como reaver o investimento oferecendo os veículos a preços no limite do acessível e está complicado de “engrenar” a velocidade acima para escoar a produção.

Os alvos são sempre os mesmos

Perante este cenário de verdadeiro incinerador de recursos, as empresas viram-se para os alvos mais fáceis: os colaboradores!

O alerta de Akio Toyoda não é para ser desconsiderado. Do mesmo modo o que a Renault está a fazer, também não, e a Volkswagen é só a mais recente marca a entender que a menor complexidade dos veículos e a possibilidade de maior robotização em determinadas áreas pode “obrigar” a despedimentos, permitindo poupanças de milhões de euros.

Por isso os 30 mil postos de trabalho da Volkswagen vão se multiplicar pelas marcas do grupo e, certamente, por outros grupos.

Não custa muito perceber onde isto vai parar. Ou a União Europeia recua nas suas ideias, ou o peso social em 2035 será elevadíssimo. Existirão milhões de postos de trabalho consumidos na fogueira da teimosia política alimentada pelo instinto de sobrevivência dos políticos.

Os portugueses não se podem ficar a rir, pois temos produção entre nós, de veículos e componentes e esta última área vai sofrer a bom sofrer. Fica o aviso e como diz o povo “quem avisa, teu amigo é!”

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