O dia em que carreguei a bateria de um Tesla… com um Hyundai!

Este foi o dia! Em que carregamos um carro elétrico, com outro carro elétrico. O mundo está a mudar, e o mercado automóvel acompanha.

O mercado automóvel atravessa uma das mais profundas mudanças. A ânsia, e obrigação, para a redução de emissões, faz com que a transição para a eletrificação esteja a ser feita de uma forma demasiado célere. Se é o futuro, ninguém sabe, mas parece ser a forma mais rápida de se conseguir atingir os objetivos a curto prazo.

Depois da eletrificação massiva, com várias construtores a estabelecerem metas para se tornarem marcas 100% elétricas, tudo está a mudar a uma velocidade vertiginosa. Afinal, a eletrificação em massa chegou com o primeiro Nissan Leaf há apenas 10 anos. Demoravam-se muitas horas a carregar um carro. No nosso último ensaio ao Hyundai IONIQ 5, já carregamos 60% de uma bateria de 73 kW em cerca de 15 min, mas não só…

Não tem sido só o tempo de carregamento a evoluir. Outras tecnologias e potencialidades vão surgindo. Uma delas é a capacidade de ser o próprio carro a fornecer energia, seja ela apenas para ligar um aparelho elétrico, para carregar outro veículo elétrico, ou para fornecer energia por exemplo a uma casa.

Powerbank sobre rodas!

O Hyundai IONIQ 5 é um desses casos. Tem uma plataforma com inversor interno que, através de um adaptador que é ligado à tomada de carregamento, permite ligar qualquer aparelho com ligação schuko fornecendo-lhe assim energia. Chama-se V2L (Vehicle to Load) e está disponível como opção por 500€, permitindo assim ter energia a 220v dentro e fora do veículo. Não falta sequer um botão de power nesse mesmo adaptador. E foi assim que chegou o dia em que carregámos um Tesla, com um Hyundai. Isso mesmo!

Foi precisamente isso que fizemos. Carregámos um carro elétrico, com outro carro elétrico! Colocámos o “nosso” Hyundai IONIQ 5 a carregar a bateria de um Tesla Model 3 à velocidade de 3,6 kW, uma velocidade superior à que conseguimos em casa numa tomada normal (2,3 kW).

Útil no dia a dia? Não sei! Mas sem dúvida alguma uma revolução na forma como a eletricidade, ainda que limitada, se tornou portátil, podendo ser transferida entre veículos, ou entre a casa e o carro e vice-versa.